"Agora vou ser o doidinho da novela", diz Juliano Cazarré sobre seu papel em "Avenida Brasil"
Amanda Serra
Do UOL, em São Paulo
Depois de viver o “capanga gostosão” Ismael em “Insensato Coração”, o ator Juliano Cazarré volta para novela das nove (“Avenida Brasil”), mas agora na pele de um gari que vive em um “mundo paralelo”. “Nem mocinho, nem vilão, o Adauto é um agregado, um cara que vive em volta da família do Tufão, nos subúrbios. Um dia você fila um almoço na casa de um, outro dia toma cerveja na mesa de outros. Sua marca registrada é que ele nunca sabe muito bem do que estão falando e também não tem muita certeza do que diz. Agora vou ser o doidinho da novela”, afirma o ator em entrevista ao UOL.
Para viver um lixeiro na trama, Juliano acompanhou o trabalho de alguns garis nas ruas do Rio de Janeiro. “Importei-me mais em conhecer as pessoas que encontrei, do que em aprender a imitar o jeito de usar a vassoura. Quis ouvir como eles vêem seus empregos, como são tratados nas ruas, como são suas famílias...”
Cazarré já chegou a gravar nove horas por dia e está confiante com o sucesso da trama de João Emanuel Carneiro. “Espero que a novela atinja um bom público e que os brasileiros se identifiquem com os personagens. Acho que temos tudo para conseguir isso, um grande autor em plena forma, direção talentosa e cuidadosa, e um elenco primoroso.”
Importei-me mais em conhecer as pessoas que encontrei, do que em aprender a imitar o jeito de usar a vassoura. Quis ouvir como eles vêem seus empregos, como são tratados na rua, como são suas famílias
Juliano contou que está sendo muito divertindo contracenar com Eliane Giardini, Marcos Caruso e Ailton Graça. “Nosso núcleo é descontraído, mas extremamente profissional, todo mundo se ajuda e se incentiva. Assistir às cenas da Giardini com o Caruso é como ter aulas de luxo de interpretação”, afirma o ator.
Apesar de estar estreando sua segunda teledramaturgia somente agora, Juliano coleciona 11 filmes na carreira e aguarda a estreia de mais três nos cinemas --“360”, de Fernando Meirelles; “Febre do Rato” de Cláudio Assis, e “O Lobo Atrás da Porta”, de Fernando Coimbra. “Eu gosto de atuar, não me importa o veículo, o importante é que o personagem e o texto sejam legais, e até agora foi assim. Dei a sorte de cair em duas boas novelas, com bons diretores e autores muito talentosos, que escrevem diálogos excelentes.”