No ar em "Clandestinos", Fábio Enriquez analisa a diferença entre atuar na TV e no teatro

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  • Jorge Rodrigues Jorge/CZN

    O ator Fábio Enriquez (3/12/2010)

    O ator Fábio Enriquez (3/12/2010)

A ausência do "calor humano" tão presente no teatro surpreendeu Fábio Enriquez em sua primeira experiência na TV. Protagonista de "Clandestinos – O Sonho Começou", o ator precisou aprender a lidar com as câmeras, em meio a outro processo: explorar, com um novo viés, um texto já conhecido por ele. Afinal, ele faz parte do elenco da peça "Clandestinos", --em cartaz há dois anos, no Teatro Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro--, projeto de João Falcão que deu origem à série. "Nosso ofício é o teatro. Trazer para a televisão um espetáculo que já estávamos acostumados a fazer no palco nos permitiu  revisitar o texto e descobrir formas de contar essa história a partir da linguagem da câmera, que é muito diferente", analisa.

Na série, Fábio interpreta um personagem com o mesmo nome que o seu e o mesmo sonho: viver da arte. Na história, o rapaz é um jovem que escreve, atua, produz e resolve formar sua própria companhia de teatro. Para isso, organiza audições, que atraem atores de várias partes do Brasil. Para compor o papel, Fábio prestou atenção, principalmente, nas características de João Falcão. "Meu personagem é quase um alter ego do João. Tenho de tentar filtrar o que tem de melhor nele e trazer isso para a cena", explica o ator. O que também faz Fábio se identificar com o personagem é o fato de ser professor de teatro para crianças e poder colocar em prática tarefas de um diretor. "Dirijo meus alunos e, às vezes, escrevo as peças para eles fazerem. De uma certa forma, isso está em mim", conta.

Fábio, aliás, conhece o projeto de perto e desde o início. Quando João Falcão avisou, através de um site, que abriria audições em busca de atores para fundar uma nova companhia de teatro, Fábio foi um dos três mil inscritos. O processo de seleção foi minucioso. De todas essas pessoas, 400 foram escolhidas através de cartas de intenção e participaram das audições. Houve mais uma filtragem e 30 ficaram para participar das oficinas de dramaturgia, circo e criação de personagem com o próprio João. E, finalmente, os 14 atores, que hoje integram o elenco da peça e estão na série, foram definidos.

Mas a estreia na TV tirou Fábio do anonimato. Mesmo assim, ele garante não ligar para a fama. Para o ator, o mais importante é ter a chance de mostrar para um número maior de pessoas um trabalho no qual ele acredita. "É tanto perrengue nessa profissão, é tanta ralação, que não tem mais ilusão de fama", diz. Isso não significa que ele não pense em continuar atuando na televisão. Até porque gostou de conhecer a linguagem do veículo e ficou com vontade de experimentar novas possibilidades, inclusive em folhetins. "Deve ser uma experiência interessante compor um personagem com a dificuldade que uma novela tem. Todo dia tem de ter uma coisa nova, cenas prontas", finaliza.

(Por Luana Borges)

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