A partir deste domingo (8) as tarde da Globo ganha um novo humorístico, o "Divertics". Dirigido por Jorge Fernando, a atração promete ser uma mistura de quadros com números musicas e performáticos estrelado por Luiz Fernando Guimaraes, Leandro Hassum, David Lucas, Nando Cunha, Ellen Rocche, Rafael Infante, Mariana Armellini, Roberta Rodrigues e Maria Clara Gueiros.

Em conversa ao UOL, Luiz Fernando Guimarães contou que ele mesmo "não sabe ainda a cara do programa", mas viu semelhanças com o extinto TV Pirata, sucesso da década de 80 e 90. Sem contrato fixo com a Globo, o ator garantiu que os programas são mais bem vindos que novelas e revelou que não acha graça em humor político. Leia a entrevista abaixo.

UOL – Pelo vídeo apresentado à imprensa, o "Divertics" parece um programa difícil de definir. Jorge Fernando disse que é feito "80% de esquetes e 20% de vinhetas que apresentam as próximas esquetes...

Luiz Fernando Guimarães - Sinceramente, eu não sei qual é a cara do programa. Eu estou louco para ver, não sei como ele está saindo, mas estou indo na intuição. Esses flashs são muita coisa, são vários programas. Um programa ou outro tem uma homenagem. No caso da Rogéria foi engraçado, porque ela veio e todos os homens vieram de mulher. Mas ali não é uma cena, é uma brincadeira.

Sua trajetória é marcada pelo humor, do "TV Pirata" ao "Os Normais", por exemplo. Onde você acha que o "Divertics" se encaixa?

Tem umas cenas muito boas, parecidas com a TV Pirata, que brincam com o cotidiano. Eu não faço dois tipos de humor: escatológico - nem no 'Os Normais' - e político, porque não acho graça em política. Aliás, acho chatíssimo (sic).

O Jorge Fernando formou um elenco bastante heterogêneo, tem o Infante que está associado mais a internet, a Ellen Rocche e a Roberta Rodrigues que são apostas, até você e o Hassum. Como está sendo essa convivência?

Cada um ter um estilo eu acho bom, acho que dá uma química boa cada um ter vindo de um lugar. Eu já trabalhei com a Ellen, com a Roberta, com o Hassum, com a Clarinha, com todo mundo. A gente bate uma bola na hora, né? Porque dependendo do tom do amigo, você constrói o seu. Você não vem com o espetáculo construído de casa porque não é algo que se repete como em uma novela. O personagem acaba ali.

Você falou em "tom", "estilo" de humor, você já encontrou o seu tipo de humor?

O meu humor é mais baixinho, o Hassum tem a voz alta. Eu já vou por baixo porque acho que a piada é por ali. E nós dois, em cena, nos damos muito bem. São os opostos que se atraem.

Essa contradição não gera nenhum tipo de "ruído" às vezes?

Claro que não. É importante essa contradição nas interpretações para que fiquem mais divertidas. Se for um lado só fica desinteressante. E a Roberta é ótima, a Ellen é como a Cláudia Raia na TV Pirata.

O que você acha que o "Divertics" traz de novo à sua carreira?

Acho que a questão da plateia. Durante muito tempo eu trabalhei sem público na televisão e demorei para aprender isso. Na hora que eu aprendo e colocam um público, eu desaprendo. Eu tento não botar o tom acima, mesmo porque eu não gosto. Acho que os extremos são eu e o Hassum. A gente transita muito bem. Ele está num ponto, eu estou em outro e no meio está o elenco.

Em algum momento você chegou a pensar em não fazer o "Divertics", talvez até por essa questão do público em cena?

Não sou mais contratado da televisão. A Globo me chamou, o Jorginho me chamou muito para fazer esse programa. Eu fiquei em dúvida se faria ou não. Mas eu tenho uma relação muito antiga com o Jorge e vi que ele precisava que eu fizesse. Não sei se para vender melhor o programa para a Globo. Porque às vezes a empresa aceita melhor com determinada cara e eu já fiz muitos programas que posso dizer com muito orgulho que eram meus.

E o "Divertics" você já pode chamar de seu?

Este não é meu, eu coloco a minha cara em um programa que futuramente pode ser nosso. Meu negócio aqui é a atuação