50 anos da TV Globo em 50 imagens Montagem Dia 26 de abril de 2015, a TV Globo faz 50 anos; lembre os momentos mais marcantes da emissora Reprodução ESTREIA: Pouco menos de um ano depois do golpe militar, no dia 26 de abril de 1965, estreava um novo canal na televisão brasileira, a TV Globo, no canal 4 do Rio de Janeiro. O filho de Irineu Marinho, fundador do jornal "O Globo", Roberto Marinho, havia ganho a concessão para operar o canal em 1957, mas foi só na década de 60 que a emissora foi ao ar e prosperou Reprodução PRIMÁRIO - O primeiro programa a ir ao ar pela nova TV Globo, Uni-Duni-Tê, era apresentado por uma professora de verdade, Fernanda Barbosa Teixeira, em um cenário que simulava uma sala de aula e com a participação de crianças. Com pequena audiência, não chegou a amedrontar a então campeã da época, TV Tupi e nem ao menos a local TV Rio Luiz Carlos David/Folhapress ESCÂNDALO TIME-LIFE: Dois meses depois de ir ao ar, a TV Globo foi foco da denúncia do então governador da Guanabara, Carlos Lacerda, que afirmava haver acordo financeiro entre a direção da emissora brasileira e o grupo americano Time-Life, ferindo a constituição brasileira que proibia estrangeiros de serem proprietários de meios de comunicação no Brasil. A denúncia teve o apoio da Associação Brasileira das Empresas de Rádio e Televisão, a Abert e chegou a virar CPI no Congresso Reprodução/TV Globo PRIMEIRA NOVELA: Com audiência baixíssima, foi ao ar, em 1965, a primeira novela da TV Globo. "Ilusões Perdidas" era de autoria de Ênia Petri, mulher do primeiro diretor da novela, Líbero Miguel, e tinha como protagonista a atriz Leila Diniz, que mais tarde, viraria musa feminista das areias de Ipanema ao posar, pela primeira vez no Brasil, de biquíni com barriga de grávida. Seu par romântico na novela global era Reginaldo Faria Divulgação RUMO A AUDIÊNCIA - No fim de 1965, a Globo contratou um jovem que trabalhava na TV Rio, Walter Clark (à dir.). Ele que viria a ser o grande responsável pelo pulo de audiência da emissora. Executivo ousado e criativo e, segundo os colegas da época, com grande faro jornalístico, fez história na televisão brasileira. Saiu da emissora em 1977 e escreveu junto com o jornalista Gabriel Priolli sua biografia. Foi Clark quem levou para a Globo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Acima, Boni (à esq.) e Clark em foto de 1969 Divulgação DE EMPREGADO A PATRÃO - Silvio Santos entrou na Globo como parte do espólio da TV Paulista, em 1966. Começou na emissora com o "Programa Silvio Santos", precursor de muitos quadros que existem hoje na TV. Quiz de conhecimentos, dança com artistas famosos e o que ficou mais famoso, "Boa Noite Cinderela", em que uma menina tinha seus desejos realizados. Silvio Santos também tinha seus jurados famosos para calouros desconhecidos, Pedro de Lara e Aracy de Almeida só davam notas baixas aos cantores anônimos. Silvio ficou na Globo até 1976, passou brevemente pela TV Tupi até comprar seu próprio canal Folhapress FENÔMENO DA COMUNICAÇÃO - "Quem não se comunica se trumbica" Com esse bordão, Abelardo Barbosa começou seu sucesso na Globo em 1967. Chacrinha inaugurou um estilo escrachado de apresentar um programa. Tocava uma buzina no ouvido do calouro quando ele desafinava e jogava alimentos do patrocinador para a plateia, perguntando: "Vocês querem bacalhau?". Pelos seus palcos passaram todos os nomes da MPB, a quem ele recebia com o mesmo jeito gozador Reprodução CHACRETES - As dançarinas de palco dos programas do Chacrinha, as "chacretes", eram um show a parte com suas roupas e danças sensuais. Tinham apelidos dados pelo velho guerreiro e interagiam com os convidados. Índia Potyra e Rita Cadilac ficaram mais famosas. O júri do programa não era menos excêntrico. Elke Maravilha e José Fernandes interpretavam