Por conta de sua emoção, simplicidade e profundidade ao cantar “Naquela Mesa”, Everton Maciel, 22, conquistou não só Fafá de Belém na quinta edição de “Ídolos”, mas Supla e os telespectadores que assistem ao reality show. “Fiquei orgulhoso e surpreso ao ver a Fafá chorando. Não sabia que as pessoas achavam bonito e gostavam tanto quando me ouviam cantar”, comemorou o jovem em entrevista ao UOL, por e-mail.

Depois de levar a cantora Fafá às lágrimas durante a audição em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Everton foi aprovado para as fases eliminatórias que ocorrerão em São Paulo e que serão exibidas a partir da segunda quinzena de outubro, na Record.

Comparado a Cartola, Nelson Cavaquinho e Zeca Pagodinho, o gaúcho começou a se interessar por música aos cinco anos de idade e tem como inspiração “mulheres do samba”, como Elizeth Cardoso, Dalva de Oliveira, Clara Nunes, Beth Carvalho e Leci Brandão. “Dentre todas elas a que me inspira mesmo e que mais me toca é a Alcione”.

“O primeiro disco que eu ouvi foi ‘Alma e Corações’, da Alcione, lançado em 1983, comprado pela minha avó. Fiquei tocado com a canção ‘Um ser de luz’, uma homenagem a Clara Nunes. Até hoje é o meu álbum favorito”, conta o artista, que sonha em conhecer a cantora.

Sem nunca ter imaginado participar de um reality show, Everton foi inscrito pelos amigos e tem como meta se consagrar na carreira musical. “Quero seguir como cantor, gravar um disco e conhecer duas cantoras que admiro muito: Alcione e Beth Carvalho. Além de criar uma casa de samba em Porto Alegre e ajudar minha família”, revelou o jovem, que foi abandonado pelo pai ainda criança.

Por conta de sua paixão pelas rodas de samba, ele teve que terminar um casamento, porque sua companheira não aceitou o fato de ele sair todos os finais de semana.

“Tenho uma relação de amor com a música e a coloco à frente de algumas coisas que eu amo. Inclusive, já perdi um casamento por conta desse amor. O relacionamento também se desgastou por conta das cantadas que recebia ao me apresentar”, conta o músico sobre o assédio das fãs.

Disputa

Apesar de ter o samba como preferência, Everton tem um estilo parecido ao do rei do pop Michael Jackson - chapéu e lenço para compor o visual. Sobre as fases eliminatórias que enfrentará ao lado de mais 14 concorrentes, o jovem mostra flexibilidade para cantar qualquer tipo de canção.

“Escuto de tudo. Tudo o que é brasileiro, como Maria Gadú, Chico Buarque, Maria Bethânia, Beth Carvalho, Casuarina; internacionais gosto de Etta James, Michael Jackson e Stevie Wonder”.

Influências

Sempre acompanhado por amigos mais velhos, o músico sofreu para ser aceito na turma da velha guarda. “Aprendi muito com os meus amigos de bar, embora tenha sofrido preconceito no início. Pensa um ‘guri’ de 12 anos cantando no meio de pessoas com 50 anos de carreira. Faziam pouco caso, outros me mandavam ir jogar videogame.

Com um cotidiano agitado em Porto Alegre, o gaúcho define sua vida como “inusitada”. “Ao mesmo tempo em que sou muito sério e correto, de repente sou o mais maluco e bagunceiro. Fico de mau humor quando não saio à noite. Tenho que sair de segunda a segunda. Gosto de ficar com meus amigos, sentar em uma praça, tomar um bom vinho, caminhar pelas ruas cantando com a minha turma, e claro, não pode faltar a paquera.“