Humberto Carrão reúne uma lista de "bons moços" em seu currículo. No ar como o apaixonado Elano em "Cheias de Charme", o ator interpretou um filho dedicado em "Ti-Ti-Ti" e estreou na tevê como Caio, um vilão que terminou a temporada como o mocinho em "Malhação". "Foi uma trajetória legal. Mas acho que cada personagem tem sua peculiaridade", defende. Na trama das sete da Globo seu personagem está diretamente envolvido com duas "empreguetes". Ele é o irmão e "braço direito" de Penha, vivida por Taís Araújo, e nutre uma paixão inocente por Cida, vivida por Isabelle Drummond. "Acho que a história dele, essa paixão pela Cida, muito bonita. É algo puro, não sei. Acho que vai ser um casal bacana, bonito de se ver", torce.

Pop Tevê – Como foi a sua preparação para interpretar um advogado recém-formado?
Humberto Carrão – Eu tenho um irmão advogado. Peguei muitas referências dele. Principalmente essa vontade de fazer justiça que o Elano tem. O rigor com o a lei, com o que é certo, foi muito inspirado no comportamento dele. Já para as cenas em tribunal, que serão mais constantes agora, procurei ver posturas, gestos, em alguns filmes. Assisti a "O Povo Contra Larry Flint", "Anatomia de um Crime", "Testemunha de Acusação", "Milk", "A Firma", e vários outros.

Pop Tevê – Na novela, o seu personagem era um menino pobre, que conseguiu se formar em Direito e engrenar em uma carreira bem-sucedida. Como você trabalha e analisa essa trajetória do Elano?
Humberto Carrão – O que eu acho mais legal nesse personagem é justamente mostrar que é possível correr atrás e conseguir. Mas acho que esse não é um recado para as pessoas que não venceram e ainda precisam tentar e sim para o governo, que não investe o que deveria na educação. Se existem lindos exemplos como ele, de pessoas que conseguem, apesar das dificuldades, conquistar "um lugar ao sol" e  se dar bem na vida profissionalmente, o mérito é todo de quem correu atrás. Com a falta de incentivos do estado, isso se torna muito complicado.

Pop Tevê – Você estreou na tevê como um vilão que acabou virando o mocinho da trama em "Malhação", emplacou outro bom-moço em "Ti-Ti-Ti" e agora interpreta um tipo bom caráter em "Cheias de Charme". Você gosta de fazer esse tipo de personagem?
Humberto Carrão – O Elano se assemelha com o Luti, de "Ti-Ti-Ti", no lado do caráter e no papel importante que exerce na família. Eu gosto mesmo é de trabalhar. O antagonista de 'Malhação' também chegou a mostrar a vilania, mas fechou a trama como o mocinho. Eu gosto de fazer tudo. Acho interessante ter material pra trabalhar, para estudar. Não quero de jeito algum ser taxado como mocinho e que só posso isso. Mas cada personagem, por mais mocinho que seja, tem um referencial, tem um porquê, tem um contexto. O mais legal é ter um personagem rico para trabalhar.

Pop Tevê – Você está no final da faculdade de Cinema mas ainda não teve oportunidade de trabalhar em um longa. Como é a sua relação com esta arte?
Humberto Carrão – Cinema é a coisa que mais amo na vida. Se eu tivesse que escolher uma única coisa para fazer por toda minha vida, não tenho dúvidas de que seria o cinema. Gosto de entender, conversar, estudar isso. Acredito que acabaria trabalhando como ator nos longas. Mas também tenho uma pretensão muito grande de dirigir. Vou correr atrás para que tudo isso funcione.