papéis, ela de a boazinha e ele o carrancudo Montagem HUMOR POLÍTICO - Chico Anysio foi contratado pela Globo em 1969. No ano seguinte estreou em um pequeno programa entre o "JN" e a novela das oito. Só em 72, o comediante pode mostrar sua versatilidade com a estreia de "Chico City". Começava aí o desfile de personagens que caracterizou seu trabalho. Foram mais de 200, de pai de santo gay a vampiro brasileiro. A "Escolinha do Professor Raimundo", um dos quadros dos programas de Chico Anysio virou um show separado a partir de 1991 e ficou conhecida como uma fonte de trabalho para humorista em fim de carreira e para os iniciantes Reprodução DO RÁDIO PARA A TV - "Balança, mas Não Cai" deu nome ao programa humorístico que estreou em 1968. Lúcio Mauro, Paulo Silvino, Berta Loran e Brandão Filho faziam esquetes em um edifício onde tudo podia acontecer. Personagens como Primo Rico e Primo Pobre ficaram no ar três anos, com direito a voltar para a grade da emissora em 1982 por mais um ano Folhapress NA ZONA DO JOÃO - O primeiro programa global a ter comentários de futebol foi estrelado por João Saldanha, ex-jogador e ex-técnico do Botafogo, o já atuante jornalista, comandou o "Na Zona do Agrião" (1966) por um ano. Conta a lenda, que a gíria de futebol foi criada por ele. Saldanha foi convidado a comandar a seleção brasileira e garantiu sua classificação para a Copa de 70, no México. Mas bateu de frente com os militares, que queriam escalar seu time, e acabou deixando a CBF às vésperas da Copa, quando voltou à Globo como comentarista Reprodução EM REDE - A TV brasileira entrou na era das transmissões via satélite em 28 de fevereiro de 1969, quando Hilton Gomes, locutor da TV Globo, mostrou uma entrevista feita com o papa. Daí a cinco meses, o Brasil assistiria a chegada do homem à lua ao vivo, através de um pool entre a Tupi e a Globo, que delegaram a seus principais apresentadores a narração do feito histórico Reprodução BOA NOITE - Em setembro de 1969, foi ao ar a primeira edição do "Jornal Nacional", sob o comando de Armando Nogueira com apresentação de Cid Moreira e Hilton Gomes, ao mesmo tempo em que uma junta militar assumia o comando do país no lugar do General Costa e Silva, o chamado "golpe dentro do golpe". Cid Moreira conta que não percebeu a mudança na apresentação das notícias e só depois soube que ele estava falando para todo o Brasil Reprodução/TVGlobo NOVELA MODERNA - "Véu de Noiva", de 1969, foi a primeira novela da Globo a se passar nos tempos modernos, sem roupas ou costumes de época. Era chamada de "novela verdade" nas peças de divulgação. O folhetim foi escrito por Janete Clair e dirigido por Daniel Filho, dupla que já estava há quatro anos na emissora. E criou um par romântico, que se repetiria em várias outras novelas, Claudio Marzo e Regina Duarte Divulgação/Reprodução GOLAÇO - Estreia de 1970, "Irmãos Coragem" reuniu dois casais campeões de audiência: Glória Menezes e Tarcísio Meira -um casal na vida real-, e Claudio Marzo e Regina Duarte. A trama deu mais audiência do que a final da Copa de 1970, entre Brasil e Itália, e caiu no gosto dos homens, que pela primeira vez admitiram que assistiam a uma novela Reprodução/TVGlobo Em 1971, estreia no "Jornal Nacional", Glória Maria, a primeira repórter negra da televisão brasileira. Glória já trabalhava como rádio-escuta na emissora e estreou na reportagem cobrindo a queda do viaduto Paulo de Frontein, no Rio de Janeiro. Glória foi, ainda, a primeira repórter a entrar ao vivo no "Jornal Nacional" e suas aventuras, como pular de asa delta descrevendo sua sensação, fez a repórter virar celebridade Divulgação/TV Globo GARIBALDO - Vai ao ar pela Globo em parceria com a TV Cultura, o infantil "Vila Sésamo", versão brasileira do programa americano Sesame Street. Em 1972, mostrava