Jornal britânico ilustra matéria sobre escândalos sexuais com foto de Luma de Oliveira
Mariana Timóteo da Costa da BBC, em Londres
O jornal inglês The Independent traz na sua edição desta quinta-feira uma foto da modelo e empresária Luma de Oliveira para ilustrar uma reportagem sobre os escândalos envolvendo políticos, funcionários da montadora Volkswagen e prostitutas brasileiras.
De acordo com a reportagem, intitulada "A história do caso VW", diretores da montadora alemã mantêm casos com prostitutas brasileiras e pagam festas "regadas a sexo para políticos alemães". Tudo com dinheiro da empresa. As acusações têm sido destaque na imprensa européia há algumas semanas.
A reportagem de uma página é ilustrada com uma foto grande de Luma de Oliveira desfilando no Carnaval do Rio, com os tradicionais trajes sumários. O jornal não cita o nome da atriz, mas traz a seguinte legenda embaixo da foto: "A maior montadora de carros da Europa, a VW, é sacudida por um escândalo envolvendo sexo, suborno e sambistas".
Procurado pela BBC Brasil, o editor responsável pela matéria ainda não se pronunciou sobre o caso. Mas uma fonte do Independent afirmou que a escolha da foto de Luma foi aleatória. "Fomos no banco de dados do computador e teclamos a palavra 'samba'. A imagem apareceu. Não se tinha idéia que ela era tão famosa", disse o repórter.
Volks
Na reportagem, o Independent afirma que Peter Hartz, diretor do Departamento Pessoal da VW, teve uma amante brasileira (citada como Joselia R) e usou dinheiro da empresa para financiar vários encontros com ela pela Europa e no Brasil.
Além de diretor da VW, Hartz é muito próximo do chanceler alemão Gerhard Schröeder e, segundo o jornal, "contribuiu com várias idéias para reformas na leis trabalhistas alemãs".
Outro desdobramento do escândalo, que "quebrou a coluna da VW", segundo o jornal, é que cartões de crédito da empresa foram usados para levar diretores da companhia e políticos "a férias no Carnaval do Rio".
O jornal cita uma reportagem da revista Focus na qual se diz que empresa pagou festas sexuais "para comprar influência no governo".
Um outro diretor da empresa renunciou depois de ser acusado de comprar, com dinheiro da empresa, uma casa para uma de suas amantes brasileiras em São Paulo.
Para o jornal, os escândalos podem prejudicar a tentativa de Gerhard Schöder se reeleger em setembro.