Avenida Brasil

Eliane Giardini diz que Muricy de "Avenida Brasil" só está com a Adauto por conta de vingança

Luana Borges

Do Pop Tevê

  • Divulgação/Globo

    Muricy (Eliane Giardini), Adauto (Juliano Cazarré) em cena de "Avenida Brasil" (22/6/12)

    Muricy (Eliane Giardini), Adauto (Juliano Cazarré) em cena de "Avenida Brasil" (22/6/12)

A teledramaturgia constrói estereótipos. Não é à toa que muitos atores costumam interpretar papéis semelhantes ao longo da carreira. Eliane Giardini começou na tevê com personagens densas e mais dramáticas. Foi só quando viveu a Nasira de "O Clone", exibida pela Globo em 2001, que descobriu uma veia cômica em si mesma. "Esse papel me deu esse registro de humor que nem eu sabia que tinha", surpreende-se.

De lá para cá, a característica tem sido bem explorada. E agora, na pele da Muricy, em "Avenida Brasil", Eliane protagoniza cenas engraçadas na maior parte do tempo. "É a parte leve da novela. Dá uma contrabalançada", avalia ela, que percebe o carisma de seu papel nas ruas. Recentemente, na Prainha – Zona Oeste do Rio de Janeiro – gravou a volta da família de Tufão, de Murilo Benício, de Cabo Frio. Estavam todos dentro de uma Kombi e por onde o grupo passava, chamava atenção das pessoas. "O pessoal gosta muito da família. Acho que no nosso núcleo temos dois personagens: o da gente mesmo, individual, e o da família, que também é um personagem", ressalta.

  • Em "Avenida Brasil", Muricy foi casada com Leleco, mas se separaram. No capítulos atuais, eles são amantes e traiem seus respectivos

Para encarnar o jeito mais escrachado de Muricy, Eliane observou gente que conhece, como algumas tias e primas. Mas, para a atriz, fazer uma composição minuciosa na tevê não é o mais importante. Afinal, são meses de trabalho diário, com um ritmo acelerado de produção. Por isso mesmo, é complicado manter uma construção do papel feita previamente. "Na televisão, não há muito espaço para grandes composições. Acaba que os personagens vão ficando muito com a forma da gente", analisa ela, que procura concentrar os esforços para tornar sua interpretação o mais natural possível.

"É preciso acreditar que aquilo que aquela pessoa está dizendo não é um texto decorado", diz. Mas o figurino também é um elemento que ajuda bastante. Sempre com roupas espalhafatosas em cena, é impossível para Eliane ficar imune a tanta extravagância. "Se você coloca uma roupa com estampa de onça cor-de-rosa, uma aranha no pescoço e um cabelo de escova, você tem de acompanhar isso", frisa, aos risos.

Na trama, Muricy tem encontrado Leleco, de Marcos Caruso, às escondidas. Os dois, que eram casados no início da novela, se separaram depois que o pai de Tufão se interessou por uma moça bem mais jovem, Tessália, de Débora Nascimento. Para não ficar atrás, Muricy engatou um namoro com Adauto, de Juliano Cazarré, também bem mais novo que ela. "Muricy arrumou um parceiro mais em função de uma vingança do que qualquer outra coisa, mas acabou sendo bom na história", avalia. Essa reaproximação do ex-casal, inclusive, estava prevista na sinopse do folhetim e tem rendido boas cenas. Afinal, é fácil notar a sintonia entre Eliane e Caruso. O entrosamento é de longa data. Os dois, que vieram do teatro, são amigos e já fizeram par romântico na tevê, em "Tempos Modernos", que foi ao ar em 2010. "Tem uma intimidade entre a gente muito saudável e uma liberdade de pedir coisas que não se pede a qualquer ator", destaca.

Eliane também tem uma boa abertura com a direção de Ricardo Waddington e com o autor João Emanuel Carneiro. Tanto que, volta e meia, solta alguns cacos. "Cada um já está muito apropriado de seu personagem para brincar", conta. A conversa entre os membros da família em voz alta foi outro elemento que surgiu ao longo dos capítulos. Como o núcleo representa uma família do subúrbio, as pessoas naturalmente falam de um jeito menos polido. E isso acabou crescendo dentro da história. "Começou a ter um bom resultado e foi aumentando, aumentando... Estou tomando cuidado para não extrapolar", afirma.

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