Ernesto Paglia diz que o mais difícil foi driblar o clima pré-eleitoral em lançamento de livro sobre o "JN no Ar"

Do UOL, no Rio

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    Da esquerda para a direita, os jornalistas Ernesto Paglia, Fátima Bernardes, Sandra Annenberg e William Bonner no lançamento do livro "JN no Ar", no Rio (19/5/2011)

    Da esquerda para a direita, os jornalistas Ernesto Paglia, Fátima Bernardes, Sandra Annenberg e William Bonner no lançamento do livro "JN no Ar", no Rio (19/5/2011)

Um diário de bordo dos 39 dias de viagem por 27 cidades brasileiras durante a última campanha para presidente da República. Esse é o conteúdo do livro "Diário de bordo - JN no Ar", do jornalista Ernesto Paglia. O lançamento da publicação aconteceu na noite desta quinta-feira (19) na livraria Argumento do Leblon, na zona sul do Rio. Durante o evento, Paglia contou como surgiu a ideia do livro, inspirado na série de reportagens "JN no Ar". "Quando decolamos do Rio para Macapá, que foi a primeira cidade que visitamos, o Ali Kamel sugeriu que eu fizesse um registro das viagens. Se não fosse pela ideia dele, não teria feito o livro porque o que mais queria fazer depois de um dia de trabalho era comer e dormir", lembrou o jornalista, aos risos, referindo-se ao diretor da CGJ (Central Globo de Jornalismo).

A série de reportagens, realizada durante a última campanha eleitoral, tinha como objetivo mostrar ao público do "Jornal Nacional" as mais diferentes realidades brasileiras. A cada edição do jornalístico era sorteado, ao vivo na televisão, um destino. E para lá Ernesto ia com sua equipe, a bordo de dois aviões: um veloz jato Falcon 2000, para cruzar grandes distâncias, e um turbo-hélice Caravan, capaz de pousar em praticamente qualquer pista.

Como tem uma "memória de minhoca", como ele mesmo diz, Paglia resolveu escrever todos os detalhes dessas visitas às cidades para que nada passasse batido. E ele contou que o que mais o impressionou em todos os lugares que visitou foi o vigor econõmico. "Por toda parte vi celulares na mão de todo mundo e muitas motos. A gente, mais uma vez, cresce de forma desigual, como um adolescente desengonçado. Não temos a base: saúde, educação. Vi muita gente chorando porque levava o filho ao pronto socorro e não tinha médico para atender", contou.

Certamente tudo tinha uma implicação eleitorial. Isso foi um esforço muito grande que contou com o feeling da equipe, que é tarimbada

Ernesto Paglia, jornalista

Para Paglia, o mais difícil da série de reportagens foi driblar o clima pré-eleitoral, saber distinguir quem estava querendo "puxar brasa para a sua sardinha". "Certamente tudo tinha uma implicação eleitorial. Isso foi um esforço muito grande que contou com o feeling da equipe, que é tarimbada. E acho que conseguimos fazer um mosaico de todos esses retratos do Brasil", afirmou ele, admitindo que não segurou a emoção em vários momentos da viagem. "A gente tem que se calejar mas não pode ficar cínico. Porque senão a gente não passa uma visão humana das coisas e das pessoas", justificou.

Paglia contou que também foi difícil ficar longe da mulher, a jornalista Sandra Annenberg, apresentadora do "Jornal Hoje", e da filha Elisa, de sete anos e meio. "Eu me comunicava de manhã e à noite com ela. A gente gosta de se falar mesmo nos lugares mais remotos", afirmou. Ele também disse que a filha desenhou o avião do "JN no Ar" e um mapa do Brasil, onde passou a colocar o pai em cada destino. "A Sandra é uma ótima mãe. Ela me ajudou muito com a Elisa no tempo que fiquei longe", completou.

 

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    O casal de jornalistas Ernesto Paglia e Sandra Annenberg (19/5/2011)

Após conversar com a imprensa, Paglia recebeu o carinho da mulher e dos amigos, entre eles os jornalistas William Bonner, Fátima Bernardes e Ana Paula Araújo, entre outros. Orgulhosa do maridão, Sandra disse que foi a primeira a ler o livro. "Ele já me contava os bastidores. E depois assistia na TV e li o livro", afirmou ela, confessando que se emocionou ao ler a dedicatória do livro - que diz: "Para Sandra, que é o meu ar". "Estava trabalhando quando ele me mandou. Na hora que li chorei".

O casal de apresentadores William Bonner e Fátima Bernardes foi o último a chegar à livraria para cumprimentar Paglia. Isso porque eles estavam apresentando o "JN". Simpático, Bonner contou que já havia lido o livro e que tinha achado muito legal. O editor chefe do jornalístico lembrou da estreia da série, em Macapá, capital do Amapá. "Participei do marco inicial. Lembro que fiquei impressionado ao ver um universo tão grande de tuiteiros por lá. Eu era chamado de 'tio' a cada esquina", lembrou Bonner, aos risos, referindo-se à maneira como é conhecido por seus seguidores no Twitter.

Já Fátima relembrou como gostava de acompanhar o quadro e ver a quantidade de personagens bacanas escolhidos por Paglia em cada localidade. "O Paglia conseguia personagens bons todos os dias, o que é muito desafiador", elogiou a mulher de Bonner, revelando que tem vontade de fazer um quadro nos moldes do "JN no Ar". "Estou doida para que façam um que eu possa ir. Estou me candidatando", brincou.

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