Colegas de trabalho dizem não reconhecer jeito de Luan no "BBB15"

Ana Cora Lima
Do UOL, no Rio
Ana Cora Lima/UOL
Os funcionários do Tony Hair Design acompanham o programa. O dono do salão, Antônio Romilton (de camisa azul), diz que Luan tem emprego garantido quando sair da casa

Os colegas de trabalho de Luan Patrício, gerente do salão de cabeleireiro Tony Hair Design, no Rio, estão surpresos com a atuação do brother dentro do "BBB15". As brincadeiras criticadas pelos colegas de confinamento e, principalmente, a declaração sobre ter matado um jovem no Complexo do Alemão chocaram os funcionários do estabelecimento. 

"Nós nos conhecemos há seis meses, trocamos confidências, saímos sempre juntos para tudo quanto é lugar e ele nunca mencionou essa tragédia e também nunca fez comentários sobre todo negão ser ladrão. Pelo contrário. O Luan sempre teve orgulho da raça, da sua cor. Eu estou assustado. Não o reconheço", contou o cabeleireiro Marco Antônio Roque, que não tirava os olhos da televisão enquanto dava entrevista para UOL na última sexta-feira (23).

Reprodução/ TV Globo
Ex-militar, Luan conta no "BBB15" que matou um jovem durante uma operação do Exército no Morro do Alemão, em 2010
No salão, localizado bem perto do Projac, centro de gravações da Globo onde fica a casa do "BBB", em Curicica, zona oeste do Rio de Janeiro, os dois aparelhos de televisão ficam ligados no "BBB" durante as 12 horas do expediente.

O clima que antes era só de euforia com a participação do amigo, agora é de preocupação. "Ele é um menino bom, responsável e muito apegado à família. Luan deve ter ficado deslumbrado e quis contar uma vantagem, só que não mediu as consequências. Torço e rezo para que esse episódio não o prejudique e aí as pessoas vão conhecê-lo melhor", disse Roque, que tem a receita para Luan chegar às finais. "Passar mais tempo na piscina, ajudar nas tarefas domésticas, paquerar as gostosas e ouvir mais do que falar", ensinou.

Gerente do salão, Paula Gouveia foi quem contratou Luan para o cargo de gerente operacional. Amiga do brother há mais de dois anos, ela concorda que ele fala demais. "Ele gosta de contar suas histórias, suas brincadeiras, seus 'causos', mas não é por maldade. Luan é uma pessoa boa, responsável e por ser novo [23 anos], não tem malícia. Sabia que ele tinha servido no Exército, mas não que tinha participado de confronto com traficantes. Com tantas coisas legais para contar, ele vai e dispara isso. Não dá para entender", lamenta Paula.
 
Ela ainda coloca em dúvida a história contada pelo brother. "Pode ser que ele tenha exagerado na versão, mas Luan poderia ter contado os lances engraçados dos churrascos em família, que sempre acabam em confusão, ou alguns tocos que levou das meninas nas baladas", entregou.
 
Dono do salão, Tony Romilton é outro que só tem elogios para Luan. "Ele está aqui há seis meses e já conquistou todos os funcionários e clientes. Acho que o pré-confinamento, aquela fase de ficar dez dias isolado no quarto de hotel, deu uma mexida no emocional e ele começou no reality show trocando os pés pelas mãos. Ainda bem que o Exército negou a participação dele na ação que ele disse ter matado um jovem e espero que alguém agora puxe a orelha e o Luan fique mais esperto ", observou o cabeleireiro com mais de 30 anos de carreira.
 
Tony contou que foi um dos primeiros a saber que o rapaz entraria na casa mais vigiada do Brasil. "Um pouco depois do Ano Novo, ele veio me contar e me pediu segredo. Disse para ir tranquilo, ser ele mesmo durante o jogo, que independente de qualquer coisa, o emprego dele estaria garantido". 
 

Sobre a possibilidade de Luan ir para o paredão e deixar o "BBB15" na primeira semana, Tony acha que ainda é cedo para qualquer previsão. "Acho que ele está na mira de alguns participantes, sim, mas tudo vai depender do seu comportamento até domingo. Uma coisa é certa: ele pode ir para o paredão, mas quem decide a eliminação é o público, e as pessoas vão ver que ele não é um mau garoto, merece uma chance de ficar mais tempo no jogo", disse.