Em entrevista ao “UOL Vê TV” desta quarta (23), o ator Marcelo Médici atribuiu principalmente ao cancelamento da segunda temporada de “Junto e Misturado” a sua saída da TV Globo. “Gravamos metade da série e ela não vai ao ar. Isso me deixou muito chateado, afinal abri mão de muitas coisas para realizar o trabalho em vão”, explicou Marcelo. O ator agora pretende investir no teatro; Médici segue em cartaz com a peça "Eu Era Tudo Pra Ela e Ela Me Deixou" que tem sessões esgotadas em 2011 e retorna em janeiro de 2012 junto com o solo de comédia "Cada um Com Seus Pobrema", espetáculo de sucesso visto por mais de 200 mil pessoas.

 

Outro ponto que pesou na sua decisão é a falta de interação entre diretores, autores e atores: “com exceção do Silvio de Abreu, nunca recebi um retorno sobre a minha atuação, me sentia muito sozinho na criação do personagem. O ator não tem poder na indústria da novela”. Porém, o ator fez questão de ressaltar que o seu desligamento da emissora foi consensual. “Eles não me procuraram para renovar o contrato e eu também não fui atrás”, concluiu. 

 

A ruptura, entretanto, não parece ser definitiva. “Gostaria muito de fazer um vilão tradicional e quebrar este estigma de que só sei fazer comédia. No teatro, por exemplo, das 30 peças em que atuei, 20 eram dramáticas”, diz Marcelo. O medo de ficar preso a um só gênero, aliás, foi o que motivou a sua saída de “A Praça é Nossa” (SBT), trabalho que marcou sua estreia na televisão. “Eu adorava fazer o programa e ficar na companhia de grandes mestres do humor, como o Ronald Golias e a Zilda Cardoso [Dona Catifunda], mas com o tempo bateu o medo de ficar marcado como ator de um personagem só”, diz. 

 

Em sua participação por telefone, o colunista de UOL Televisão Flavio Ricco comentou a escolha da atriz Juliana Paes para o papel principal do remake de “Gabriela”. “Seria mais interessante apostar em um novo nome, pois a Juliana Paes, 32, além de passada para o papel (Sônia Braga tinha 25 quando fez o papel original), ainda não mostrou que está preparada para segurar uma atração deste porte. A escalação dela pareceu carta marcada”, criticou.