No ar em "Junto & Misturado", Renata Castro Barbosa também faz humor no teatro
PopTevê
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Pedro Paulo Figueiredo/CZN
Renata Castro Barbosa maquia-se para a peça "Alucinadas"
É com naturalidade que Renata Castro Barbosa encara sua ligação com a comédia. "Acho que ninguém acredita que eu possa fazer bem um papel dramático", avalia, às gargalhadas. O jeito leve e extrovertido da atriz do seriado "Junto & Misturado", da Globo, ultrapassa o lado profissional. Renata consegue fazer graça dos fatos mais corriqueiros da vida. Desde sua relação com o filho de 8 anos aos 'perrengues' da carreira de atriz. "Tem de correr atrás. É muito difícil. Porém, com emprego ou não, tenho de acordar cedo e levar meu filho ao colégio", ressalta. Atualmente, a artista não pode reclamar da falta de trabalho.
Durante alguns meses de 2010, ela cumpriu uma jornada cômica dupla. A atriz dividiu-se entre as gravações do programa global, e o humor de tintas feministas do espetáculo "Alucinadas". Para alívio dela, as gravações da primeira temporada do humorístico terminaram no final de setembro. A peça está em turnê pelo Brasil, depois de uma bem-sucedida temporada de seis meses no Teatro do Leblon, no Rio de Janeiro. "Foi uma loucura fazer as duas coisas ao mesmo tempo", valoriza.
O ponto de ligação entre os dois projetos é a presença criativa de Bruno Mazzeo, ex-marido da atriz. "Ele é quase um encosto na minha vida! Inseriu o humor na minha carreira", confessa, em tom de brincadeira. O humorista é a mente por trás do programa de TV, e principal incentivador da produção teatral, que surgiu a partir da vontade de Renata em trabalhar com a amiga Luciana Fregolente. Além de atuar, Luciana ainda escreveu esquetes para o espetáculo. "Eu e a Lu temos um tipo de humor muito parecido. Juntamos uns textos e começamos a produção sem dinheiro, apenas com muita coragem", diverte-se. Na peça, o cotidiano feminino é o mote para a risada. As duas amigas se revezam na construção de mulheres estressadas, peruas, videntes, heroínas decadentes, entre outros tipos possíveis, retratados em 12 esquetes de autores como Bruno, Fábio Porchat, Mauricio Rizzo, Elisa Palatnik e Rosana Ferrão.
Entre tantas personagens, Renata confessa que tem um carinho especial pela Mulher Maravilha. Nesta versão, ela está esquecida do público, atrás de um emprego na televisão e se ressente com os jornalistas por eles terem espalhado o boato de que ela tinha namorado o Batman. "O esquete brinca com essa coisa efêmera que é estar na mídia", filosofa. Para botar ordem neste universo, as atrizes convidaram Victor Garcia Peralta para a direção do espetáculo. O trabalho do diretor argentino é disputado por atrizes como Ana Beatriz Nogueira, Zezé Polessa, Mônica Martelli, entre outras. "O Victor consegue entender esse vendaval de emoções que é a mente feminina. Por isso, a gente tem de dividi-lo com as outras", explica Renata, ao perceber a presença do diretor no camarim do teatro.
Com o orçamento apertado e uma profusão de personagens no palco, a solução encontrada para construir tantos tipos foi deixar a caracterização e o cenário simples e eficientes. Idealizado por Adriana Milhomem, o cenário conta com o fundo preto e alguns pequenos quadrados brancos. Não há troca de roupa durante a peça.
As duas atrizes usam apenas um conjunto preto, assinado pelo figurinista Domingos Alcântara, e também fazem a própria maquiagem. "Cada uma faz nove personagens. Seria uma loucura ter de fazer muitas trocas. Optamos por uma coisa mais básica, mas que integrou o espetáculo", acredita Renata, que não vê a hora de voltar com "Alucinadas" para o Rio de Janeiro. A peça reestreia no Teatro do Leblon no início de 2011. Com isso, a atriz terá de conciliar o teatro e a TV novamente, já que as gravações da segunda temporada de "Junto & Misturado" estão previstas para começar em janeiro de 2011. "Minha vida vai ser uma correria de novo. Mas amo fazer comédia e faço com muito prazer", jura.
(por Geraldo Bessa)