Avenida Brasil

Atriz que vive Begônia em "Avenida Brasil" frequentou reuniões dos Narcóticos Anônimos

Ana Paula Hinz

Do Pop Tevê

  • Luiza Dantas /Carta Z Notícias

    Carol Abras interpreta Begônia em "Avenida Brasil"

    Carol Abras interpreta Begônia em "Avenida Brasil"

A maturidade de Carol Abras se manifesta fortemente em seu trabalho. Em alguns momentos, até mesmo fisicamente. Na pele da intensa Begônia, de "Avenida Brasil", da Globo, a atriz imprime uma imagem de mais velha. Mas basta vê-la pessoalmente para perceber que a energia e as feições são compatíveis com seus 24 anos. A postura e a atuação em cena causam essa diferença, que pode ser benéfica, mas também tem seu lado negativo. "Se eu tiver de interpretar uma pessoa mais jovem, talvez isso traga dificuldades", pondera a atriz, que também tem interesse em fazer personagens com idades bem diferentes da sua. "Eu gosto de sair do padrão, então seria interessante poder fazer alguém de 18 anos tanto quanto alguém de 30. Acho importante sair da zona de conforto", avalia.

Na novela, Carol encarna a irmã adotiva da protagonista Nina, de Débora Falabella, e comemora as particularidades do papel. Uma delas é o sotaque. Como Begônia é de uma família argentina, a atriz eventualmente diz algumas palavras hispânicas e já apareceu falando em espanhol. "Seria complicado para o público entender os diálogos em outra língua, então as duas irmãs são bilíngues e se comunicam em português", descreve. Como já falava espanhol, a atriz  não precisou se dedicar muito. Mas usou uma viagem já marcada à Argentina e ao Chile para treinar. "Aproveitei para ouvir e falar bastante. Até me proibi de falar português nesse período", conta.

Suas primeiras cenas também foram na Argentina. Em Mendonza, cidade do Oeste do país, a atriz gravou as sequências que mostram a vida de Nina antes de decidir voltar ao Brasil para se vingar da ex-madrasta, Carminha, encarnada por Adriana Esteves. "A paisagem da região é linda e as pessoas de lá foram muito receptivas", relembra. Depois de participar do início do folhetim, Carol ficou alguns meses sem gravar. Há pouco tempo, porém, sua personagem veio para o Brasil atrás da irmã adotiva e a partir de agora fica até o fim da trama. "Desde o início, eu sabia que ia voltar. Então, foi bom para me preparar e acompanhar o que estava acontecendo na história", revela.

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Begônia viajou ao Brasil após um período internada em uma clínica de reabilitação. E, apesar de ainda não ter tido muitas cenas mostrando a perturbação mental causada pelas drogas, a atriz quis conhecer melhor quem enfrenta o problema. Para isso, frequentou reuniões dos Narcóticos Anônimos e visitou clínicas especializadas. "É uma realidade muito forte. Poder ouvir e conversar com especialistas e pessoas que têm esse tipo de vício foi um grande aprendizado", destaca. "Acho importante entender bem o universo da personagem para poder defendê-la com propriedade", completa.     

Antes de fazer a novela de João Emanuel Carneiro, a atriz já tinha participado de outras produções como "Paraíso", "Tempos Modernos" e, mais recentemente, "Morde & Assopra". No último folhetim, na  pele da  malvada Tânia, teve um bom retorno do público, mas nada comparado ao atual papel. "As pessoas querem saber o que vai acontecer com a Begônia, mas isso nem eu sei", diverte-se. Mesmo com a enorme repercussão do folhetim – que tem marcado picos de 51 pontos no ibope –, Carol não quer imaginar se a oportunidade vai ou não representar um crescimento de sua carreira na tevê. "Prefiro não projetar muito o futuro. Quem é ator sabe que a profissão é extremamente instável", frisa.

Para seu alívio, trabalhos não faltam. Além de "Avenida Brasil", a atriz está prestes a lançar o filme "Augustas", de Francisco Cesar Filho, em que interpreta uma prostituta. No cinema, aliás, já fez várias personagens viscerais. Como a masculinizada traficante Marcin do filme "Se Nada Mais Der Certo", de José Eduardo Belmonte. "Depois da novela, vou fazer outro filme com o Belmonte", revela, citando o longa que está sendo provisoriamente chamado de "A Magia do Mundo Quebrado".

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