Estrelas de Hollywood também brilham na TV e disputam o Emmy 2014

Los Angeles (EUA)

  • Montagem/Reprodução

    Matthew McConaughey em cenas de "True Detective"

    Matthew McConaughey em cenas de "True Detective"

Kevin Spacey, Matthew McConaughey, Woody Harrelson... Os artistas que disputarão o Prêmio Emmy na próxima segunda-feira (25) em Los Angeles mostram que a televisão abre cada vez mais suas portas para os grandes astros de Hollywood. Já o caminho oposto não é tão fácil.

Indicado ao Emmy de melhor ator dramático por seu papel como um obsessivo policial na série "True Detective", Matthew McConaughey acaba de ganhar o Oscar em março deste ano por seu trabalho em "Dallas Buyers Club".

Kevin Spacey, que compete como o manipulador político da série do Netflix "House of Cards", já tem dois Oscars na estante – "Beleza Americana" (1999) e "Os Suspeitos" (1995).

Para eles, atuar em uma série na TV acrescenta um prestígio extra às suas já bem-sucedidas carreiras. E, embora essas transições sejam cada vez mais frequentes, fazer o caminho inverso - da TV para o cinema - continua sendo muito difícil. George Clooney, que saiu da série "ER - Plantão médico" para o topo de Hollywood, "é o único que realmente conseguiu isso", destaca o professor Glenn Williamson, da Escola de Cinema da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).

Sarah Jessica Parker e suas amigas de "Sex and the City", assim como a estrela de "Arquivo X" Gillian Anderson, têm feito alguns filmes, mas a carreira cinematográfica segue discreta.

Fora Jennifer Anniston, que fascina o público com seu talento para a comédia na telinha e nas telonas, as demais estrelas da série "Friends" ainda não conseguiram brilhar no cinema. O mesmo acontece com os artistas de séries de sucesso, como "Desperate Housewives" e "Lost".

A atriz Kerry Washington, celebrada tanto por seu papel em "Django", de Quentin Tarentino, quanto pela série dramática "Scandal", é uma das poucas que consegue transitar entre os dois universos. O mesmo acontece com Claire Danes, famosa por sua atuação na versão de Romeu e Julieta de Baz Luhrmann (1996) e, agora, aclamada pela série "Homeland".

Papéis que colam na pele
Quando cultuadas séries, como "Mad Men" ou "Breaking Bad", chegam ao fim, é grande a expectativa para ver se seus populares protagonistas - Jon Hamm (indicado ao Emmy de melhor ator) e Bryan Cranston (ganhador do Emmy nas últimas três edições), respectivamente - terão o mesmo bom desempenho no cinema.

"Não importa se você é muito conhecido. Um papel no cinema dura apenas duas horas", disse a professora de Crítica Ellen Seiter, da Universidade do Sul da Califórnia (USC).

"Já os personagens das séries de TV nos acompanham durante meses, às vezes, durante anos. Ficam inextricavelmente colados na pele dos atores", apontou.

Tom Nunan, fundador da produtora B.E.E. e professor da Escola de Cinema da UCLA, observou que os atores cômicos costumam navegar melhor da TV para o cinema do que os atores dramáticos. Exemplos disso são Tina Fey, Steve Carell, Amy Poelher, Mila Kunis e Chris Pratt. Este último lidera as bilheterias em "Guardiões da galáxia".

Além disso, acrescenta Tom Nunan, nos últimos anos, Hollywood tem preferido se concentrar na produção de comédias, filmes de ação, ou de super-heróis das histórias em quadrinhos, o que significa uma limitação para os atores de TV que querem explorar o mundo do cinema.

Como consequência, afirma Nunan, "as produções de ficção dramática nos Estados Unidos estão sendo retomadas pela telinha", o que resulta em trabalhos com cada vez mais qualidade.

Por isso, "não deveria surpreender ver estrelas do calibre de Kevin Spacey, ou Matthew McConnaughey, na festa do Emmy", completou o professor.

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