Sem revelações bombásticas, Boni conta episódios da TV brasileira em livro de memórias
Da Redação
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Divulgação
Capa do "Livro do Boni" (novembro/11)
José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, reuniu em mais de 400 páginas histórias de sua trajetória profissional e alguns detalhes de sua vida pessoal, sem a pretensão de produzir uma autobiografia. “O Livro do Boni”, que chega às livrarias editado pela Casa da Palavra (preço sugerido de R$ 44,90), é uma coletânea de episódios em que o autor narra de forma bem-humorada algumas de suas experiências com o rádio, a publicidade e a televisão.
Aos que esperam revelações surpreendentes, Boni faz questão de informar: “Não espere deste livro nenhuma informação bombástica ou a revelação de segredos dos bastidores ou das empresas, até hoje ocultos”. O publicitário deixou o cargo de vice-presidente da Globo há 14 anos e atualmente se autointitula “palpiteiro mor”, com direito à palavra final, da TV Vanguarda, emissora afiliada à Globo no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, pertencente ao seu primo, Roberto Buzzoni, e aos filhos.
O homem a quem se credita muito do sucesso comercial da Rede Globo relembra a infância simples em Osasco, São Paulo. Filho de pai dentista e mãe psicóloga, Boni veio ao Rio de Janeiro pela primeira vez aos 14 anos. O primeiro emprego foi na Rádio Clube do Brasil, graças à amizade do tio José Gonzáles Fernández com Dias Gomes, então diretor-geral da rádio. No final dos anos 50, Boni chegou a trabalhar como produtor musical de artistas como Maysa na gravadora RGE e mais tarde atuou como câmera e iluminador e dirigiu programas nas extintas TV’s Tupi, Rio, Paulista e Excelsior. Em 67 ele assumiu o cargo de superintendente de programação e produção da TV Globo à convite de Roberto Marinho e permaneceu por lá durante 30 anos.
Por suas mãos passaram programas e telenovelas que ainda hoje fazem parte do imaginário popular, como “Roque Santeiro”, “Irmãos Coragem”, “Malu Mulher” e o “Programa do Chacrinha”. Foi Boni, por exemplo, o idealizador do Projac, complexo de estúdios localizado na zona oeste do Rio de Janeiro. Nas páginas ele derrama-se pelas atrizes “sem as quais os autores não conseguem viver”, como o caso de Glória Pires, Regina Duarte e Malu Mader, conta a importância de se investir no mercado infantil - Boni esteve ligado a projetos de sucesso como “O Sítio do Pica Pau Amarelo”, “Pirlimpimpim” e “Balão Mágico” - e sobre, talvez, uma das maiores parcerias da Rede Globo, a com o cantor Roberto Carlos. “O Roberto colaborou de todas as formas possíveis e, realmente, até hoje não existe fim de ano sem o programa dele”, escreve Boni .
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José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, ex-vice-presidente da Globo
"Fera" da publicidade, criou slogans famosos como “Varig, Varig, Varig”, assim como o gênio forte fez sua fama de temperamental se espalhar pelos corredores da emissora. Para o livro, Regina Duarte escreveu um depoimento sobre o ‘big boss’ e diz que ficava com “mão geladas, suor na testa e garganta seca” toda vez que eles tinham uma reunião. A relação com Roberto Marinho, fundador da Rede Globo, também tem espaço na biografia. Boni faz questão de negar boatos de relacionavam o empresário à ditadura militar no Brasil: “Ele acreditava piamente que o único regime que servia para o Brasil era a democracia”, diz e conta que em razão do temperamento difícil de ambos, algumas vezes se comunicam apenas por cartas.
Aos 76 anos (completados neste dia 30 e que terá uma festa de gala para o lançamento do livro), casado com Lou há mais de vinte anos, Boni é pai de Boninho, realizador do “Big Brother Brasil”, de Diogo, empresário, e de Bruno Boni, ator que vai interpretar o pai na minissérie “Dercy”, com previsão de estreia na Globo em janeiro de 2012.