No ar em "Ribeirão do Tempo", Giuseppe Oristânio analisa os rumos da profissão

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  • Jorge Rodrigues Jorge/CZN

    O ator Giuseppe Oristânio (05/12/2010)

    O ator Giuseppe Oristânio (05/12/2010)

Giuseppe Oristanio nunca se deslumbrou com a fama. Há mais de 30 anos na TV, onde a visibilidade está na ordem do dia, ele é avesso ao mundo das celebridades. "Sou do tempo em que a profissão não era nem regulamentada. Antes, havia todo um romantismo em ser ator. Hoje qualquer um vira celebridade", acredita o intérprete de Bruno, da novela "Ribeirão do Tempo", da Record. Para ele, ter disciplina e não se deixar levar pelo glamour criado em torno de quem faz TV é o segredo dessa longa relação com o veículo. "Acho que nunca emplaquei em nenhum papel, mas sei das minhas habilidades, aptidões e faço meu trabalho da melhor forma", avalia.

Na trama escrita por Marcílio Moraes, Giuseppe dá vida a Bruno. O engenheiro é casado com Célia (Mônica Torres) e pai de Karina (Juliana Baroni). O personagem passou boa parte da vida no Rio de Janeiro. E só voltou para Ribeirão do Tempo por problemas financeiros. Além de conseguir um emprego na construtora Patrimônio Eterno, Bruno acaba se envolvendo com a corrupção política da região. "O Bruno só quer se dar bem, não importa o que ele tenha de fazer. A temática da novela é atemporal. Dá pra ver muito do Brasil nos personagens criados pelo autor", analisa.

Este ano você completou 36 anos de profissão. O que o instiga a encarar e construir novos personagens?
É uma necessidade. Eu preciso trabalhar para viver, para garantir meu sustento. É um trabalho normal, às vezes você está satisfeito, às vezes, não. Não sou de recusar papéis. Fico contente quando aparece algum mais interessante, mas topo qualquer um, desde os personagens pequenos aos principais. A única coisa que preciso é de respeito. O resto a gente vai dando um jeito.

Desde a sua estreia na Record, na novela "Luz do Sol", de 2007, você emenda trabalhos na emissora. Você acha que essa exposição excessiva pode atrapalhar sua carreira?
Acho que não. São trabalhos bem diferentes. Fico feliz de não estar na "geladeira". Depois da estreia, eu fiz "Chamas da Vida" e "Bela, A Feia", que foram novelas leves e divertidas. Uma coisa interessante é que comecei a gravar simultaneamente a minissérie "A História de Ester" e a novela atual. Então passei três meses me dividindo entre as duas produções. Apesar da rotina cansativa, gostei da experiência. Foi um exercício.

Em "Ribeirão do Tempo", seu personagem começou de forma modesta e agora está participando mais da história. Este crescimento já estava previsto?
Eu não sabia de nada. Porém, novela é uma obra aberta. As coisas vão acontecendo e os personagens vão se adequando. O Bruno veio em marcha lenta e começou a crescer agora na trama. Antes eram poucas cenas, pois não havia muita coisa a ser trabalhada. Agora começo a ter uma chance maior de explorar a personalidade dele, que apesar de ter um lado cômico, é um sujeito de caráter duvidoso, que se deixa levar pelas circunstâncias. Estou adorando este momento do personagem. É bom saber que ele tem outras possibilidades.

Atualmente, seu trabalho pode ser visto também no SBT, na reapresentação da novela "A História de Ana Raio e Zé Trovão", feita em 1990. Você tem assistido a reprise?
Quando tenho tempo. É muito esquisito me ver no vídeo tão novo. A novela tem quase 20 anos. Foi uma experiência muito boa e uma produção inovadora. "A História de Ana Raio e Zé Trovão" não teve nenhuma cena gravada em estúdio. Quando íamos gravar em outras cidades, por muitas vezes dormimos na casa de pessoas daquela região. Não havia o investimento nas proporções de hoje. Aquela fase da Manchete foi muito marcante, não só para mim, mas para a televisão brasileira.

(Por Geraldo Bessa)

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