bonecos americanos dublados em português ensinavam conhecimentos básicos de forma lúdica. Tinha, também, atores brasileiros, como Armando Bogus e Sonia Braga, interagindo com crianças. Mais tarde, a Globo criou seus próprios bonecos Garibaldo e Gugu Divulgação DUPLA DE SUCESSO - O primeiro seriado produzido pela TV Globo foi "Shazan, Xerife e CIA", exibido em 1972, e veio do sucesso da dupla Paulo José e Flavio Migliaccio na novela "O Primeiro Amor". Eles eram Shazan e Xerife, dois mecânicos trapalhões, que inventaram a "camicleta", uma mistura de caminhão e bicicleta Divulgação/TVGlobo POVO DE SUCUPIRA - A novela "O Bem Amado" foi a primeira a ser transmitida em cores pela Globo, em 1973. Era de autoria de Dias Gomes com direção de Regis Cardoso e tinha Paulo Gracindo como personagem principal, o político corrupto Odorico Paraguaçu. Por ser mais realista na crítica social e mais liberal nos costumes, esteve sob a vigilância acirrada da censura Reprodução SHOW DA VIDA - O "Fantástico" nasceu em 1973 para fazer frente ao programa "Flávio Cavalcanti", da TV Tupi, que ganhava em audiência da TV Globo nas noites de domingo. As aberturas do programa marcaram época e criavam expectativa a cada mudança, que foram muitas desde a entrada de Hans Donner na Globo, em 1975. A mais conhecida tinha a modelo Isadora Ribeiro saindo da água vestida em um biquini futurista e bailarinos dançando em cenários que simulavam paisagens grandiosas do planeta Reprodução/TVGlobo CRAVO E CANELA - A Globo levou Jorge Amado para a TV em 1976, com a estreia "Gabriela". Coube a Sônia Braga o papel da retirante da seca nordestina, com a sensualidade típica dos personagens de Amado. Paulo Gracindo era o velho coronel, enquanto José Wilker fazia Mundinho, símbolo do novo estilo de poder que chegava às fazendas de cacau. Além do elenco brilhante, a direção inovou marcando a diferença entre o velho e o novo coronelato. A câmera parada deu lugar aos takes em movimento, depois que surgiu Mundinho na história Reprodução HUMOR - Em 1976, Max Nunes e Haroldo Barbosa criaram "Planeta dos Homens". Com Agildo Ribeiro e Jô Soares, o humorístico parodiava o filme "Planeta dos Macacos", tendo como fio condutor dois macacos inteligentes espantados com o mundo dos humanos. A inovação do programa foi a abertura, que mostrava um macaco descascando uma banana, de onde saía uma bailarina. O efeito especial era ousado para a época e conseguiu um resultado engraçado mantendo a velha dobradinha humor e mulher bonita Reprodução TIPO EXPORTAÇÃO - A estreia de "Escrava Isaura", novela de Gilberto Braga, em 1976, trouxe para a TV a história abolicionista de Bernardo Guimarães, a saga de uma escrava branca tentando se libertar como os negros da trama. A novela levou para vários países do mundo a história da escravidão dos negros africanos no Brasil. O refrão da música tema da novela --lerê, lerê-- também ultrapassou gerações e virou sinônimo de trabalho árduo Divulgação A CUCA E O SACI - Monteiro Lobato já havia sido adaptado para a televisão no Brasil, mas foi o "Sítio do Picapau Amarelo" da TV Globo que ficou no imaginário do brasileiro que tem, hoje, menos de 40 anos de idade, tamanha a força da produção. A primeira versão ficou no ar de 1977 a 1986, com Dirce Migliaccio no papel da boneca Emília Divulgação Ô, PSIT! - "Os Trapalhões" já fazia sucesso na TV Tupi quando Didi, Dedé, Mussum e Zacarias foram chamados, em 1977, para a Globo. A emissora aceitou todas as exigências de Renato Aragão para mudar de canal. E, embora com medo de perder sua liberdade de expressão na TV Globo, Renato comandou a principal e mais unânime atração global das noites de domingos por dezoito anos Divulgação ABRA SUAS ASAS - Novela de Gilberto Braga de 1978, "Dancin' Days" foi um marco na teledramaturgia da