Max Porto: Confinamento potencializa carência e relações são reais no "BBB"

Especial para o UOL
Reprodução/TV Globo
Rafael e Talita: primeiro casal do "BBB15"

Muito curioso para mim, testemunhar todos os anos desde que saí do "BBB9", a desconfiança do público com relação ao espetáculo da realidade. Será que é de fato real? Muitos não acreditam que tudo ali dentro é de fato espontâneo. Como alguém pode se relacionar de forma tão intensa com alguém que acabou de conhecer? Tio Max vai tentar explicar!

Somos seres afetivos, vivemos em sociedade e buscamos aprovação o tempo todo. Além disso, somos por natureza carentes, mais que isso, somos seres viciados em tato. Dedicar-se ao afeto e recebê-lo é fundamentar as ligações que nos fazem ser tão sociais. Pelo afeto, conseguimos confiar e confiando nos sentimos mais fortes. Sem poder confiar, nada faz sentido e tudo desestabiliza. Precisamos desesperadamente de intimidade, assim podemos ter a certeza de que a entrega pode ser absoluta, a maior de todas as buscas tentando conquistar a derradeira recompensa nesta vida, a perpetuação
 
Quem aqui nunca desejou profundamente o conforto do toque, fosse pegando na mão, um caloroso abraço, um beijo ou o colo que tudo acalma? O confinamento nos priva disso tudo e potencializa a carência que possuímos. Estar privado do afeto tátil daqueles que amamos, família e amigos é uma das situações mais difíceis de lidar. Passar tantos dias recluso na "solitária de luxo" no hotel, 10 dias no caso dos participantes do "BBB15," potencializa essa necessidade de afeto. Obviamente, esse teste é proposital para que todos entrem na casa desesperados por atenção e carinho, e mesmo sendo todos ali dentro desconhecidos, você naturalmente se entrega.
 
Busquei o "BBB" como uma alternativa para fugir de um fim de relacionamento profundamente doloroso para mim. Me recordo que durante a minha cadeira elétrica (entrevista final no processo seletivo), me foi perguntado o seguinte: "Você deve fazer sucesso com a mulherada, se rolar, pretende ficar com alguém?"
 
Fui contundente na resposta: "A última coisa que pretendo neste momento é me envolver com alguém, tô indo pela grana!"
 
Paguei minha língua, na primeira semana estava eu lá babando, apaixonado. Meu relacionamento dentro da casa foi legítimo, pois encontrei uma parceria que foi fundamental no meu progresso no jogo, como disse anteriormente, pude ter alguém para suprir minhas carências básicas, tinha meu porto seguro, minha zona de conforto, havia encontrado alguém para confiar e me dar carinho, pude estabelecer também relações sólidas de confiança com meus aliados. Confortável, segui forte no jogo e pude suprir o desespero pela falta de contato com minha família e amigos que sempre estiveram presentes até então.
 
Mais uma vez vejo os novatos entrando mega eufóricos na casa, sedentos por atenção, aprovação e carinho. Todos ali dentro são pessoas atraentes e interessantes, inevitável aquela atração inicial, assim surgem os primeiros laços afetivos, amigos e possíveis pares, trios ou até mesmo quadrados amorosos.
 
Só quem está lá sabe o valor de uma "conchinha"
Nesta edição, em menos de uma semana, já vimos casais se testando, buscando suprir suas necessidades de contato físico. Só quem está lá dentro sabe o real valor de uma "conchinha" durante uma noite fria num lugar estranho, com pessoas estranhas e longe de casa.
 
Reprodução/TV Globo
Público tem curiosidade de saber onde vão parar triângulos amorosos como o de Fernando, Aline e Amanda
Amanda e Fernando já estão vivendo na pele as consequências desta situação, potencializada com a chegada de Aline, por quem o carioca já se encantou. A loira está disputando a permanência na casa com Julia. Diante desse precoce triângulo amoroso, Aline leva vantagem na curiosidade do público de ver onde vai parar esta situação, de que maneira os três personagens desta micronovela que acaba de começar vai parar - na festa deste sábado, Fernando decidiu ficar com Aline na frente dos outros brothers. Todos podem se erguer ou se afundar. Vamos aguardar o desenrolar deste romance a três.
 
Outro casal que se formou no escuro da noite foi Rafael e Talita, exemplo claro de tudo de coloquei de expôr aqui antes, atração clássica por necessidades básicas e não sei se vinga, nos resta aguardar também para ver até onde vai e o impacto desta união no jogo coletivo.
 
Existem aqueles também, que de tão carentes, não conseguem encontrar um par perfeito para canalizar esta energia e acabam sucumbindo diante dela, são os "pega ninguém". Perdem o foco no jogo, exageram nas investidas. Luan tem sido este cara dentro da casa. Cezar também, mas de tão caricato, chega a ser cômico e leve, pode até se favorecer com isso no jogo.
 
Os relacionamentos dentro da casa na sua maioria são reais pois as necessidades de cada um também são reais, o público ao longo de tantos anos de "BBB" já sabe distinguir o que é legitimo e o que não é, todos os casais que forçaram uma barra tentando enganar de forma proposital e estratégica não forem muito além no jogo.
 
O confinamento, o estresse diante da privação nos deixa a flor da pele, mega sensíveis e é exatamente este conflito íntimo que nos faz curtir tanto esta experiência chamada "Big Brother Brasil".
 
Enfim, estamos todos aqui para nos apaixonar por eles e vê-los se apaixonarem entre si. Sem paixão não há torcida, e sem torcida não há um campeão!
 
Até o próximo, turma!