Na apresentação do Oscar, Globo apresenta dublagem melhor que a TNT
James Cimino
Do UOL, em São Paulo
Embora a transmissão da Globo dos prêmios Oscar tenha começado apenas depois do "Fantástico" e do "BBB" e deixado de fora os primeiros prêmios distribuídos pela Academia, mostrou uma tradução excepcionalmente boa de Ana Viana.
Com pouco atraso e com pouquíssimas frases engolidas, deu ao telespectador a oportunidade de sair do canal a cabo TNT e parar de ouvir traduções desnecessárias como "garotas Bond", Rubens Edwald Filho comentando em cima dos discursos ou a tradutora tão atrasada que era impossível de entender o que se dizia tanto em português quanto em inglês.
Já os comentários de José Wilker careciam daquele conhecimento enciclopédico que todo comentarista de cinema tem que ter durante uma apresentação como essa. Quando houve empate na categoria edição de som, entre "Skyfall" e "A Hora Mais Escura", por exemplo, Wilker disse "achar" que isso já tinha acontecido. Um bloco depois, após uma pesquisa da produção, "lembraram-se" de que houve empate entre Katherine Hepburn e Barbra Streisand em 1969 e entre os atores Fredric March e Wallace Beery em 1932.
Wilker também comentava premiações com adjetivos ("merecido", "esperado") que pouco informavam ao telespectador a importância do prêmio ou do premiado. Em outro momento, falou logo após a performance de Adele para "Skyfall" que tema de 007 era como samba-enredo. As metáforas carnavalescas continuaram quando o ator brasileiro se referia à cena inicial de "Os Miseráveis" como "abre alas".
Já Maria Beltrão estava mais preparada, com estatísticas da premiação na ponta da língua, mas também fazia alguns comentários curiosos, como por exemplo sobre o Oscar de fotografia para "As Aventuras de Pi": "Muito realista", para um filme que é uma fábula.