No ar em "Lara Com Z", Humberto Martins analisa os rumos de sua carreira

PopTevê

  • Pedro Paulo Figueiredo/CZN

    O ator Humberto Martins (1/5/2011)

    O ator Humberto Martins (1/5/2011)

Simpático, mas com ar sério, o ator Humberto Martins comemora a volta às comédias na pele do burocrático Leandro, de "Lara Com Z", após interpretar tipos durões como o ambicioso Ramiro da novela "Caminho das Índias", e o amargurado Ricardo de "Escrito nas Estrelas", ambas da Globo. "Não sentia saudades do humor, mas fiquei encantado com o convite do Wolf Maia e a equipe da série e resolvi fazer", conta. Par romântico de Susana Vieira, a protagonista da produção, Humberto volta a contracenar com a atriz. "Conheço a Susana há anos. Fizemos juntos 'Mulheres de Areia' e também contracenamos em 'Vira-Lata'", lembra.

  • AgNews

    Susana Vieira e Humberto Martins no lançamento de "Lara com Z" (14/3/2011)

Em "Lara Com Z", você é um ex-ator frustrado que decide abandonar a carreira de auditor do Ministério Público para voltar a atuar. Como você compôs o Leandro?
Esse personagem eu construí de uma forma cartesiana. Ele tem uma forma diferente de falar, gesticular e andar. A conduta dele é de uma pessoa burocrática. Você vê um matemático. Quando o Leandro fala é como se você conversasse com alguém que sempre tem uma calculadora nas mãos. Gosto de desenhar os personagens dessa maneira. Na época do Ramiro de "Caminho das Índias", fiz de um jeito que ele parecesse um Jato Supersônico. O penteado do cabelo, o relógio quadrado e sapatos quadrados. Tudo parecia aerodinâmico. Os ternos não poderiam ter vincos. Isso ajuda a compor. Como o Leandro é um cara burocrático, faço dele uma calculadora ambulante.

Por muito tempo, você era conhecido como o "descamisado" das novelas do Carlos Lombardi. De uns tempos para cá, o perfil dos seus personagens mudou. Você se frustrava com esse rótulo?
Me incomodava estar dentro de uma configuração estética dos personagens que eram descritos assim. Embora eles tivessem muita consistência e profundidade dramatúrgica, o meu trabalho não era visto dessa maneira. Mas acho que essa fase foi importante por muitos fatores. Ela me deu base para concluir um ciclo e entrar e outro, que não ficou para trás, mas se expandiu e desenvolveu. O ator não faz milagres, se os personagens forem restritos, não tem como mostrar um bom trabalho.

Desde que estreou na televisão, em "Vale Tudo" em 1988, você ficou marcado como galã. Como é o assédio hoje?
Ele mudou. Por muitos fatores, o principal é que já sou quase um senhor (risos). Venho fazendo trabalhos diferenciados. Acho que isso já está na cabeça das pessoas. Também sempre procurei manter minha vida íntima preservada. Eu sou o Humberto. Humberto Martins é só um produto. Esse cara que sai nas revistas e está nas novelas é mais conservador. Gosto de cuidar da família e lamento se a intimidade de outras pessoas ligadas à mídia não é assim.

Veja cenas de "Morde & Assopra" da Globo
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(Por Natalia Palmeira)

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