Patrícia Abravanel revela que não se sente confortável no papel de apresentadora
Amanda Serra
Do UOL, em São Paulo
Ainda insegura à frente de seu primeiro programa, mas firme em cima dos seus saltos Christian Louboutin, Patrícia Abravanel chega sorridente para gravar o “Cante Se Puder”, no SBT, que vai ao ar nesta quarta-feira (11). Ela cumprimenta os jurados, os convidados, a plateia e o responsável pela diversão, Márcio Ballas, que brinca dizendo que a colega está com figurino à la Iemanjá, num vestido branco.
Aos 33 anos, a filha de Silvio Santos, vítima de um sequestro em 2001, é direta na hora de responder se está à vontade na mesma profissão do pai: “Claro que não (risos)! É superdifícil. Cada vez que entro aqui é um desafio. Muita coisa nova, três jurados, câmeras, plateia, apresentador, convidados, diretor... Tenho que prestar atenção em tudo. Aprender a fazer tudo ao mesmo tempo. Muita informação nova.”
“Tenho aprendido e ouvido que apresentar é como ter um papel. Você acaba criando o seu próprio personagem, pois não é sempre que está feliz, bem-humorada, disposta, com a energia lá em cima. Muitas vezes você é um personagem. É uma profissão que exige bastante”, conclui.
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Patrícia Abravanel e Márcio Ballas durante a gravação do programa "Cante Se Puder", SBT
Mão na massa
Durante um dos intervalos da gravação, que dura cerca de seis horas, Patrícia e Márcio recebem algumas dicas do diretor, Ricardo Mantoanelli (Rica), nos corredores do SBT. “Não fica ligada no tp (teleprompter, aparelho que o apresentador usa para ler os textos), porque senão você fica olhando para cima, perdida. Vem na minha, Pati, que nisso tenho experiência!”, diz o diretor. A filha de Silvio ouve o toque e aproveita para tuitar e trocar algumas figurinhas sobre o andamento da atração com Ballas.
Rica afirma que a filha número quatro de Silvio não brinca em trabalho. “Tenho uma relação muito franca com ela. A Pati é teimosa, me questiona, ouve meus palpites, é espontânea. Ela tem muito que aprender, mas já melhorou bastante, tem um mestre em casa, né? Está no DNA”, afirma o diretor, fazendo referência ao patrão.
Com uma vasta experiência no teatro e também na TV, Márcio (que apresentava “É tudo Improviso”, na Band) é responsável por conduzir o game show e dar algumas dicas para Patrícia. “Passo o texto com a Pati, às vezes ela pede umas dicas, combinamos algumas falas. Como ela sabe que está começando, é super humilde, esforçada. “
Apesar dos obstáculos, a apresentadora assume que, querendo ou não, tem o dom da comunicação. “Eu já queria um programa de plateia, me experimentar, ver o que era ser apresentadora. Acredito que isso acabou sendo uma vocação. Quero ter o meu espaço”, diz Patrícia, que foge de comparações com o pai e tem consciência que não tem como substituí-lo – “Ele [Silvio Santos] é único!”.
Tenho aprendido e ouvido que apresentar é como ter um papel. Você acaba criando o seu próprio personagem, pois não é sempre que está feliz, bem-humorada, disposta, com a energia lá em cima. Muitas vezes você é um personagem. É uma profissão que exige bastante
Sem moleza, Patrícia revela que teve que fazer testes e que também recebe dicas do pai em casa. “Fiz prova como qualquer outra pessoa. O pessoal do comitê de criação gostou do resultado e quis me dar uma chance. Meu pai diz que preciso fazer fono e pede para eu ser autêntica. Ele observa mais os programas que gravo com ele."
Seguindo a linha de “não sou filha do dono”, em um dos intervalos, Patrícia agacha para conversar com a assistente de palco Danielle França. Elas batem papo durante um tempo e logo depois Abravanel resolve interagir com a plateia. Tira fotos, canta, dança e chama a dupla Rosa e Rosinha - um dos convidados - para animar o público.
Troféu Imprensa
Na 54ª edição do Troféu Imprensa, realizada em março deste ano, Patrícia foi eleita a revelação de 2011 e afirma que não esperava. “Fiquei surpresa, mas senti que foi um encorajamento. Não me considero uma revelação. Eu olho meus vídeos, me critico e vejo que tenho que melhorar várias coisas. Não imaginava que iria estar em frente às câmeras, acredito que isso acabou se tornando uma vocação.”
“Agora estou focada no programa, em melhorar como apresentadora e ser uma comunicadora. Tenho feito cursos, lendo muito. O SBT está se reinventando cada vez mais. A gente está cada vez mais competitivo, brigando bem, queremos ganhar”, declara Patrícia.
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Patrícia Abravanel se diverte durante as gravações do "Cante Se Puder" (30/3/12)
Versão brasileira de “Sing If You Can”
“Cante Se Puder” é a versão brasileira do game show inglês “Sing If You Can”, em que o objetivo principal é atrapalhar o convidado e não deixa-lo cantar. “Em 13 programas já conseguimos produzir 104 provas. Somos mais agressivos na hora de sacanearmos, temos mais liberdade. No segundo semestre vamos deixar o quadro ‘Roda do Dinheiro’ mais difícil, com desafios de adivinhação, com referências a filmes e atrações televisivas”, conta Rica.
“Esse é o primeiro programa de game show que eu dirijo e o principal desafio foi lidar com a parte cenográfica. Antes de gravarmos, passo um dia aqui checando as brincadeiras”, diz o diretor.
"Cante Se Puder"
Quando: Quarta-feira, às 22h30
Onde: SBT