"Tiago Leifert não passa de um bonequinho, faz coisas que eu fazia em 2000", diz Jorge Kajuru, aos 35 anos de carreira
BIA SARTORIO
Do UOL, no Rio
Para o radialista e apresentador Jorge Kajuru, 50 anos, foi Deus quem atendeu ao pedido que fez para morar no Rio de Janeiro, após uma série de cirurgias que o debilitaram fisicamente. Já estabelecido na cidade, Kajuru concedeu uma entrevista ao UOL, no dia em que completou 35 anos de carreira. O encontro foi marcado em um restaurante de culinária japonesa, no alto de um shopping em Botafogo, que dá vista para o Pão de Açúcar, um dos cartões postais cariocas.
"Sempre venho aqui depois das gravações", conta Kajuru, que atualmente apresenta o programa “Kajuru Sob Controle”, da TV Esporte Interativo, que tem estúdios no mesmo bairro. Na mesa, o jornalista pede ao garçom um drinque de maracujá com vodca e diz que "o bom do Rio é que dá para beber a qualquer hora", apesar de quase não tocar na bebida durante as duas horas de entrevista.
No meio da conversa, o jornalista pede cinco minutos de intervalo para gravar, dali mesmo, o boletim diário "Kajuru Sem Controle", para as rádios da Rede Vitoriosa, de Uberlândia (MG). O daquele dia tratou de efemérides como o aniversário de Claudia Cardinale e a suposta abstinência sexual de Alexandre Pato. "Rádio é bom, porque em rádio você pode falar o que quiser", comenta.
Kajuru – que adotou o nome da cidade em que nasceu, após um conselho de Osmar Santos, em 1978 - comentou sobre a vida nova que está construindo na cidade, os problemas que enfrentou após a cirurgia que controla o diabetes e o desejo de voltar à TV em rede nacional. E, para não perder o hábito, "cutucou" alguns colegas de profissão, a CBF e o jogador Ronaldo.
Essa pesquisa me dá orgulho, porque estou fora da mídia nacional há 6 anos, e apareço empatado tecnicamente com Tiago Leifert, o novo queridinho do jornalismo esportivo, que está na Globo e não passa de um bonequinho
Kajuru, sobre uma enquete do UOL UOL - Você pensa antes de falar?
Jorge Kajuru - Como já disse ao Silvio no programa "Nada Além da Verdade", em que eu fui um dos únicos a vencer e ganhar o prêmio de R$ 100 mil, eu não penso antes de falar. Se você pensar, você não fala. Odeio o politicamente correto, pensamento único, algo me contraria desde menino. Comecei a ler Baruch Spinoza aos 9 anos de idade, Pablo Neruda, aos 8, sou apaixonado por Che Guevara desde os 7. Minha mãe me deu esse presente, só me dava livro quando criança. Ela era uma merendeira de grupo escolar, que ganhava um salário mínimo, que me criou com livros, sem nunca passar fome. Drummond dizia que as mães não deveriam morrer, mas eu discordo, elas não morrem.
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Jorge Kajuru grava boletim para rádio pelo celular, em restaurante no Rio (15/4/2011)
O ex-jogador Sócrates, que também é médico, viu o tamanho do abscesso que tinha, lá atrás, no ânus, do tamanho de uma lata de cerveja, e disse que deveria ser operado logo, senão morreria
Kajuru, sobre a cirurgia na próstata-
Jorge Kajuru, durante entrevista para o UOL (15/4/2011)
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Tatuagens de Kajuru: da esq. para dir., a primeira, feita para a mãe, Maria José, a segunda, com o rosto do Datena, a terceira, para Galisteu e a última para Claudia Leitte (15/4/2011)
UOL - Por que sugeriu um formato novo ao SBT?
Jorge Kajuru - Estava de saco cheio do futebol. Ficar falando desses caras, que eles são ladrões, não adianta nada, não vai mudar nada.
Eu, sozinho, sou um perigo. Se fosse dono de uma televisão, eu não me colocaria ao vivo, sou completamente desequilibrado
Kajuru, sobre não ter papas na língua-
Kajuru, Galisteu, Hebe e Cacá Rosset em "Fora do Ar" (2005)
Torço contra o Brasil na Copa do Mundo, enquanto a dinastia que está no comando da CBF estiver por aí.
Kajuru, sobre a seleção brasileiraVeja o que Kajuru diz sobre Ronaldo, Muricy Ramalho e Adriano
Adoro ele como pessoa. Não quero descobrir que o Ronaldo está lavando dinheiro no futebol, sempre foi um cara honesto mas agora, como empresário, não tá sozinho nesse jogo. Tô apurando ainda, mas desconfio que quem é sócio dele é o russo Abramovich, um bandido da pior, dono do Chelsea, e que lava dinheiro no futebol. | Acho que a vida do treinador só depende do resultado, resultado e nada mais. E eu apurei, antes de todos, que tinha coisa cabeluda na saída do Muricy Ramalho do Fluminense: houve uma proposta de redução de 40% do salário dele. Se estivesse em uma Band, o assunto teria repercutido. | Sobre o Adriano beber, não vejo problema. Porque conheci muitos jogadores que faziam isso, o Sócrates, por exemplo, bebia todo dia. Conheci o João Saldanha, que relatava que o Garrincha bebia a noite inteira anterior o jogo, e era um gênio. Não acredito que nem o sexo, nem a bebida, prejudiquem o desempenho do jogador. |