Cheias de Charme

Em "Cheias de Charme", Marcos Palmeira diz que seu personagem foi baseado em Azambuja de Chico Anysio

Daphne Nery

Do Pop Tevê

  • Montagem

    Azambuja, personagem de Chico Anysio, serviu de inspiração para Sandro, interpretado por Marcos Palmeira em "Cheias de Charme"

    Azambuja, personagem de Chico Anysio, serviu de inspiração para Sandro, interpretado por Marcos Palmeira em "Cheias de Charme"

Marcos Palmeira não precisou buscar muito longe a inspiração para seu papel em "Cheias de Charme", nova novela de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira. Para viver o malandro Sandro, Marcos se inspirou em um dos personagens do tio, Chico Anysio. "Quando recebi o personagem, percebi que ele tinha um clima meio do Azambuja. É um malandro que sempre se dá bem, tem um toque de humor nesse sentido", explica. Na trama, Sandro é um pedreiro "encostado", que inventa desculpas para não trabalhar e vive às custas da esposa, Penha, de Taís Araújo. "Ele se aproveita da mulher trabalhadora, mas não tem muita consciência dessa maldade. A mulher não consegue largar ele, ele dá conta do recado e é um ótimo pai",  defende.

O gosto pelo samba e por churrasco são algumas das poucas características que aproximam Marcos de seu personagem. O jeito tranquilo do ator em nada remete à personalidade do folgado Sandro. "A gente usa um pouco de malandragem na vida. Mas eu tenho um caráter diferente", analisa ele, que acredita no poder de fascinação de Sandro. "O público é quem vai dizer se ele é carismático ou não. Mas acredito que é isso que segura o relacionamento dele com a Penha", conta.

Acho que a novela tem tudo para emplacar, nesse sentido de sair dessa coisa altamente burguesa e mostrar uma coisa mais popular, que é a nossa cara, a cara do Brasil mesmo

Marcos Palmeira sobre "Cheias de Charme"

Pop Tevê – A classe C, de uma forma geral, tornou-se o público-alvo das novelas. E o seu personagem também tem um forte apelo popular. Como você analisa isso?
Marcos Palmeira – Eu acho que condiz com o momento que a gente está vivendo, com essa classe ascendente começando a ter mais acesso a algumas coisas, começando a se manifestar mais. Vai ter muita manifestação cultural na novela. Como a música, as artes plásticas através do grafite, as pinturas de rua. Acho muito bacana, muito pertinente nesse momento. Fico feliz de fazer parte desse núcleo, de morar na favela, de ter essa pegada mais popular. Acho que a novela tem tudo para emplacar, nesse sentido de sair dessa coisa altamente burguesa e mostrar uma coisa mais popular, que é a nossa cara, a cara do Brasil mesmo.

Pop Tevê – O seu personagem seria flamenguista, mas acabou sendo vascaíno, assim como você. Foi um pedido seu?
Marcos Palmeira – A novela das oito já tem um flamenguista. Se tivesse alguma necessidade dramática de o personagem ser flamenguista, eu não teria problema algum em fazer. Mas, como não tem, é mais fácil para mim trabalhar como vascaíno. O Murilo Benício é que está sofrendo. É botafoguense e está fazendo um flamenguista (risos). Não fiz nenhuma imposição, mas o autor disse que ele poderia ser torcedor de qualquer clube. Então, o Vasco, para mim, é melhor.

Pop Tevê – Em "Fina Estampa", última novela das nove, o Baltazar, personagem do Alexandre Nero, também seguia essa linha de abusar da esposa. Era para ser um personagem odiado, mas acabou conquistando o público. Você acha que seu personagem, apesar de enganar a mulher, pode ter esse tipo de destaque?
Marcos Palmeiras – Não sei. É difícil, no início da novela, entender o que vai se passar na cabeça do espectador. Eu ainda estou criando, o personagem está nascendo, tem um caminho ainda. Os autores ainda estão descobrindo e agora que vamos ter um "feedback" do que eles estão vendo. Não tenho nenhuma pretensão nesse sentido. Não entrei na novela para ser o protagonista, pelo contrário. Eu entrei pra contar a história desse cara nessa realidade ali que me interessou.

Pop Tevê – Você fez muitos papéis com perfil de galã. O Sandro é diferente?
Marcos Palmeiras – Eu não tenho uma preocupação com a imagem nesse sentido de ser o galã da novela. O Sandro tem uma relação com a Penha que transmite virilidade. Mas, esteticamente, eu acho que não existe essa preocupação. Ele usa um bigodinho, um chapéuzinho afundado na cabeça, ele foge ao tipo do mocinho. Mas, para mim, ele é um mocinho.

 

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