Homem declara-se culpado de ameaça contra roteiristas de "South Park", nos Estados Unidos

WASHINGTON, 20 Out 2010 -Um cidadão americano declarou-se culpado nesta quarta-feira de fornecer apoio material a um grupo que os Estados Unidos consideram ser terrorista e de fazer ameaças contra os roteiristas do popular programa de televisão "South Park".

Zachary Adam Chesser, de 20 anos e do estado da Virginia, enfrentará em fevereiro, quando sua sentença for pronunciada, uma pena que pode chegar a 30 anos de prisão, informaram funcionários americanos.

No início do ano, a emissora de televisão Comedy Central censurou as referências ao profeta Maomé em um episódio do desenho animado, famoso pela irreverência, depois que seus autores receberam ameaças.

Chasser declarou-se "culpado de tomar vários passos, em abril de 2010, para encorajar violentos 'jihadistas' a atacar os roteiristas do 'South Park' por suas representações de Maomé, incluindo apontar suas residências e incentivá-los a 'fazer uma visita'", anunciou o Departamento da Justiça em um comunicado.

O grupo extremista 'Revolution Muslim' (Muçulmanos da Revolução), com sede em Nova York, havia declarado, em abril, que os criadores de "South Park", Matt Stone e Trey Parker, corriam o risco de terminar com o cineasta holandês Theo Van Gogh, assassinado por um extremista muçulmano em 2004, em Amsterdã, após fazer um filme crítico ao islamismo.

Chesser assumiu, ainda, que em maio publicou informações pessoais sobre indivíduos que se filiaram a uma comunidade do site de relacionamentos Facebook que promovia o 'dia de todos desenhando Maomé' ("Everybody Draw Mohammed Day"), o que o Islã proíbe.

Em sites jihadistas na internet, Cesser divulgou detalhes dos contatos e escreveu: "simplesmente um lugar por onde começar".

Ele também reconheceu que tentou fornecer material de apoio ao grupo islamita somali Shebab, inspirado na rede Al-Qaeda e considerado uma organização terrorista pelo Departamento de Estado.

Chesser "pôs em sério risco as vidas de pessoas inocentes, que estarão em perigo durante muitos anos por vir", disse o promotor americano Neil MacBride.

"Ao admitir sua culpa, hoje, Chesser nos lembrou da seriedade da ameaça que representam para o nosso país os jihadistas de causa própria", disse.

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