"Arquivo X" faz 20 anos; entenda o programa que mudou as séries de TV

Guilherme Solari

Do UOL, em São Paulo

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    Dana Scully (Gillian Anderson) e Fox Mulder (David Duchovny) em cena de "Arquivo X"

    Dana Scully (Gillian Anderson) e Fox Mulder (David Duchovny) em cena de "Arquivo X"

Em setembro de 1993 estreava na televisão norte-americana um seriado que juntava de maneira inovadora o formato de programas de investigadores policiais com ameaças paranormais, alienígenas e até do próprio governo dos EUA. "Arquivo X" se tornaria uma das séries mais marcantes da TV, influenciando praticamente todos os seriados de mistério ou com temas sobrenaturais.

A série, que comemora seus 20 anos nesta quinta-feira (18) com um painel na San Diego Comic-Con, acompanhava os agentes do FBI Fox Mulder (David Duchovny) e Dana Scully (Gillian Anderson), que eram colocados para investigar os tais "arquivos X", sobre casos considerados insolúveis. Mulder era o que "queria acreditar" e Scully, a cética que servia de contraponto. Novos protagonistas foram apresentados nas últimas temporadas, mas a dupla Mulder-Scully - com uma química impecável - se tornou a verdadeira cara da série.

O golpe genial de "Arquivo X" foi unir um dos formatos mais batidos da TV - a dupla de "tiras" com métodos pouco ortodoxos  - e colocá-lo para enfrentar não bandidos comuns mas mutantes, fantasmas, vampiros, satanistas, demônios. Assim, a série conseguiu tirar a ficção científica do "nicho nerd", levando-a para o grande público.

Era um programa que partia do princípio que todas as teorias da conspiração que existem estão certas, além de inventar as suas próprias. Em seus mais de 200 episódios ao longo de quase uma década - e mais dois longa-metragens para o cinema - "Arquivo X" desenvolveu uma complexa mitologia própria girando em torno da ufologia e segredos do governo. Isso seria uma influência direta para séries que criam universos complexos para os fãs juntarem as peças, como "Lost".

"Arquivo X" alternava entre episódios conhecidos entre os fãs como de "monstros da semana" - com uma ameaça fora do arco maior do seriado - com a história principal de conspiração governamental para ocultar a existência de invasores extraterrestres. A série conseguia, assim, colocar aspectos de horror e humor enquanto avançava aos poucos a trama principal.

Após o final do programa em 2002, diversas outras séries paranormais tentaram preencher o vazio deixado por "Arquivo X", mas poucas duraram mais do que algumas temporadas. Entre os exemplos dos "clones" de sucesso do seriado estão "Supernatural", "Fringe" e "Buffy, a Caça-Vampiros"; mas praticamente qualquer série de investigação mantém alguma influência de "Arquivo X".

É impressionante como uma série iniciada há 20 anos se mantém atual, tendo em vista os escândalos de espionagem interna e externa dos EUA e o clima de paranoia com o governo desta época marcada pelas denúncias do ex-agente da CIA Edward Snowden. Parece que agora, vinte anos após o início de "Arquivo X", a verdade ainda está lá fora.

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