Cheias de Charme

Jayme Matarazzo revela que teve medo de ficar conhecido como ator de mocinhos

Manu Moreira

PopTevê

  • Pedro Paulo Figueiredo / Carta Z Notícias

    No ar em "Cheias de Charme", Jayme Matarazzo revela que teve medo de ficar conhecido apenas como "mocinho" (11/7/12)

    No ar em "Cheias de Charme", Jayme Matarazzo revela que teve medo de ficar conhecido apenas como "mocinho" (11/7/12)

Com uma sequência de tipos românticos no currículo, como o espírito Daniel em "Escrito nas Estrelas" e o príncipe Felipe em "Cordel Encantado", Jayme Matarazzo interpreta pela primeira vez um tipo popular e revela que teve medo de ficar estereotipado como ator de personagens mocinhos. No ar na novela "Cheias de Charme", ele vive o grafiteiro alternativo Rodinei, que começa a ser reconhecido entre os artistas plásticos.

"O maior segredo foi mergulhar na cabeça deles (grafiteiros) e esquecer um pouco o traço. Claro que aprendi a grafitar, foi um laboratório intenso, mas eu precisava entender essa forma de expressão", explica Matarazzo. 

PopTevêO seu personagem em "Cheias de Charme" é o primeiro que foge do perfil "bom moço”. Essa diferença foi fundamental para que você aceitasse o papel?
Jayme Matarazzo – Com certeza isso contribuiu, além do fato de encarar algo bem diferente daquilo que já vivi. Mas acho que existem diversos motivos que também me fizeram aceitar. Um deles é o fato de eu ainda estar começando na carreira. Então, o que vier pela frente, que eu me sinta apto para fazer, tenho obrigação de aceitar. Outra questão que pesou muito na hora de topar foi trabalhar com uma equipe bem diferente. Conhecer outro time nos bastidores é um aprendizado. Isso me dá um certo alívio. Saber que pude circular, sem estar sempre cercado pelas mesmas pessoas.

PopTevê – Além da diferença no perfil do personagem, você apareceu pela primeira vez com um visual bem diferente. Isso ajudou a compor o Rodinei?
Jayme Matarazzo – O público estava acostumado a me ver com o cabelo maior, cheio de cachos, e com um visual que mostrava um menino mais certinho, bonzinho. Acho que foi importante essa mudança radical. A caracterização de cabelo e figurino me ajudaram muito nesse processo. E, quando dá para ter uma fuga do seu último trabalho, é ótimo. Ajuda as pessoas a esquecerem o outro papel. Mas a mudança também é ótima para dar uma alma maior e única ao personagem. Como o Rodinei é um moleque sem muita vaidade, como eu, o cabelo raspado é a solução. O bigodinho, cavanhaque, os óculos, as roupas, isso tudo é mais para o lado urbano do grafiteiro. 

  • Jayme Matarazzo em cena de "Cordel Encantado"

PopTevê – Para interpretar o Rodinei você teve de fazer laboratório com grafiteiros. Foi complicado?
Jayme Matarazzo – Eu sempre gostei muito de arte e de grafite. Ter a chance de mergulhar mais nesse universo é interessante. Uma coisa é apreciar o grafite outra coisa é saber quem são essas pessoas. Mais interessante até que ver a estética é entender o porquê do trabalho. O que eles querem dizer, a interação com a rua... Mergulhei não só na arte, mas na cabeça e ideologia de diferentes tipos de artista, de diferentes camadas sociais. Como grafite é uma arte completamente livre, qualquer um pode usar a rua como tela, todas as camadas sociais participam. Vejo histórias singulares. Cheguei a fazer alguns na rua também. Algumas vezes ligo para o Sergio Malheiros, que faz um parceiro do Rodinei na história, e chamo para fazer uma pintura. Já tem algumas coisas espalhadas por aí que são nossas.

PopTevê – Você já declarou que tem vontade de começar a trabalhar nos bastidores das produções. Existe algum projeto encaminhado para essa área? 
Jayme Matarazzo – Sempre me interessou o trabalho de diretor. Gosto de criar adoro comandar equipe, coordenar. É um desejo no qual estou trabalhando e aprendendo. Estou me movimentado para fazer um documentário sobre grafite. Acho que é a minha maneira de homenagear e de mostrar um pouco desses artistas que me ajudaram tanto para a novela. É um tema que não é muito explorado no Brasil, mas que interessa. Mas isso é para depois da novela. Na minha vida faço uma coisa de cada vez. 

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