"Terra Nova", série de Spielberg, mistura "Avatar" e "A Família Robinson"

ANA MARIA BAHIANA

Especial para o UOL, de Los Angeles

  • Divulgação

    Da esquerda para a direita: Landon Liboiron, Naomi Scott, Stephen Lang, Shelley Conn e Jason O'Mara have, durante audiência de "Terra Nova", na Califórnia (2011)

    Da esquerda para a direita: Landon Liboiron, Naomi Scott, Stephen Lang, Shelley Conn e Jason O'Mara have, durante audiência de "Terra Nova", na Califórnia (2011)

Depois de quase dois anos de desenvolvimento, "Terra Nova", a antecipadíssima co-produção de Steven Spielberg e 20th Century Fox, está finalmente próxima da estreia.

Em setembro deste ano, as plateias norte americanas poderão ver, nas noites de segunda-feira da Fox, o que acontece quando a humanidade, depois de esgotar todos os recursos naturais no século 22, resolve começar do zero a história da civilização através de uma comunidade utópica, a Terra Nova do título.

“Sim, podemos ver a série como um alerta ecológico”, diz Stephen Lang, que interpreta o Comandante Nathaniel Taylor, líder de "Terra Nova", a colônia que deve recomeçar a história. “Mas vejo também reflexos da própria história dos Estados Unidos, que abrigou várias levas de colonizadores fugindo de problemas em seus países de origem, e criando novos problemas em sua nova terra. Mas acho que sobretudo é uma obra de entretenimento, voltada para a família, o que é sempre uma preocupação de Steve. Essa série toda a família pode curtir, o que é mais do que se pode dizer da maioria do que está na TV, hoje.”

Quem viu "Avatar" (e ainda existe quem não viu?) vai imediatamente reconhecer Stephen Lang : ele era o cruel Coronel Quaritch, personificação do expansionismo sem consciência e sem limites. Na verdade, "Terra Nova" e "Avatar" têm muita coisa em comum, além de Stephen Lang fazendo uma versão light de líder militar durão --algo que não escapa aos atores. “Realmente, você pode ver a trama como mais uma versão da mesma história de estranhos num mundo novo”, diz Jason O’Mara, o pai da família Shannon, em torno da qual toda a série se desenvolve. “Mas para mim é mais  'A Família Robinson', é mais sobre as relações humanas num ambiente completamente novo.”

Pode ser, mas a selva inóspita habitada por criaturas maravilhosas e terríveis, repleta de lagos, cavernas, cachoeiras e inscrições misteriosas (mais um sortimento de vilões humanos) parece mais uma mistura de "O Parque dos Dinossauros", "Lost", "Avatar" e, sim, "A Família Robinson".

No piloto de uma hora que a Fox exibiu para um pequeno grupo de jornalistas em Los Angeles, semana passada, a família Shannon é transportada para a colônia de Terra Nova (depois de algumas encrencas policialescas envolvendo o pai) e começa a se adaptar ao novo meio ambiente. A família inclui dois adolescentes, Landon Liboiron e Naomi Scott, o que imediatamente garante crises emocionais, acessos de rebeldia e namoricos com o obrigatório triângulo amoroso.

O notável de "Terra Nova" é a qualidade de sua produção. Os efeitos são de primeira linha, e destacam duas sequências que parecem ter sido removidas a pinça de "Parque dos Dinossauros", inclusive com a mesma qualidade de efeitos. A direção de arte é notável, principalmente levando em conta que os cenários devem combinar uma especulação combinada quanto a passado remotíssimo e futuro distante. E que quase todos são reais, construídos em locação em Queensland, na Austrália, a uma hora de Surfers’ Paradise e hora e meia dos estúdios Village Roadshow, que abriga a outra parte dos sets.

“O lugar é uma delícia, lindíssimo”, diz Lang, que pretende levar mulher e filhos para passar com ele a segunda parte das filmagens, neste inverno australiano. “ O único problema é que foi também a região mais afetada pelas chuvas torrenciais que a Austrália sofreu há pouco tempo. E isso foi bem no meio das filmagens…. O lado bom é que os cenários rapidamente ficaram com cara de estarem ali há anos e anos…”

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