6ª temporada de "Dexter" tem início lento enquanto tenta retornar às origens

Guilherme Solari

Especial para o UOL, em São Paulo

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    Pôster da sexta temporada de "Dexter" com o ator Michael C. Hall

    Pôster da sexta temporada de "Dexter" com o ator Michael C. Hall

O primeiro episódio da sexta temporada de "Dexter" foi ao ar domingo (26) no canal FX e iniciou, a passos de tartaruga, o novo capítulo da saga do serial killer e analista forense. "Those Kinds of Things" tentou impor um tom de volta às origens da série --como os fãs aguardavam desde o final da quinta temporada. Mesmo que indicando possíveis boas direções para a história, o resultado foi irregular.

O episódio começa promissor, com Dexter aparentemente esfaqueado e chamando por uma ambulância. No entanto, a tensão acaba em questão de instantes, quando se revela que é apenas um artifício para ele dar fim a dois malvados "descartáveis" da semana.

Com Rita e Lumen fora da história, o filho de Dexter, Harrison, é um de seus últimos elos emocionais. Dexter teme que Harrison, com pouco mais de um ano, possa desenvolver instintos assassinos. Nesta temporada, o analista forense deixa de questionar tanto seus crimes e dá pistas de que poderá voltar a ser o matador frio e calculista do começo da série.

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Porém, o retorno às origens foi apenas parcial. Essa preocupação com o destino do filho faz Dexter reconsiderar sua religiosidade, o que pode indicar mais monólogos internos sobre questões de fé do que o perfil amoral das antigas. Fica claro que a religião vai ter um papel mais central nesta temporada, devido aos dois novos antagonistas principais.

A dupla tem uma relação de mestre e aprendiz que bota a mão na massa com um assassinato repleto de referências bíblicas. O uso da simbologia religiosa ligada ao apocalipse os fez parecer uma versão genérica do assassino enigmático interpretado por Kevin Spacey no filme "Seven: Os Sete Pecados Capitais".

Paralelamente aos crimes, Dexter tem um encontro com sua antiga classe do colegial, onde ele faz mais um vítima. Recém-viúvo, ele revê a loirinha gostosona de sua sala, que conseguiu passar de ano porque colava de Dexter. O encontro serve para incluir uma das mais gratuitas cenas sexuais dos últimos tempos.

Esse primeiro episódio, que gastou muito tempo expondo tramas de personagens secundários, chega cheio de promessas. Ainda é cedo para elas convencerem, mas dão motivos para ser otimista. Dexter mantém boa parte de seu charme, em especial quando tenta -- e falha miseravelmente-- se integrar à vida social dançando desengonçadamente MC Hammer. Sem dúvida, um dos pontos altos deste começo de temporada.

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