09/10/2008 - 02h55
Natália do Vale esperou três anos por "Negócio da China" Do Pop Tevê
Faz três anos que Natália do Vale ouve falar de "Negócio da China". Quando a trama das seis era apenas uma idéia na cabeça de Miguel Falabella, a atriz já sabia que, se a novela um dia vingasse, teria um papel na história. "Fiquei feliz por não estar fazendo nada e poder atender o Miguel", confessa Natália, que em 2005 já tinha sido convidada pelo autor para atuar em "A Lua Me Disse", também dele, mas, na época, não pôde aceitar o convite do amigo porque estava no ar como a Letícia de "Começar de Novo".
"O Miguel já pensava na Júlia para mim há tanto tempo que o que mais quero é corresponder à expectativa dele, que é grande", declara a atriz, de 57 anos.
Na pele da dedicada médica Júlia, Natália está tendo a chance de viver situações inusitadas. A começar pelo fato da doutora ter feito uma inseminação artificial em uma época em que o procedimento estava engatinhando no Brasil. Para Natália, contudo, o maior conflito da personagem foi ter escondido tal segredo do filho durante 20 anos.
O rapaz só descobre que Ernesto (Antonio Fagundes) não é seu pai biológico quando ele morre, logo no início da novela.
"Acho que esse é o grande drama inicial da minha personagem. Depois, só Deus saberá. Ou seja: Miguel Falabella", brinca ela, adiantando que tudo leva a crer que Júlia vai ter um "affair" com o pai biológico do filho: o poderoso advogado Adriano, personagem de Herson Capri.
No que depender da empolgação de Natália com sua personagem, ela não vai fazer feio. "Sou abençoada com os elencos que trabalho. Estou muito feliz com o meu núcleo familiar nesta novela", derrete-se ela, referindo-se à mãe Augusta, à irmã Denise e ao filho Diego, personagens vividos, respectivamente, por Nathalia Timberg, Luciana Braga e Thiago Fragoso.
Além de ter sido especialmente convidada por Miguel Falabella, o que te fez dizer sim à doutora Júlia?
Acho que os personagens são legais quando retratam os dramas verdadeiros e humanos do universo de um ser humano normal. Isso é o que mais interessa às pessoas. É o que pega e aproxima mais o telespectador. E a Júlia tem esse apelo. Além disso, nunca fiz uma médica. É emocionante vestir um jaleco e atender as pessoas. Também já estava com saudade dos "sets" de gravação.
E como está sendo essa volta?
Ótima. Estou muito feliz com o meu núcleo - adoro a Nathalia Timberg e tive uma química muito boa com a Luciana Braga - e com o texto do Falabella, que é muito inteligente e bem-humorado. Ele capta os dramas da alma humana com muita sensibilidade. Isso faz com que o público se veja no texto dele. Porque ele toca no coração de cada pessoa. Então você ri, você chora. Isso no palco ou na tevê. É uma característica dele.
Você e o Miguel são amigos há anos. Como é atuar em uma trama escrita por alguém tão próximo? Você costuma trocar idéias com ele?
O engraçado é que não falamos sobre a novela fora dos estúdios. Acho que ele é o autor e eu sou a atriz. Por isso, recebo os capítulos e não comento nada com ele. Tenho cerimônia, exatamente como tenho com outros autores. Então a gente sai, janta, conta piada, brinca, mas não toca em assunto de novela. Primeiro porque tenho essa formalidade e segundo porque acho que ele já trabalha tanto que quando a gente está junto é para brincar, espairecer e falar besteira.
(por Carla Neves)