Atores de "Pecado Mortal" dispensam dublês em cenas de ação
Renato Damião
Do UOL, no Rio
Mergulhar em um tanque de água, saltar de um carro em movimento ou se arriscar em golpes de artes marciais já se tornaram parte da rotina dos atores da novela "Pecado Mortal". Para darem maior veracidade às cenas de ação, muitos deles têm dispensado os dublês.
"A emoção do personagem no momento da cena, isso ninguém faz melhor que o ator", disse Fernando Pavão, o protagonista Carlão, em conversa com o UOL, ao explicar o porquê prefere fazer ele mesmo as cenas mais difíceis. Para não fazer feio, o ator procurou se preparar fisicamente e as aulas de boxe feitas "a vida inteira" ajudaram, e muito, na hora de gravar.
"O dublê é necessário, por exemplo, em cenas de atropelamento", ressaltou Pavão. No entanto, ele não titubeou na hora de mergulhar em uma piscina amarrado em uma cadeira . "A queda do Carlão na água foi feita por um dublê, mas, na piscina, era eu. Claro que havia uma equipe imensa dando suporte". Para Miguel Nader, o truculento Caravaggio, "o elenco é muito dedicado e está fazendo as cenas melhor que os dublês".
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Dublê é jogado em alto mar em cena de ação
Nader confessou que já "perdeu a mão" alguma vezes. "Já deixei uns roxos em alguns colegas. Acontece de machucar a canela, sangrar, mas é coisa boba, é a emoção da cena", minimizou. Antes das gravações, grande parte dos atores tiveram aulas de muay thai e aprenderam a manejar armas. A equipe de dublês sempre está presente em todas as cenas, e os riscos são bem calculados.
Marcos Pitombo, o Ramiro, afirma que tudo que é feito no set de gravação é cercado de muita segurança, mas imprevistos podem acontecer. "O ideal é que tudo já esteja muito bem estudado, coreografado, para que saia como se espera. Por isso, nessas cenas, a atenção e a concentração no set devem ser redobradas", ressaltou o ator.
Pitombo garantiu dispensar os dublês em quase todas as cenas de ação e luta. Para ele, a oportunidade traz a chance de viver algumas aventuras, como andar pendurado em um helicóptero em cima das Cataratas do Iguaçu e cavalgar na Fortaleza de Niterói.
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Vitor Hugo e Nanda Ziegler: atriz pediu que ator batesse de verdade
"Pode bater"
Vitor Hugo, o delegado Picasso, relembrou que a preparação a que se submeteu não foi nada fácil. Logo na primeira aula de boxe, ele teve uma luxação no pulso.
"Estou acostumado a usar minhas mãos para escrever poesia", disse o ator aos risos. Vitor fez por conta própria aulas de luta e defesa pessoal que são usadas pelo Exército. "Isso ajudou a construir o personagem e colocar meu corpo em uma outra postura", frisou.
Uma das cenas de maior dificuldade, no entanto, não envolveu socos nem tiros, mas um tapa em Xuxú, a dançarina vivida por Nanda Ziegler.
"Precisamos repetir muitas vezes, essa agressividade é totalmente diferente da minha personalidade. Precisava dar um tapa na Nanda, mas não conseguia, fiz nove vezes e não ficou bom. Até que uma hora ela mandou eu bater mesmo", contou Vitor Hugo.
"O [Alexandre] Avancini sempre frisa que a produção de uma novela - que demanda quase um ano - não pode ser comprometida por conta de um take. Então, tudo que é realizado já foi previamente estudado e repetido algumas vezes antes da gravação", finalizou Pitombo.
"Pecado Mortal" é a quinta trama do ator na Record que conta com equipe de dublês coordenada por Jorge Só.