Globo. Inovou no estilo realista e irônico típico do autor. Exibido na época das discotecas, lançou moda em todo o país, principalmente a das sandálias de salto alto com meias de lurex, como as acima, usadas pela liberada Julia Mattos, personagem de Sônia Braga Divulgação/Reprodução/TVGlobo A VEZ DELAS - Um ano depois da lei do divórcio entrar em vigor, em 1979, estreava "Malu Mulher", série que tinha Regina Duarte e Dennis Carvalho como protagonistas. A namoradinha do Brasil vivia uma mulher separada, buscando sua independência, se emancipar do marido. Foi a estreia da atriz Narjara Tureta, adolescente que fazia a filha de Malu e que depois chegou a vender água de coco em Copacabana Reprodução/TV Globo Em 1979, estreia, às 23h, o "Jornal da Globo", em época de abertura política no país. Com espaço para entrevistas e análises das notícias, tinha comentários de jornalistas especializados em economia e política. O jornalístico foi o primeiro a testar a figura do âncora, como Lillian Witte Fibe (foto), e depois do casal de apresentadores Divulgação/Folhapress COR DE ROSA CHOQUE - Três horas de duração só falando de assuntos que, em 1980, eram considerados femininos. O programa "TV Mulher" estreou nas manhãs da Globo com a missão de captar a audiência das mulheres e tinha como quadros: astrologia, com Zora Yonara; comportamento sexual, com Marta Suplicy e culinária, com Marilu Torres. Marília Gabriela comandava a atração. O programa durou seis anos Folhapress CAIPIRA - Um dos programas de maior sucesso na Globo, "Som Brasil" foi ao ar de 1981 a 1989, sempre aos domingos de manhã. Rolando Boldrin (foto), que, idealizou o projeto e fazia a direção musical, recebia os artistas de música sertaneja de qualidade e ainda contava "causos". Mais tarde, a apresentação ficou a cargo de Lima Duarte, que entrevistou vários nomes da MPB. "Som Brasil" foi premiado dentro e fora do país Reprodução/TVGlobo CASO PROCONSULT - Na cobertura das primeiras eleições diretas para governador desde o golpe militar, em 1982, o candidato a governador do Rio de Janeiro pelo PDT, Leonel Brizola, acusou a Globo de favorecer seu rival, o candidato Moreira Franco, do PDS, na divulgação dos resultados. O caso deu origem à CPI no congresso nacional, que apurou que não houve má fé da Globo, que durante boa parte das apurações mostrava Moreira Franco na frente, quando, na verdade, Leonel Brizola saiu vencedor das eleições. A repercurssão pegou mal, e o próprio diretor de jornalismo na época, Armando Nogueira, entrevistou o governador eleito, numa espécie de "esclarecimento" das acusações Reprodução/TV Globo MOBILIZAÇÃO NACIONAL - Durante enchente que devastou os três estados do sul do país, em 1983, a Globo deu mostras da sua capacidade de mobilizar. A campanha criada pela emissora por doações para as vítimas alcançou todos os estados e teve recorde em arrecadação de roupas e alimentos. A campanha ainda contou com um jogo de futebol no estádio Serra Dourada (GO) com renda doada para socorro das vítimas Renato dos Anjos/Folhapress DIRETAS? - O ano de 1984 girou em torno do movimento pelas eleições diretas para Presidente da República. A Globo cobriu as discussões no congresso, mas quando o movimento chegou às ruas, a cobertura se limitou aos jornais locais. No dia 25 de janeiro, um comício das Diretas Já na Praça da Sé, em São Paulo, chegou a ser chamado de festa de aniversário da cidade em matéria do "Jornal Nacional" Divulgação MINISSÉRIE - As primeiras minisséries da Globo foram ao ar já no início dos anos 80. A pioneira foi "Lampião e Maria Bonita", que estreou em 26 de abril de 1982 e teve oito capítulos. Três anos depois, a grande produção "O Tempo e o Vento", baseada na obra de Érico Veríssimo, chegou aos olhos do telespectador. Cem personagens e mil figurantes dividiam as