Nova série da Universal, "Grimm" transporta mundo dos contos de fadas para história policial
IAN SPELLING
The New York Times
-
Divulgação
Cena da nova série "Grimm" do Universal Channel, que estreia no dia 28 de novembro
O ator David Giuntoli descreveu sua primeira série como protagonista, “Grimm”, como uma mistura de “CSI” com “Buffy, a Caça-Vampiros”. Mas após filmar vários episódios, ele não vê mais dessa forma.
“Eu acho que está mais para uma mistura de ‘Arquivo X’ com ‘CSI’”, diz Giuntoli. “Acho que ambas as descrições estão certas. Nossa série, ‘Grimm’, vive em um mundo onde meu personagem vê monstros, eles realmente existem, e nem todos os monstros são maus. Há humor nela. Há uma solução no final de cada episódio, mas também há uma mitologia contínua.”
“E certamente também há o procedimento policial. Meu personagem não pode deixar todo mundo ao seu redor entrar nesse mundo estranho. Grande parte da série existe no mundo do procedimento policial, em uma delegacia. Quando estou com outros policiais, o tom é processual, porque não trago os monstros para esse mundo.”
“Alguma coisa disso faz sentido?” pergunta Giuntoli, rindo. “Eu sei que tudo isso soa um tanto maluco.”
O canal a cabo Universal lança "Grimm" nesta segunda (28). Na série, Giuntoli interpreta Nick Burkhardt, um policial que fica chocado ao descobrir que é um dos últimos Grimms sobreviventes, grandes caçadores que podem ver os monstros dos contos de fadas disfarçados como seres humanos. As alucinações que ele sofre –de pessoas aparecendo para ele como criaturas sobrenaturais– não são alucinações. A revelação abala Burkhardt, causando complicações em seus relacionamentos com seu parceiro, Hank (Russell Hornsby), e sua noiva, Juliette (Bitsie Tulloch).
Giuntoli é um ator de 31 anos de Saint Louis, que tem entre seus créditos participações em séries de televisão como “Ghost Whisperer” (2007), “Nip/Tuck” (Estética, 2008), “Crash” (2009) e “Love Bites” (2009). Ele também será visto em breve nos filmes independentes “6 Month Rule” e “Caroline and Jackie”, neste último, coincidentemente, contracenando com Tulloch, que interpreta sua noiva em “Grimm”.
“Assim que ele descobre sobre sua história, como você verá no episódio piloto, isso o ajuda a seguir em frente, porque ele tinha muitas dúvidas sobre si mesmo e sobre o que estava acontecendo”, diz Giuntoli, falando por telefone do set de “Grimm”, em Portland, Oregon. “Ele sempre teve uma natureza ligeiramente diferente e crescerá nessa nova identidade à medida que a série avançar. Ele percebe que isso é um grande problema em sua vida privada, mas também que é um grande benefício em seu trabalho como policial.”
No episódio piloto, uma bonita universitária exibe um capuz vermelho enquanto corre pelo parque, apenas para ser atacada pelo lobo mau. Então uma garotinha de capuz vermelho desaparece a caminho da casa de seu avô e... se você estiver pensando em “Chapeuzinho Vermelho”, você está no caminho certo. E que outros contos a série incorporará?
“Nós temos vários, e todos são divertidos, mas não estamos fazendo versões fiéis dos contos de fadas dos irmãos Grimm. As histórias lembram apenas vagamente as fábulas e as pessoas terão que descobrir quais são. Nós fizemos ‘Rapunzel’, ‘Cachinhos Dourados’, ‘O Flautista de Hamelin’, mas dificultamos para o público fazer as ligações.”
TEASER DA PRIMEIRA TEMPORADA DE "GRIMM"
“O que acontece é que há um crime, eu vejo alguma criatura maluca aparecendo e tenho que determinar se é uma besta do bem ou do mal, se tem algo a ver com o crime. E na minha busca pelas respostas, eu frequentemente visito um personagem chamado Munroe (Silas Weir Mitchell), que sabe muito sobre o mundo em que estou agora, mas que reluta em se envolver comigo, porque não sabe ao certo se confia em mim e eu não sei se confio nele.”
“Às vezes eu consulto uma das poucas outras fontes de informação que conheço, que é um livro que minha tia deixou para mim. Basicamente, Munrou e o livro são toda a ajuda que tenho, o que significa que tenho que descobrir muita coisa por conta própria.”
A série concorrerá diretamente com duas produções de ficção científica/horror com públicos fiéis: “Fringe” e “Supernatural” (ambas exibidas no Brasil pelo Warner Channel). O bom senso sugere que alguém sairá perdendo, mas Giuntoli acredita que há espaço na televisão para todas as três séries.
“Eu torço e estou confiante de que ‘Grimm’ encontrará seu espaço. Ela é o sujeito novo no pedaço e é diferente. Eu acho que é mais assustadora do que as duas outras séries com as quais concorremos, em sangue e no fator medo, mas pessoalmente acho ‘Supernatural’ e ‘Fringe’ duas ótimas séries.”
“A melhor coisa a respeito dos fãs do gênero é que usam seus gravadores de vídeo e arrumarão tempo para assistir todas as três séries”, conclui Giuntoli. “Então acho que temos os melhores fãs que existem –ou ao menos é o que espero.”
Tradutor: George El Khouri Andolfato