Juliana Lohmann diz levar quase duas horas para se enfeiar para "Joia Rara"
Do UOL, no Rio
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Divulgação/TV Globo
"Monocelha" da personagem é colada fio por fio
Toda vez que chega ao Projac para gravar "Joia Rara", Juliana Lohmann, de 24 anos, leva, em média, duas horas para se transformar na feiosa Belmira, filha mais nova de Arlindo (Marcos Caruso) e Miquelina (Rosi Campos), donos do Cabaré Pacheco Leão. "Demora tanto porque a monocelha da personagem é colada fio por fio. Tem toda uma técnica para deixar uns fios menores que os outros e ficar bem natural. As meninas que fazem as vedetes demoram muito menos tempo do que eu para se maquiarem", contou a atriz ao UOL.
Além da "monocelha" colada fio por fio, Juliana disse que não corta nem faz sua própria sobrancelha há meses. "Também não uso nenhuma maquiagem. Nem para tapar olheira ou espinha. A primeira vez que gravei, estava com uma espinha enorme no rosto. Mas fiz um favor para a personagem. Apareci com a espinha e a deixei ainda mais feia", lembrou, aos risos.
Embora Belmira seja considerada o patinho feio da família, Juliana adiantou que ela vai se transformar em uma linda jovem nos próximos capítulos da trama. "Ela vai ser a feia que fica bonita", entregou a atriz, garantindo que, no momento, a ideia é mostrar todas as suas imperfeições. "Qualquer buraquinho que tenha na minha cara é ótimo para a personagem".
A atriz também comentou sobre a vontade da personagem de ser freira. "Os pais nunca deram muita importância para ela, que se acha muito feia. E ainda nasceu em um lugar cheio de plumas e de mulheres lindas, onde a beleza impera. E ela é totalmente fora desse padrão, é um peixe fora d'água. Acho que ela quer ser freira porque não se enquadra nos padrões do cabaré. É uma maneira de ela sair daquele lugar. Inconscientemente, é uma fuga. Na verdade, acho que existe uma vontade de ser bonita e atrair os rapazes", defendeu, acrescentando que Belmira já está até apaixonada por Nuno (Renato Góes). "Mas por enquanto ele não está nem aí para ela".
Para compor o lado religioso da personagem, Juliana contou ter voltado à infância. "Estudei a vida inteira em um colégio católico. Vivia cercada pelas freiras. Trouxe isso para o meu presente. Também voltei a frequentar a missa e li alguns livros sobre religião".
A atriz afirmou que não tem o menor problema em se enfeiar. "Sou desapegada com o meu cabelo e com o meu rosto. Faz parte da minha profissão. Se tiver que engordar, engordo. Claro que não vou engordar que nem uma maluca. Até porque é muito difícil engordar e depois voltar a emagrecer", reconheceu. Ela também comemorou contracenar com Marcos Caruso e Rosi Campos e disse que tem aulas diárias com a dupla. "Estou sempre aprendendo muito com eles, até mesmo na maneira como eles se comportam longe das câmeras. Tudo para mim é inspirador".
Vivendo na pele a feiúra, Juliana afirmou ser contra a ditadura da beleza, tão comum no meio das celebridades. "As pessoas têm que ser, acima de tudo, saudáveis. E se sentir bem com elas mesmas. Cada um sabe seu limite de gordura e de magreza, por exemplo. Se sou atriz tenho que ser um pouquinho mais magra do que o magro habitual. Já sei e tenho que conviver com isso. Mas acho que nada é saudável se você for além do seu limite. Nada está acima da minha saúde. Nem a minha profissão, porque preciso da minha saúde para trabalhar. Não tem que entrar na piração. Não tem que existir essa ditadura da beleza de uma forma tão forte. Cada um é bonito do seu jeito", defendeu.