Atriz Dira Paes vive a recatada Marta de "Ti-Ti-Ti"

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  • Jorge Rodrigues Jorge/CZN

    A atriz Dira Paes

    A atriz Dira Paes

Dira Paes está sempre em busca de coisas novas. Principalmente, no que diz respeito às personagens que interpreta. Por isso mesmo, viver a recatada Marta, de "Ti-Ti-Ti", logo depois da espevitada Norminha, de "Caminho das Índias", foi interessante para ela. No papel anterior, Dira precisava extravasar um lado mais sensual. No atual, tem de trabalhar a subjetividade para dar vida a uma mulher reservada. "Você sai de um trabalho onde teve um perfil e tem vontade de fazer uma coisa diferente em seguida, até mesmo para conseguir se medir, se sentir e ver sua criatividade em ebulição", avalia. O que Dira também gosta é de surpreender. E se diverte ao perceber que as pessoas se espantam quando descobrem uma atriz completamente diferente do que fantasiam. "Tem gente que fala: 'A Marta é tão séria e você é uma garotinha'", conta, aos risos.

  • Divulgação/TV Globo

    Murilo Benício e Dira Paes gravam cenas de "Ti-Ti-Ti" (15/10/10)

Para compor a Marta, Dira teve como inspiração Aracy Balabanian, que viveu a personagem na primeira versão da novela, em 1985. Apesar de não ter assistido a muitos capítulos da trama original, a atriz guarda lembranças da atuação da veterana. "Ela fazia uma coisa muito contida e tinha um cabelo chanel mais comportado", recorda. "A Aracy é uma atriz que vai da comédia para a tragédia em uma linha bem tênue, ela tem intensidade. Esse é o perfil legal para fazer 'Ti-Ti-Ti'", completa. Na história, Marta é uma costureira que se fecha para o amor depois de uma desilusão com André Spina, de Alexandre Borges. Mas, depois de um tempo, acaba se rendendo aos encantos de seu melhor amigo, Ariclenes, de Murilo Benício. Essa paixão entre o casal de amigos, inclusive, é uma das coisas que mais instigam Dira. "Acho o assunto de se apaixonar pelo amigo muito interessante. Se não der certo, você sabe que vai perder a amizade. Por outro lado, a pessoa que você poderia amar está ali do seu lado o tempo todo e você nunca tinha visto", revela.

O que também ajudou Dira a entender ainda mais a personagem foi o livro "A Costureira e O Cangaceiro", de Frances de Pontes Peebles. A leitura, no entanto, foi feita por acaso e não com o objetivo de servir como referência para o papel. "Li algo que adorei: 'uma costureira não tem dúvidas, só certeza'", revela. "Você vai cortar um pano e não pode ter dúvidas. Isso foi uma inspiração", conclui. Além disso, Dira é filha de uma costureira. Por isso, sempre acompanhou de perto a rotina dessa profissional. E aproveitou para traçar um paralelo entre Marta e as características que observa na mãe, como a precisão, a coerência e o saber dividir. "Existe na personagem o olhar do todo, a paciência. O som da máquina de costura é muito próximo, está na minha lembrança da minha mãe costurando", conta.       

É verdade que a carreira de Dira Paes, por um bom tempo, foi mais focada no cinema – são mais de trinta filmes em seu currículo. E, apesar de ter feito alguns trabalhos na tevê desde os anos 90, foi na pele da sequelada Solineuza, em "A Diarista", que chamou atenção durante os três anos em que ficou no ar. Com a fogosa Norminha de "Caminho das Índias", em 2009, não foi diferente. Tanto que, volta e meia, a atriz é abordada por alguém falando sobre as duas personagens. "Acho que minha relação com o público agora é de intimidade, não tinha isso. Ganhei depois da Solineuza e da Norminha", constata. Na época do seriado, aliás, a atriz chegou se preocupar em ficar marcada demais pelo papel cômico. "A Solineuza é aquela personagem que você quer comer com farinha. Pensava que iria levar muito tempo para ela sair de mim", confessa Dira, que já tem compromissos profissionais para depois da novela. Ela deve participar de alguns festivais de cinema com dois curtas e quatro longas-metragens.

(Por Luana Borges)

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