Ator que faz Russo confirma morte de Jéssica e torce para que personagem não fale ao morrer

Carla Neves

Do UOL, no Rio

  • TV Globo/Raphael Dias

    14.nov.2012 - Adriano Garib é Russo em "Salve Jorge"

    14.nov.2012 - Adriano Garib é Russo em "Salve Jorge"

Intérprete do impiedoso Russo em "Salve Jorge", Adriano Garib confirmou que os dias de Jéssica (Carolina Dieckmann) estão contados na trama das nove. O ator de 47 anos – que começou a se preparar para viver o vilão cerca de três meses antes de a novela estrear – contou que a personagem ainda não foi morta porque trata-se de ficção.

"Outro dia estava gravando uma externa na Lapa [Rio de Janeiro] e um travesti me disse: 'se fosse na real, a Jéssica já teria morrido faz tempo com um tiro na cabeça. E seria encontrada na rua, perto de um caminhão de lixo, com o passaporte no peito'", afirmou ele em entrevista ao UOL.

Garib revelou, no entanto, que Russo vai matar Jéssica nos próximos capítulos da novela. E contou até como torce para que seja a cena do assassinato.

Outro dia estava gravando uma externa na Lapa [Rio de Janeiro] e um travesti me disse: 'se fosse na real, a Jéssica já teria morrido faz tempo com um tiro na cabeça. E seria encontrada na rua, perto de um caminhão de lixo, com o passaporte no peito'

Adriano Garib, ator, sobre o tráfico humano

"Quando o Russo for matar a Jéssica, vou torcer para a Glória [Perez, autora] escrever uma cena em que ela não fale nada", disse ele, explicando que, ao contrário do que aparece na novela, inexiste conversa e/ou relação entre os traficantes e as traficadas.

 

"É bem mais brutal que na novela, que é ficção. Os caras não perdem tempo. Sacam a arma e dão logo um tiro na cabeça das meninas. Os russos e os colombianos são os mais violentos", afirmou.

 Para encarnar o vilão do horário nobre, Garib assistiu a filmes sobre prostituição e tráfico internacional de pessoas, entre eles "Tráfico Humano", de 2005, e "A Informante", de 2010. "Esses dois filmes foram bem esclarecedores", contou ele, acrescentando que encontra muita gente na rua que duvida que o tráfico humano exista.

"Tem gente que não acredita. Mas existe. Tem umas meninas que vão para se prostituir de fato, mas não imaginam que serão escravizadas. A novela mostra como os traficantes operam", disse.

Embora defina Russo como um vilão "hediondo e medonho", Garib afirmou que o traficante tem um lado humano.

"Ele é um cara como outro qualquer. Tem um certo nível de psicopatia que dá a ele uma frieza necessária. Mas ele tem ‘sex appeal’. Ele é brutal, mas tem lá seu charme", defendeu.

Garib disse que o personagem mostra esse lado humano nas cenas em que aparece com seu gato e também quando fica "manso" perto de Lívia (Claudia Raia).

"Com a Lívia, o Russo é um trombadinha de quinta. Na rua as pessoas falam: ‘você não pode ser tão subserviente a Lívia’. Mas ele é só um empregado dela, ele é um cachorrão dela. Só", explicou.

Questionado se tem instigado a raiva do público, Garib disse que só ouve falar que sentem raiva dele. Mas nunca ouviu de ninguém que o odeia.

"Só ouço falar que estão com raiva de mim. As reações são basicamente duas: ou as pessoas me cumprimentam, dizem que estou dando um show, ou eventualmente falam: ‘e aí, Russo! Me leva para aquele bordel’. Os rapazes principalmente pedem isso por causa das meninas, que são lindas", contou.

O ator lembrou do dia em que foi à gravação do especial de fim de ano do Roberto Carlos e foi abordado por uma senhora. "Ela me disse: ‘nossa, você é tão educado e polido. Tão diferente do seu personagem. A gente vê que você é um artista mesmo’. É muito bom de ouvir. Mas acho muito engraçado esse tipo de ingenuidade", contou ele, revelando que em comum com o Russo só tem a agitação.

  • TV Globo/Alex Carvalho

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Apesar de ter 30 anos de carreira, Garib contou que sempre se dedicou mesmo ao teatro. Para ele, que já fez participações em "Salsa e Merengue", "Duas Caras" e "Vidas em Jogos", da Record, Russo é "sua primeira grande experiência na TV".

Questionado sobre a responsabilidade de substituir os vilões da bem-sucedida "Avenida Brasil", Garib mostrou-se tranquilo.

"É claro que só vejo vantagem. O Max [Marcello Novaes], a Carminha [Adriana Esteves], o Nilo [José de Abreu] e o Santiago [Juca de Oliveira] deixaram uma avenida aberta para nós. O Max, o Nilo e a Carminha viraram heróis, de certa forma. O único que morreu tardiamente foi o Santiago", disse ele, contando que acompanhou toda a trama de João Emanuel Carneiro.

"Adorei quando o Max mandou aquela banana para a família do Tufão [Murilo Beníco]. A Carminha a mesma coisa. E a morte do Nilo foi terrível, fiquei com dó dele. Ele tinha carisma, fazia a gente rir", contou.

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