Máscaras

Em "Máscaras", Dado Dolabella abandona o clichê "bad boy" para viver um gênio bígamo

Gabriel Sobreira

Do Pop Tevê

  • Luiza Dantas/Carta Z Notícias

    Dado Dolabella está no elenco na novela da Record "Máscaras"

    Dado Dolabella está no elenco na novela da Record "Máscaras"

Tem atores que emendam novelas sem ao menos ter um intervalo mínimo para descanso. Outros priorizam focar em projetos paralelos e acatar convites profissionais quando realmente forem interessantes. Dado Dolabella, o Edu de "Máscaras", da Record, está mais no último grupo. Distante das novelas desde 2008, quando atuou em "Chamas da Vida", o ator não encara o longo período longe dos folhetins como férias. "É engraçado. No Brasil, para o público, o ator que não faz novela está de férias. Só que eu fiz um monte de coisas nesse tempo. Me dediquei mais à carreira musical e já estava morrendo de saudade de atuar", frisa.

No texto de Lauro César Muniz, Edu vai além do gênero "garanhão", comum no currículo do ator. O diferencial deste papel fica por conta da profissão exercida pelo rapaz, que é um físico com pós-graduação em astrofísica. "As aulas de Física, que eu matei, estou tendo de recuperar tudo", brinca. Apesar de possuir uma inteligência acima da média, Edu não tem sucesso profissional e assim surge uma de suas problemáticas. "O meu personagem ainda se envolve com as irmãs Luma e Tônia. Ter um relacionamento já é complicado e o cara quer dois. Ele quer se complicar mesmo", observa, em tom de humor, referindo-se ao triângulo amoroso formado com as personagens de Karen Junqueira e Daniela Galli.

A fase de adequação e preparação para viver Edu é um dos assuntos que mais empolgam Dado. Especialmente a questão da prosódia. "As pessoas inteligentes falam as coisas tão rápido que a gente, às vezes, nem entende", destaca. Para fazer jus à própria observação, o ator tem treinado a esmo a fim de garantir verossimilhança. "Se alguém fala para o meu personagem: 'Vamos tomar um refrigerante'. Ele diz: 'Esse copo, quando colocado na água, recebe uma força de baixo para cima que se chama empuxo'", gaba-se, com a voz em ritmo mais acelerado.

Onze anos depois de sua estreia na tevê e no ar em sua segunda novela na Record, Dado se considera muito mais maduro pessoal e profissionalmente. "Quando comecei a trabalhar na tevê foi muito conturbado. Estava perdendo meu pai no momento em que mais precisava dele", encara ele, referindo-se ao ator, falecido em 2003, Carlos Eduardo Dolabella. "Lógico que não sou perfeito. Nunca fui e acho que ninguém é. Não me arrependo de nada que tenha feito na minha vida", completa.

Paralelamente à rotina de gravações, Dado garante que ainda encontra tempo para se dedicar ao seu segundo ofício, o de músico. Até o final do ano, ele pretende lançar um novo disco com canções e parcerias inéditas. "A música é mais show de final de semana", explica ele, que já lançou os álbuns "Dado Pra Você" e "Relax".

Com passagens em produções como "Malhação", "A Casa das Sete Mulheres" e "Senhora do Destino", na Globo, e "Cristal", no SBT, entre outras, Dado conta que até hoje é lembrado por seu personagem "bad boy" Antônio, de "Chamas da Vida", da Record. "Para mim era um cara que ficaria bom ao longo da novela. Mas, de repente, tudo mudou e ele morreu. E isso foi meio chocante. Morrer é sinistro, até de mentira", enfatiza.

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