Atualmente na Record, Samara diz que só sai de casa "se valer a pena"
Carla Neves
Do UOL, no Rio
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Munir Chatack/TV Record
Atriz interpreta Diná na minissérie "José do Egito"
Atualmente no elenco da minissérie "José do Egito", da Record, Samara Felippo - que interpreta Diná na fase adulta. O papel é vivido por Marcela Barrozo na adolescência - afirmou que só sai de casa "se valer a pena". Grávida de seis meses de sua segunda filha com o jogador de basquete Leandrinho, a atriz de 34 anos – que ficou durante 16 anos na Globo – contou que mudou muito desde que se tornou mãe de Alícia, de três anos.
"Agora penso o que vale a pena para me fazer sair de casa. É deixar de ficar com a minha filha, é deixar de ficar com a próxima que vai nascer, é ficar longe desse processo tão maravilhoso que é a criação de um filho", argumentou ela, que tem previsão para começar a aparecer na produção a partir do dia 17 de abril.
Mais seletiva profissionalmente, Samara acredita que sua postura não está na contramão da fama. "Chega uma hora que você pensa: ‘o que você quer da sua vida?’. Acabei escolhendo esse caminho. Não vou parar de atuar, mas para pegar um papel agora tenho que estar muito empolgada. Parei de não saber falar não e gravar de má vontade. Tem horas que você está fazendo um trabalho e pensa: ‘ai, por quê?’. E não quero ser assim. Quero ter vontade de trabalhar", contou.
A atriz revelou que, além de atuar, está se aventurando na escrita, ao lado de algumas amigas. "No momento, minha prioridade é a escrita. Estou roteirizando. Não posso adiantar nada ainda. Estamos no processo de descobrir para onde vai a história. Se vira um longa, uma série ou uma peça de teatro. Mas vai sair no meio do ano, se Deus quiser", torce.
Samara afirmou que Diná é um papel que a faz ter vontade de sair de casa. "Ela é instigante. É a única irmã de José, que sofre com a falta de amor e fé quando é violentada por Siquém (Paulo Nigro). Enfim, é um personagem bem bacana e profundo", elogiou.
Embora tenha sido estuprada por Siquém, Diná casa-se com ele. Mas seus irmãos não admitem o casamento e, como vingança, matam o rapaz e todos de sua família. "Eles matam filhos, pai, mãe. Então além da culpa do massacre, a Diná carrega o trauma do estupro (que aconteceu no primeiro capítulo da minissérie). É uma sequência de acontecimentos que a fazem ficar sem fé em Deus, sem fé no amor e se fechar para a vida", adiantou.
Samara revelou que Diná vive para os pais: Jacó (Celso Frateschi) e Lia (Denise DelVecchio). "E ela não abre o coração. Para ela, Deus não existe. E assim fica a vida dela até mais velha, quando aparece Gibar (Caetano O’Maihlan)", acrescentou.
"Ela decide deixar o Gibar entrar na vida dela, mas ele demora anos para conseguir conquistá-la. Ele tem a paciência de esperá-la por muitos anos, só que um dia resolve virar as costas. É aí que ela vai atrás dele", disse ela, contando que Diná vai engravidar de Gibar.
Apesar de o papel ser denso, Samara garantiu não levar a carga emocional de Diná para casa. "A Diná é carregada dessa coisa dolorida, mas não é má. Ela é boa. Tenho a carga emocional forte, mas não é uma carga negativa. Ela não me deixa para baixo", explicou.