cenas, que foram em grande parte gravadas no Rio Grande do Sul. Tarcísio Meira (na foto, à dir.) era Capitão Rodrigo, o herói gaúcho, e Glória Pires era Ana Terra Estevam Avelar/Globo SEM BRINCADEIRA - A campanha "Criança Esperança" chegou na Globo em 1986 para comemorar os 20 anos dos Trapalhões na emissora. Sob o comando de Renato Aragão e em parceria com a Unesco, o programa ocupa quase dez horas de programação da Globo, e a campanha já arrecadou R$ 250 milhões para mais de cinco mil projetos sociais envovendo jovens e crianças Reprodução/Memória Globo RAINHA DOS BAIXINHOS - A ex- modelo Xuxa Meneguel já fazia um programa de sucesso na TV Manchete quando, em 1986, a TV Globo viu o potencial da apresentadora infantil, que tratava as crianças de igual para igual e a chamou para estrelar o "Xou da Xuxa". Foram 28 anos na Globo, o último dele na geladeira. Até que em 2015, a loira foi para a Record Divulgação Ô LOCO, MEU - Até a criação do "Domingão do Faustão", em 1989, a Globo perdia em audiência nas tardes de domingo para o "Programa Silvio Santos", do SBT. A ideia era que Fausto Silva trouxesse para a Globo a irreverência com que apresentava o "Perdidos na Noite", aos sábados, na TV Bandeirantes. Desde então, ele protagoniza a briga pela audiência aos domingos. Nessa batalha, novos quadros são criados o tempo todo e a única atração que perdura são as videocassetadas Reprodução/TV Globo PARCIALIDADE - Em 1989, nas primeiras eleições para presidente da república depois da ditadura militar, a Globo errou feio ao editar para os jornais do dia seguinte o último debate dos dois candidatos do segundo turno, Lula e Collor. Além de dar 1 minuto e meio a menos para Lula, os editores das matérias do "Jornal Hoje" e "Jornal Nacional" privilegiaram melhores momentos de Collor. A Globo reconheceu o erro na edição, mas o editor de política na época, Ronald de Carvalho -que assume ter editado a matéria do JN- afirma que Roberto Marinho até lhe deu os parabéns pelo telefone Divulgação EFEITO PANTANAL - 1990 foi o primeiro ano em que uma novela de outra emissora ameaçou a hegemonia da Globo. "Pantanal", com suas longas cenas de pôr-do-sol, e os banhos de rio de Juma Marruá (Cristiana Oliveira) bateu a audiência dos programas do horário de 21h30 da Globo e se tornou a novidade que nenhuma concorrente quer. Jayme Monjardim, na direção e Benedito Ruy Barbosa, na autoria formavam a dupla, que mais tarde, a emissora de Roberto Marinho iria contratar Reuters COMOÇÃO NACIONAL - Em 1994, a Globo mostrou, ao vivo, o acidente com o piloto Ayrton Senna no autódromo de Imola, na Itália. E foi um repórter da emissora, Roberto Cabrini, que anunciou a morte do piloto para todo o país. A cobertura da campanha de Senna era prioridade na Globo, que contava com a torcida entusiasmada de Galvão Bueno. Tanto que a trilha da emissora para a Fórmula 1 é o tema de Ayrton Senna Reprodução/YouTube BRIZOLA X GLOBO - 1994 foi o ano em que os espectadores do "Jornal Nacional" ouviram da boca do locutor Cid Moreira um texto escrito por Leonel Brizola, acusando Roberto Marinho de ser conivente com o golpe militar e a Globo de ser manipuladora de informação. O texto foi um direito de resposta ganho na justiça pelo ex-governador do Rio por causa de um editorial de Marinho intitulado "Para entender a fúria de Brizola", veiculado dois anos antes "JN". O fato é considerado um marco na retomada da liberdade de imprensa no Brasil Felipe Varanda/Folhapress HOLLYWOOD BRASILEIRA - Em 1995 a Globo inaugurou o que chama de "fábrica de sonhos". O Projac é um complexo de estúdios e galpões de fabricação de cenários e figurinos, onde são produzidos os programas da Central Globo de Produções. Numa área de 1,65 milhão de metro quadrado a Globo desenvolve réplicas de hospitais, do o rio Ganjes da Índia