"Se fosse para o cinema, seria um Scorsese", diz Heitor Martinez sobre o texto de "Máscaras"
Carla Neves
Do UOL, no Rio
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Munir Chatack/Record
Heitor Martinez em cena de "Máscaras" (abril/2012)
No ar como o obscuro Martim Salles de “Máscaras”, Heitor Martinez anda encantado com o texto da nova novela das dez da Record. “Li os 18 primeiros capítulos da história como se fosse um livro. É uma trama que realmente te agarra, com muito suspense. Se fosse para o cinema, seria um Scorsese”, afirma, referindo-se ao cineasta norte-americano.
Para compor o personagem, que está envolvido com uma organização que tem um projeto ambicioso de ocupação de terras, Heitor conta que tem se baseado apenas no texto de Lauro César Muniz. “Leio e penso. Acho que o trabalho do ator é tentar se imaginar naquela situação. A televisão é um trabalho cruel porque você começa um trabalho sem saber o que está fazendo”, argumenta.
O ator admite que ficou muito perdido nas primeiras cenas que gravou. “Depois o personagem vai se mostrando. Aos poucos ele vai aparecendo, no convívio com os colegas, nas cenas. Quanto mais cenas você tiver, mais você se apropria dele. O trabalho em televisão, em novela especificamente, não é fácil. Você vai pegando o personagem aos poucos”, defende.
Além de “Máscaras”, Heitor também está no ar em “Vidas Opostas”, que está sendo reprisada na emissora. Embora esteja gravando muito a atual trama das dez, ele conta que, sempre que pode, assiste à novela de Marcílio Moraes, exibida pela primeira vez em 2006. “Estou revendo ‘Vidas Opostas’ feliz. Feliz pelo trabalho de algum tempo e pelo fato de a novela ainda ser tão atual. O Jackson um divisor de águas na minha carreira e aqui na Record”, afirma, referindo-se ao vilão.
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Heitor Martinez em cena de "Vidas Opostas" (2006)
O ator revela que tem o costume de acompanhar seu trabalho no ar. “É fundamental para a construção do personagem, para você ver onde pode melhorar, o que fez de errado”, explica, garantindo que, ao contrário de Jackson, Martim não deve cair no gosto do público. “O Martim é mais misterioso, não é tão claro. Como ele pode seguir qualquer caminho, ele não vai ser de fácil digestão”, compara.
Questionado se “Máscaras” vai conquistar o público masculino – como aconteceu com “Poder Paralelo”, do mesmo autor –, Heitor já tem sua opinião formada. “A gente tem três personagens femininos muito fortes na trama, que são a Maria (Miriam Freeland), a Manu (Gisele Itié) e a Nameless (Paloma Duarte). São três figuras muito fortes que vão conduzir a história também. De repente até mais do que os garotos. Mas como os garotos mexem com armas... (risos). Ao mesmo tempo, tem uma organização terrorista, que visa de alguma maneira aniquilar a democracia. Acho que o público masculino vai gostar. Pela beleza das mulheres, se eles não gostarem, que mudem de canal”, brinca.