Em "Araguaia", Ângelo Antônio mostra personagem plural

PopTevê

  • Pedro Paulo Figueiredo/CZN

    O ator Ângelo Antônio (27/1/2011)

    O ator Ângelo Antônio (27/1/2011)

Ângelo Antônio conta que a escolha de perfis díspares de seus personagens não é algo premeditado. Para o intérprete do conservador Geraldo, de "Araguaia", as decisões sobre aceitar um papel têm a ver, além de outros motivos, com a história do folhetim, onde o personagem está inserido na trama e que história esta conta. "Eu até pensei nisso quando alguém me falou: 'você escolhe muito bem seus papéis'", recorda o ator. Na novela de Walther Negrão, o personagem de Ângelo Antônio é o delegado da localidade de Girassol e aliado do fazendeiro, e vilão, Max Martinez (Lima Duarte). "O meu personagem está no limite de qualquer possibilidade. Tento construí-lo para dar margem aos autores fazerem o que bem entenderem. Acho isso muito legal", afirma.

  • Divulgação/TV Globo

    Os atores Lima Duarte (à esq.), Ângelo Antônio (ao centro) e Thiago Fragoso (à dir.) durante gravação de cena de "Araguaia" (19/10/2010)

Com papéis de considerável tom dramático no currículo, Ângelo revela que tem tentado dar pitadas de humor no seu personagem Geraldo. "Acho que o humor pode dar uma nova perspectiva na figura do personagem. E eu gosto de comédia, fiz pouco na TV", analisa. Mas, segundo o ator, a reação do público tem sido a mais positiva possível. "Outro dia um homem chegou perto de mim e disse: 'Eu quero ter uma conversa com o senhor. O Solano é do bem, só faz coisas boas. O Pimpinela também. Precisava te falar isso'", conta, entre risos.

Você estreou na TV na novela "Pantanal", de Benedito Ruy Barbosa, em 1990, para a extinta Manchete. Já na Globo, o seu primeiro trabalho foi na novela "O Dono do Mundo", de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, de 1991. Qual a importância dessas tramas na sua carreira?
É impressionante perceber que até hoje as pessoas se lembram de "O Dono do Mundo". Foram trabalhos marcantes por diversos fatores. A história do meu personagem, o Guilherme, mais conhecido como Beija-Flor, era incrível. Trabalhar com aquele elenco logo na minha estreia na emissora era genial. "Pantanal", que foi outro momento mágico e importante na minha carreira, só tenho a agradecer.

Em "Araguaia", o seu personagem tem diversas atitudes de vilão. Qual é a principal característica que você tenta imprimir nele?
Acho que ele é um ser humano. Tem todas as possibilidades de estar em um lugar e daqui a pouco estar em um outro lado oposto. Ele é um desvairado. Acho que ele tem uma possibilidade de mudança e que encontre um caminho mais digno, mas até então eu acho que ele é um absurdo.

Você acredita que existe a possibilidade de redenção para seu personagem na trama de Walther Negrão?
Eu acho que a redenção é possível para o Geraldo. O amor sempre salva. Pode sempre purificar, é uma possibilidade. Mas ainda não acredito muito nele não. Ele é um cara mais falso. Acho que tudo é possível.

Desde 1999, quando você fez a novela "Suave Veneno", da Globo, sua presença na tevê tem sido constante. Além disso, está sempre no teatro e no cinema. Já teve vontade de parar um pouco?
Não tenho parado de trabalhar, graças a Deus. Já tem um tempo que estou emendando um trabalho no outro. Depois de Araguaia farei mais um filme e quero dar uma parada. Pelo menos uns meses. Isso se não aparecer nenhum personagem muito legal (risos).

(Por Gabriel Sobreira)

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