Autor de "Império", Aguinaldo Silva encara internet como grande aliada
Colunista do UOL*
Em busca do ibope perdido, uma vez que "Em Família" decepcionou, a Globo estreia na próxima segunda-feira (21) "Império", escrita por Aguinaldo Silva e com direção de Rogério Gomes, o Papinha.
Os primeiros capítulos serão especiais, gravados no Brasil e no exterior, com o claro objetivo de impressionar logo de cara. Responsável por grandes sucessos do horário das 21 horas, Aguinaldo promete uma história que obedece fielmente às regras do folhetim, liderada por um time que reúne nomes como Lilia Cabral, José Mayer, Drica Moraes, Paulo Betti, Alexandre Nero, Leandra Leal, Nanda Costa, Flávio Galvão e Marina Ruy Barbosa, entre outros.
O autor falou à coluna:
Qual a proposta de Império?
AS - A proposta de "Império" é ser uma boa novela. O que isso significa? Uma boa novela é aquela que privilegia as tramas, em vez dos temas. É a que obedece fielmente às regras do folhetim, que é a base de toda novela, mas ao mesmo tempo trata de adaptá-las para a linguagem e o ritmo atuais. Uma boa novela também respeita o telespectador, que é mais entendido em telenovelas que os próprios autores destas. Em vez de guiá-los, a boa novela tenta surpreendê-los a cada capítulo, dar a eles a sensação de que estão vendo uma coisa nova. "Império" quer ser tudo isso. Se vai conseguir ou não? Aguardem os próximos capítulos.
Como é estrear uma novela no momento em que o uso das redes sociais está tão intenso?
AS - É ótimo. As redes sociais são a principal fonte de propaganda das novelas. Basta ver a lista de assuntos mais comentados do Twitter: às vezes, quando acaba o capítulo de uma novela de horário nobre, além da própria novela há vários personagens entre os dez assuntos mais twitados. Eu sempre digo que toda boa novela tem como ponto de partida uma grande fofoca... E a fofoca é o principal alimento das chamadas redes sociais.
A internet então pode ser um ponto de apoio importante? É possível tê-la como aliada durante a jornada de uma novela?
AS - A internet é uma grande aliada durante a jornada de uma novela. Não só pela rapidez de propagação, mas também pela quantidade de pessoas que repercutem tudo o que sai e é relevante nela. Claro, a novela também é muito importante para a internet. Basta ver a quantidade cada vez maior de blogs, sites e grupos de discussão que se especializam no tema.
O senhor comemorou muito o fato de José Mayer ter aceitado "sair da casinha", fazer um papel totalmente diferente? Aliás, inicialmente, houve alguma objeção quanto a isso na Globo? Afinal, ele, Mayer, é o maior pegador das novelas...
AS - O personagem de José Mayer é bem menos diferente do que o Pereirinha que ele viveu em "Fina Estampa". O que eu comemorei foi fato de poder contar com ele em mais uma de minhas novelas. Já fizemos muitas, e pretendemos fazer outras ainda. A escolha do ator foi feita da seguinte maneira: eu contei a ele qual era o personagem, ele me disse que gostaria de fazê-lo, eu comuniquei isso ao diretor-geral Rogério Gomes, que o convidou oficialmente. Como ele não estava comprometido com nenhuma produção presente ou futura, não houve nenhum problema.
Em breve, começo de 2015, teremos dois institutos, Ibope e o alemão GfK, medindo audiência no Brasil. Como avalia isso?
AS - Não tenho condição de avaliar. Mas, se isso serve de exemplo, devo dizer que, nas pesquisas eleitorais, dou a mesma importância às do Ibope e do Datafolha.
*Com colaboração de José Carlos Nery