Elizângela avalia sua carreira e fala sobre sua personagem em "Ti-Ti-Ti"
PopTevê
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Jorge Rodrigues Jorge/CZN
A atriz Elizângela (28/1/2011)
Estar na TV é natural para Elizângela. "É como andar e comer. É ir lá e fazer simplesmente", analisa a intérprete da divertida Nicole de "Ti-Ti-Ti". Toda a desenvoltura à frente das câmeras vem da experiência acumulada ao longo de 48 anos. "Cresci nos estúdios. Não procurei a televisão, foi ela quem veio atrás de mim", conta. A estreia na TV foi no programa de entrevistas "A Outra Face do Artista", da extinta TV Excelsior Rio, em 1963. Nele, atores encenavam, ao vivo, fases da vida dos entrevistados. "Minha primeira aparição foi interpretando a vedete Diana Morel quando criança", recorda a atriz que, atualmente, está em sua 31ª novela.
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Rodrigo Lopez e Elizângela em cena de "Ti-Ti-Ti" (10/1/2011)
Acostumada a interpretar papéis cômicos na televisão, principalmente no horário das sete, Elizângela sentiu a necessidade de ser mais criteriosa com os convites de trabalho que recebe. Principalmente, depois de dar vida a Cilene de "A Favorita", em 2008. "Sou conhecia pelas comédias. Então, foi uma maneira de mostrar um lado denso e dramático. Saía exausta das gravações. Gostei e quero experimentar mais coisas diferentes", afirma. Por isso, ela faz questão de deixar claro que aceitou o personagem em "Ti-Ti-Ti", pela vontade de voltar a trabalhar com o diretor Jorge Fernando. A última novela dirigida por ele em que a atriz atuou foi "Jogo da Vida", de 1981. Além disso, ela tem intimidade com o texto de Cassiano Gabus Mendes. "Fiz três novelas do Cassiano. Quando o Jorge Fernando me ligou falando da história eu não tive como recusar", conta.
Na trama, adaptada por Maria Adelaide Amaral, Elizângela é uma costureira que pensa alto. Uma mulher ambiciosa e, ao mesmo tempo, leve e divertida, seu nome real é Daguijane, mas gosta de ser chamada de Nicole, pseudônimo inspirado na atriz de cinema Nicole Kidman. "É possível ver muitas mulheres iguais a Nicole por aí. Ela sempre trabalhou muito, foi abandonada pelo marido e criou a filha com muito esforço", analisa. Além disso, Nicole vive uma engraçada relação com Chico (Rodrigo Lopez), o desajeitado assistente de Ariclenes/Victor Valentin (Murilo Benício). "Ela tem dificuldade em aceitar o fato de ele ser mais novo e ter aquele jeito malandro", conta a atriz de 55 anos.
A preparação para a novela foi tranquila. Elizângela não é adepta dos intensos processos de composição por que passam alguns atores. Para ela, se o folhetim é bem escrito, todos os argumentos para a construção emocional estão no texto. "A sinopse já trazia um desenho muito interessante da personagem. Quando li os primeiros dez capítulos do roteiro já tinha noção exata de como a Nicole deveria ser", destaca. O único estudo feito pela atriz foi em relação à profissão de costureira. Ela contou com a ajuda das costureiras da equipe de figurinismo da trama. A maior mudança foi em relação ao visual. A morena de cabelos na altura dos ombros deu lugar a uma loura de fios curtos. "No começo estranhei, pois cortaram e clarearam muito. Depois achei bom. Faz parte desse meu desejo de fazer coisas diferentes", conta a atriz, que se prepara para voltar ao teatro assim que a novela terminar, em meados de março. "Estou selecionando textos e morrendo de saudade do palcos", finaliza.
(Por Geraldo Bessa)