Ator se divide entre comercial e musical baseado em peça de Papa João Paulo 2º
Thiago Azanha
Do UOL, em São Paulo
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Divulgação
Um velho conhecido do público está de volta aos intervalos comerciais após quase sete anos afastado da televisão. Depois de ficar no ar por quatro anos de forma intensa, Fabiano Augusto Pinto decidiu dar um tempo na carreira de garoto-propaganda e resolveu se reciclar como ator.
"Depois de realizar mais de mil comerciais, o que eu menos queria era aparecer. Fui dirigir shows, fazer luz de espetáculo, teatro. Morei mais de um ano em Nova York, onde fui estudar canto e acabei trabalhando como backing vocal num estúdio no [bairro] Queens", contou Fabiano ao UOL sobre seu "sumiço" repentino da telinha.
No final de 2012 ele retornou para a TV, quando apresentou um game show de matemática na TV Cultura. "Sinto falta de TV, pois me amarro nessa linguagem mais popular", disse. Além da experiência como garoto-propaganda, Fabiano Augusto tem uma sólida carreira de ator no teatro. Atualmente está em cartaz com o musical infantil "A História do Incrível Peixe-Orelha", no Teatro das Artes, no shopping Eldorado, em São Paulo.
Em maio ele embarca para o Rio de Janeiro e volta a ensaiar o musical "Enlace, A Loja do Ourives", baseado em uma peça de Karol Wojtyla [o Papa João Paulo 2º] escrita em 1960, quando ele ainda era um Bispo da antiga Cracóvia. O tema gira em torno do amor e o casamento. No ano passado a peça já esteve em cartaz em São Paulo, no Teatro Tuca. "É um musical 100% brasileiro, sem conteúdo religioso, que tenho muito orgulho de fazer parte", contou.
O bom filho a casa torna
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Ator Fabiano Augusto durante gravação de novo comercial que marcou seu retorno à marca
Desde o começo deste mês de março, Fabiano voltou a fazer as propagandas de uma grande loja de varejo do país. Mas, desta vez, aposentou o bordão "quer pagar quanto?" e disse que está à procura de uma nova frase para chamar a atenção do público.
"Acho que aquele bordão não pegaria hoje em dia, até porque não tenho mais aquela mesma energia que tinha no passado. Estamos à procura de um novo bordão", disse o ator.
Questionado sobre o momento de bonança do país quando estreou como garoto-propaganda da marca há dez anos, Fabiano acredita que o momento é outro, sem mais a euforia de consumo do passado.
"Naquele momento [em 2003], tínhamos acabado de eleger 'um homem do povo', e com ele uma promessa de que a pobreza iria ser extinta. E como consequência, começou uma euforia consumista meio fora de controle", disse Fabiano, referindo-se ao ex-presidente Luís Inácio "Lula" da Silva.
Questionado se conseguiu fazer um bom pé de meia com o dinheiro que ganhou para estrelar os comerciais da Casas Bahia, o garoto-propaganda desconversou e disse que as pessoas estranham quando o veem em transporte público.
"Muito se especulou sobre o quanto eu ganhava. Já ouvi coisas absurdas. Hoje moro com conforto e tenho um carrinho na garagem, o que me dá uma certa segurança. Sou um rapaz de hábitos bem simples", disse. "Mas tem gente que estranha quando me vê pegando ônibus. Já ouvi de um cobrador: 'Você não precisa disso!'", brincou.
Fabiano não revela o montante que ganhou para voltar a fazer os comerciais da marca na TV. "Digo que estou ganhando alguns trocados e desconverso, senão o pintor que vai pintar meu apartamento vai me cobrar uma fortuna!".