Na "Fazenda", Raquel Pacheco enfrenta, diariamente, o estigma de ter sido garota de programa
Ao ser apresentada ao público da “Fazenda”, Raquel Pacheco evocou brevemente o seu passado como prostituta e disse: “Quero mostrar quem eu sou. Tentar acabar com a imagem de pessoa vulgar, burra.”
Quase dois meses depois, o seu erro de avaliação salta aos olhos. A começar pelo apresentador, a candidata é lembrada diariamente de quem foi e do que fez. Britto Jr só se refere a ela como “Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha”, sempre a avisar o público que uma não existe sem a outra.
Compadre Washington, depois de um desentendimento, chamou Raquel, grosseiramente, de prostituta. “Homem nenhum quer uma p*** dessas em casa. Aposto que se ela ganhar isso aqui, assim que sair vai dar o dinheiro na mão dele, porque homem nenhum aguenta isso de graça”.
A briga foi causada por uma “brincadeira pesada”, nas palavras de Britto, feita por Raquel. Com um pepino nas mãos, ela fez piadas com Washington e Gui Pádua. Os dois entenderam que foi uma maneira de sugerir que seriam homossexuais.
Raquel tem falado, bastante, no programa de seu passado. Especialmente em conversa com as mulheres da casa, lembra de passagens de sua “carreira”, consciente do estigma que carrega: “Só tenho certeza de uma coisa: jamais vou esconder meu passado. Vou contar tudo para meus futuros filhos”, disse outro dia para Valesca.
Se algum dia imaginou que a sua participação no programa poderia ajudar a melhorar a sua imagem, Raquel foi um pouco ingênua. A missão de diminuir o preconceito tem, até agora, se revelado bem difícil. Com a ajuda inestimável de Britto Jr.
Como fazendeira, agora, terá uma semana decisiva. Veremos como o assunto vai reaparecer.
Mauricio Stycer é repórter especial e crítico do UOL
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