Jogadora declarada, Francieli errou ao subestimar adversários

Especial para o UOL

Assim que fiz minha inscrição no "BBB", eu comecei a me projetar de fato dentro daquela casa. De imediato, comecei a desejar escrever uma história única e ser lembrado por muitos anos pela minha passagem e participação singular. Comecei a imaginar que tipo de perfil eu teria lá dentro e percebi que a maioria destes já havia passado por lá. O cara com complexo de Peter Pan, o caricato, o divertido, o polêmico, enfim, me dei conta que a única maneira de me destacar seria quebrando algum dos tabus ainda existentes, um deles me pareceu muito atrativo: me senti confortável em encarar tamanho desafio, ser o único jogador declarado que não seria vilão! E como fazer isso? Simples!

Voltei no tempo e fui analisar os perfis dos "vilões" do "Big Brother Brasil" de todos os tempos, dentre eles alguns se destacaram justamente por serem tachados como articuladores, Adriano ("BBB1"), Jean Massumi ("BBB3"), Dr. G ("BBB5"), Alberto Cowboy ("BBB7"), Dr. Marcelo ("BBB8") são alguns exemplos. Sinceramente, nunca os vi desta maneira, muito pelo contrário! Que mal havia em se concentrar em estratégias e induzir seus aliados? Num jogo social onde a moral impera, manipulação sempre teve o peso da repugnância. Foi aí que eu vi a minha oportunidade de revolucionar a história do "BBB".
 
Durante meses, enquanto ainda era candidato e estar na casa do "BBB" ainda era um incógnita, eu dedicava todo o meu tempo mirabolando um meio de quebrar esse esquema maldito. Eis que notei que era mais fácil do que eu imaginava. Bastava ser honesto, ético, coerente e justo, sempre reforçando o meu discurso de que, sim, é possível disputar, duelar com honra e respeito ao oponente, sem nunca desmerecê-lo. O tão mencionado no mundo dos esportes, o "fair play".
 
Todos aqueles que não mediram seus atos e seu discurso, ainda mais quando ofensivo, não foram muito longe. Meu discurso era simples, nunca diminuir o próximo para crescer em cima dele ou nunca usar a cabeça de seu adversário como escada. Valorizar, reconhecer e respeitar seu oponente é fundamental para a coerência do jogo, ter um desafiante não significa que ele tenha que ser seu inimigo. Muito pelo contrário, como alguém que faz você querer se superar e se tornar melhor pode ser considerado inimigo?
 
Me orgulho de ter quebrado esse estigma e ter escrito a cartilha do bom jogador, mas parece que a turma que veio nas edições seguintes não leu sequer o primeiro parágrafo! Tio Max deixou um legado e quem o ignora não prevalece. Quer jogar? Lembre-se dos meus passos.
 
Francieli, primeira eliminada oficial do "BBB15" (Julia foi a primeira, na disputa pela 14ª vaga contra Aline), chegou a dizer que queria jogar como eu joguei na minha edição, mas infelizmente para ela, entendeu tudo errado. Que ironia do destino uma nova Fran no "BBB" querendo ser o Max!
 
Francieli exagerou na dose, demonstrando total amadorismo com sua estratégia equivocada, crendo que o jogo se define na base da conquista e aniquilação, quando na verdade a autossabotagem é o fator determinante para a maioria das eliminações em paredões. Sempre acreditei que quem vacila cai sozinho, você não precisa empurrar, ou que a melhor maneira de mostrar as fraquezas do oponente é sendo naturalmente melhor do que ele. 
 
A sorte também não estava a favor da autodeclarada jogadora Fran. Primeiramente, com a escolha de uma das certamente centenas de afirmações contundentes de Fran durante sua entrevista: "Vou criar alianças e depois queimar todos"
 
Deu a entender de cara para o público qual era sua intenção. Queimada aqui fora, não contava com uma cartada certeira de um de seus oponentes, Marco, que teve o privilégio de ver a chamada do perfil de Francieli na TV antes de entrar na casa e fez questão de verbalizar o que havia testemunhado. Veio aí a sua falta de sorte também dentro da casa.
 
Cheia de si, sem saber da repercussão de uma de suas frases dentro e fora do "BBB", para fechar a tampa do caixão, Fran foi desafiar Fernando, chamando-o para um "duelo de jogadores". O carioca abusou do seu poder de convencimento e influenciou alguns votos contra a conciliadora criminal. Ou seja, o universo conspirando contra a gaúcha que despontava como uma das promessas do "BBB15", sua saída chegou frustrar alguns fãs do programa.
 
Sempre digo, o melhor jogador é aquele que aposta todas as suas fichas e joga os dados no escuro. Óbvio que o fator sorte é determinante, mas se a jogada não for calculada e planejada, o tiro certamente sairá pela culatra, como foi o caso da belíssima Fran, que tentando ser discreta acabou pecando pelo exagero. Mas o maior erro de todos e que poucos consideram: o poder de subestimar. Quem pretende vencer nunca pode subestimar os oponentes e os desafios, achar que tem o controle absoluto é um equívoco fatal! Realidade do jogo "BBB" que muitos só reconhecem da pior forma, sendo eliminados. Só consigo me lembrar da cara de surpresa de Fran ao falar com o Bial já do lado de fora! 
 
Francieli perdeu para si mesma antes de entrar na casa, precipitando-se quando deduziu que sabia como se jogar no "BBB" sem nunca ter estado lá dentro ou sem conhecer os demais concorrentes. Para ter uma boa estratégia, há que se analisar tudo e todos e só depois se moldar e agir.
 
Ser jogador, acima de tudo é ser observador, saber falar e agir na hora exata sempre com muita delicadeza, sutileza e respeito a tudo e todos. Olhando no olho de igual para igual e sempre com sorriso leve no rosto, eis a maior dica para os futuros pretendentes a maiores jogadores da história do BBB!
 
Até o próximo, turma!