ou as cavernas da Capadócia na Turquia Reprodução PORTA DE ENTRADA - A Globo percebeu o público infanto-juvenil, órfão dos programas infantis de Xuxa, e em 1995, estreou "Malhação", ideia de dois alunos do curso de roteiro da emissora. Uma mistura de seriado americano com novela brasileira, o programa traz assuntos de interesse do público jovem, discutidos de forma leve. No ar até hoje, a novela é considerada incubadora de novos talentos da Globo Reprodução/Youtube SHOW DA SASHA - Em 1998, nascia a filha da apresentadora Xuxa, e o "JN" colocava no ar o mais longo parto ao vivo da televisão. Foram 10 minutos no horário nobre, sem falar nas matérias sobre o anúncio da gravidez no seu programa até a estrutura montada para acolher mãe e bebê na clínica do Rio. A Globo ainda deslocou seus melhores repórteres para fazer entrevistas com os parentes de Xuxa e o pai da Sasha, Luciano Szafir Reprodução/Montagem ACORDA, MENINA! - Após seis anos à frente do "Note e Anote", na Record, fazendo um enorme sucesso e ditando moda com suas luvinhas, Ana Maria Braga despertou o interesse da Globo, que a contratou para comandar o "Mais Você", a partir de 1999. Na mesma ocasião, a emissora carioca desfalcou a concorrência ao acertar os passes de nomes como Serginho Groisman (ex-SBT), Luciano Huck (ex-Band) e Cazé Peçanha (ex-MTV) Reprodução/TV Globo VIOLÊNCIA - Em 2001 a Globo pôs no ar uma série de matérias investigativas mostrando a feira de drogas em favelas cariocas. Pela série, Tim Lopes, ganhou o prêmio Esso de jornalismo. Repórter experiente, Tim já tinha trabalhado em várias revistas e jornais cariocas. Em 2002, ele desapareceu quando investigava uma denúncia no Morro do Alemão com uma câmera escondida. No dia 2 de junho, a polícia confirmou sua morte, e o "JN" encerrou a edição com aplausos ao jornalista Reprodução DE OLHO - Um anos depois do SBT fazer da "Casa dos Artistas" um grande sucesso, a Globo entrou na onda dos realities shows com a primeira edição do "Big Brother Brasil". Desde 2002, a emissora lança ao universo das subcelebridades brasileiros que sonham com a fama, na maioria das vezes instantânea. Dentre milionários e gostosões fazendo presença vip, poucos seguiram uma carreira de sucesso, como o deputado federal Jean Willys, a apresentadora Sabrina Sato e a atriz global Grazi Massafera Reprodução/TV Globo ADEUS - Numa noite de agosto de 2003 morria Roberto Marinho, e a TV Globo dedicou grande espaço do "Jornal Nacional" do dia seguinte para noticiar o falecimento do dono. Com texto poético, Pedro Bial teceu elogios ao patrão e no fim do jornal, William Bonner chorou ao ler uma carta assinada pelos filhos de Marinho Reprodução/TV Globo O AMOR ESTÁ NO AR - Depois de podar muitas cenas escritas --algumas até gravadas--, a Globo finalmente colocou no ar uma novela em que duas pessoas do mesmo sexo se beijam. Até "Amor à Vida", de 2014, quando Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) ficaram no último capítulo, os poucos casais gays das tramas se cumprimentavam com um abracinho e beijinho no rosto. Apesar de ainda gerar muita grita entre os mais religiosos, e emissora não parou de incluir toda forma de amor em suas novelas Divulgação/TV Globo CRISE DOS CINQUENTA - 2015 deveria ser de pura de festa para a Globo, mas vários obstáculos surgiram já no início do ano. Aos 46 anos de idade, o principal jornalístico da casa, o "Jornal Nacional", teve audiência abaixo de 20 pontos pela primeira vez na história. No dia 24 de março, o periódico marcou 18,6 pontos e perdeu para a soma das audiências das novelas "Chiquititas" (SBT) e "Os Dez Mandamentos" (Record). A crise de ibope ainge também "Babilônia", um dos carros-chefes da comemoração de 50 anos da emissora: desde a estreia, em 16 de março, a novela perdeu um terço da sua audiência