"Fui contagiado pelo festival", diz o narrador esportivo Téo José sobre Parintins

FÁBIA OLIVEIRA

Do UOL, no Rio

  • Rodrigo Belentani/Divulgação

    Milton Cunha, Rita Batista e Téo José em Parintins (24/6/11)

    Milton Cunha, Rita Batista e Téo José em Parintins (24/6/11)

Téo José, conhecido narrador esportivo da Band, ocupa outra função todo último final de semana de junho. Ele abandona os estádios de futebol para entrar em uma arena onde dois bois se enfrentam: Garantido e Caprichoso. Trata-se do "Festival Folclórico de Parintins", que anima a ilha pertencente à Amazônia nesta época do ano. Pelo terceiro ano consecutivo, Téo assume a bancada e transmite a disputa entre os bois  vermelho e azul. Desta vez, o apresentador tem ao seu lado a estreante Rita Batista, que cobre o Carnaval de Salvador na emissora. "Apresentar o festival é mais difícil do que narrar futebol porque aqui há regras específicas e vocabulário próprio. Mas fui contagiado pelo festival", explica Téo José que, a cada noite, permanece cerca de seis horas no ar, em uma transmissão ao vivo.

Para se inteirar dos temas que serão mostrados no Bumbódromo -arena onde o Garantido e o Caprichoso fazem suas apresentações-, Téo pesquisa durante todo o ano. "A internet é uma boa ferramenta para estar sempre informado sobre o que acontece com os bois durante os doze meses. O roteiro de cada boi, a gente só sabe na hora. Tudo é feito de forma sigilosa, como acontece no Carnaval", diz. Além disso, ele mantém contato com representantes dos dois competidores.

Na opinião de Rita Batista, estreante na função de apresentadora, tudo é uma grande novidade. "O festival é completamente diferente do Carnaval de Salvador. Primeiro, porque na Bahia, a festa é na rua e não em um local fechado. Segundo porque em Parintins é preciso narrar o tempo inteiro. E há um glossário próprio, mas eu tiro as minhas dúvidas com o Téo José, que entende muito do assunto", elogia Rita.

Segundo Rita, sua função na tranmissão é justamente tirar dúvidas de um espectador comum, que não é profundo conhecedor dos bois. "Vou no óbvio muitas vezes. O apresentador de cada boi fica dizendo o número do item que está sendo apresentado na arena. Descobri que este é o momento em que o desfile se foca nos jurados e não nas 'galeras'", lembra Rita, referindo-se às torcidas do Garantido e do Caprichoso. 

Para ajudar a estreante, ela conta com uma ferramenta fundamental, de acordo com Rita: O Twitter. "O pessoal dos bois me informa muitas coisas através do microblog. Eles são bacanas, parceiros mesmo", analisa ela, que jura não ter preferência entre Garantido e Caprichoso. "Meu boi é verde. É o boi da Band", despista.

O carnavalesco Milton Cunha conhece o "Festival Folclórico de Parintins" há mais de 15 anos. "Em 1994, quando estava na escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, levei três artesãos daqui para o Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, a agremiação ganhou o 'Estandarte de Ouro', prêmio dado pelo jornal 'O Globo'", rememora.

Milton adverte sobre a inteligência do povo parintinense. "Eles têm muito a nos ensinar em termos de robótica. No Carnaval, há muita tecnologia. Aqui, o que movimentam os carros são os homens", analisa o comentarista do festival. Milton ainda destaca uma grande diferença entre o Carnaval do Rio de Janeiro e de São Paulo e o espetáculo montado no Amazonas. "No Carnaval existe muito brilho. O acetato é muito usado. Aqui, tudo é mais fosco. Só quem brilha na arena é a Sinhazinha da Fazenda, a única personagem rica desse folclore", encerra.


FESTIVAL FOLCLÓRICO DE PARINTINS
Onde:
Band
Quando: Domingo (26), às 21h

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