Ator de "Além do Horizonte" conta que é comparado a Duvivier e Porchat
Carla Neves
Do UOL, no Rio
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Divulgação/TV Globo
Igor Angelkorte é Marcelo na trama das sete da Globo
Estreante em novelas e pela primeira vez em um papel cômico, Igor Angelkorte, que interpreta o mauricinho "Marcelo" de "Além do Horizonte", contou que tem sido comparado com três humoristas da nova geração: Gregório Duvivier, Fábio Porchat e Paulo Gustavo.
"Eu ouço muitas coisas. Eu já ouvi que eu pareço muito com o Gregório, já ouvi que pareço muito com o Fábio e já ouvi que pareço com o Paulo Gustavo. O que eu acho que acontece é que existe uma necessidade de enquadrar o novo em algum lugar já conhecido. Não tem nenhum mal nisso, mas aos pouquinhos as pessoas vão entendendo que não tem nada a ver. Eles são todos atores incríveis, admiro todos eles, é uma geração muito feliz e genial de comediantes. Mas acho descabida a comparação. Meu jeito de fazer o Marcelo é particular. Acho autoral", afirmou.
O carioca de 26 anos recapitulou a trajetória do personagem que, segundo ele, "começou ainda muito superprotegido pelos pais, Thomaz (Alexandre Borges) e Inês (Maria Luísa Mendonça), muito mais menino que homem". Depois de ser abandonado por Lili (Juliana Paiva) no altar, começou a se relacionar com Priscila (Laila Zaid), e agora se viu diante da notícia de que será pai.
"Uma série de problemas e de desdobramentos que o Marcelo nunca imaginou que pudesse acontecer foram se apresentando e ele foi aos pouquinhos ganhando outros contornos. Ele encontrou a Priscila e teve pela primeira vez um amor maduro. Tem uma fala que acho ótima, em que ele diz que nunca tinha tido uma relação tão livre, madura e inteira. Acredito que a vida dele era diferente no início da trama. Agora tem essa coisa de ele ser pai", contou, acrescentando que ele é um personagem em construção.
"Tem muitas lacunas ainda na formação psicológica dele. E daí inclusive vem o humor. O humor já existia desde o início, mas foi florescendo com o andamento da trama porque a gente vai amadurecendo como artista também", disse, fazendo questão de explicar que não é comediante.
Cenas de "Além do Horizonte"
"É a primeira vez que estou fazendo comédia. Quando as pessoas dizem: 'eu ri com você', eu penso: 'nossa. Posso fazer humor também. É uma nova possibilidade'".
Igor afirmou que foi sendo estimulado a dar vazão a esse humor. "Esse humor vem da situação. As situações já são cheias de humor, elas já têm uma série de contradições e tropeços que são engraçados. O nosso trabalho vai muito na linha do fazer aquilo com sinceridade, de dar àquilo uma vida muito orgânica. Essa combinação tem humor. É uma orientação da direção, para que não fosse um humor pastelão, que a gente já está talvez habituado a ver nas novelas das sete. No fundo o Marcelo tem uma dose de realismo muito grande", argumentou.
O ator contou que a repercussão do casal tem sido muito boa nas ruas. "O encontro amoroso é o que as pessoas querem ver. Procuro entender que esse carinho é muito bacana, não posso achar demais ou ruim, porque são pessoas que me tratam com afeto. Preciso dissociar esse carinho da minha vida pessoal. É claro que esse amor e essa admiração vêm pelo Marcelo. Não posso acreditar que isso tem relação direta com o Igor. Tem relação com o Igor, mas é indireta, porque passa pelo Marcelo. É um exercício bacana de entendimento da profissão. Tem sido muito doce. Até agora nunca tive nenhuma experiência ruim com isso".
Igor afirmou, contudo, que as parcerias são o grande diferencial para o sucesso do personagem.
"Além da Laila, tenho uma grande amizade pelo Rômulo Estrela, que faz o Álvaro. A gente troca muito sobre as cenas e têm um desejo muito grande de fazer um bom trabalho. A Maria Luísa e o Alexandre são atores com muita experiência e são absolutamente abertos, disponíveis e carinhosos. Foi uma conjunção de coisas muito felizes", elogiou.
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Igor Angelkorte e Laila Zaid são Marcelo e Priscila, respectivamente
Diretor artístico da Probástica Companhia de Teatro, Igor contou que atualmente, além da novela, viaja pelos festivais do Brasil com seus dois espetáculos: "Desconhecidos" e "Elefante". Questionado sobre o que achou da declaração dada pelo ator Caio Castro ao programa "Marília Gabriela Entrevista", comentando não ser muito ligado ao teatro, Igor afirmou respeitar a opinião do colega.
"Cada um tem o seu caminho, a sua história. Não existe só arte, existe entretenimento também e existe espaço para todo mundo. A minha história, o meu ponto de vista, o que eu gosto é, sem dúvida, da arte. Gosto do teatro, venho dele, tenho a minha companhia. Eu preciso estudar, se eu não estudar eu enferrujo, eu travo, eu perco a minha potência criativa. Eu acho que às vezes a gente tende a levar o artista como alguém que lida com as coisas de uma maneira improvisada ou intuitiva. O bailarino, por exemplo, se alonga todos os dias, porque se ele não se alongar todos os dias a perna dele não vai chegar onde tem que chegar na hora que ele se apresentar. O violonista pega o violão e trabalha todos os dias algumas horas, senão na hora que for tocar não vai conseguir tirar o som. Nós também. Nosso instrumento é o nosso corpo. Então é preciso que a gente esteja todo tempo em exercício criativo. Isso, para mim, é fundamental", opinou.
