Daniele Suzuki comemora seu espaço: "Normalmente, papéis para japoneses são caricatos" - 02/10/2008

02/10/2008 - 07h02
Daniele Suzuki comemora seu espaço: "Normalmente, papéis para japoneses são caricatos"

Do PopTevê

Luiza Dantas/CZN

Daniele Suzuki despede-se da elétrica Alice de "Ciranda de Pedra"

Daniele Suzuki não consegue ficar parada. A atriz, que vive a não menos inquieta Alice em "Ciranda de Pedra", não pára de enumerar suas atividades, que vão desde a novela até a apresentação do programa "Tribos", do canal por assinatura Multishow. Aos 31 anos, a carioca que tem ascendência japonesa, alemã, italiana e indígena, encara a reta final da trama satisfeita e certa de que conquistou um lugar merecido - e batalhado - na Globo. "Ralei muito para me manter aqui, por causa do meu perfil. "Normalmente, os papéis para japoneses são caricatos. Conquistei um espaço e pego personagens independentemente disso", comemora.

Moradora da pensão da Aurora (Rosa Maria Colyn), Alice pendeu para o lado cômico da história, garantindo risos com seu jeito agitado e o inseparável bloquinho onde ela anota tudo que achar pertinente. Na reta final, a secretária da metalúrgica, que não era muito chegada a romances, fica noiva de Adonir (Gabriel Wainer). "Foi um trabalho muito divertido. E a composição de época é sempre mais cuidadosa", avalia.

Mas fazer rir não é exatamente algo novo para a atriz. Depois de estrear na TV em "Uga Uga" e viver a revoltada Yoko do seriado "Sandy e Júnior", os papéis de Daniele sempre penderam para o humor. Ela ganhou destaque ao viver a simpática Miyuki das temporadas de 2003 a 2005 de "Malhação". Em seguida, foi a prostituta Yoko Bell, de "Bang Bang", e a Rosa, de "Pé na Jaca", todas com um "pé" na comédia. "Quando recebo uma sinopse, vou atrás. Faço pesquisas, compro acessórios que ache que tenham a cara do personagem, coloco 'cacos' nos textos...", conta.

Na verdade, Daniele confessa que um dos melhores laboratórios para suas personagens é o "Tribos", que ela apresenta há três anos. No programa, são entrevistadas as mais diferentes "turmas", que vão de bailarinos clássicos a adeptos do "body modification" - técnica através da qual as pessoas mudam partes de sua anatomia. "Já chego para gravar sem preconceito, senão a galera não se abre. Aprendi que não devemos julgar", ressalta.

Dinâmica, Daniele diz que sempre quis atuar, mas foi no balé, aos quatro anos, que ela deu os primeiros passos na arte. Aos 10, já fazia comerciais, e aos 13 matriculou-se em um curso de teatro. Formada em Desenho Industrial, embora não exerça a profissão, ela sempre dá um jeito de exercitar a criatividade. Com cursos de Jardinagem e de Paisagismo concluídos, por exemplo, é ela a responsável por cuidar do jardim de sua casa, que estava em obras até bem pouco tempo. Foi ela também que desenhou vários cômodos. "Faço tudo sozinha na minha vida, é muita coisa para organizar", valoriza ela, que pretende lançar livros infantis com histórias ilustradas por ela e desenvolver filmes em 3D.
"Mas aí vou ter de parar tudo na minha vida por, pelo menos, oito meses. De repente, quando estiver me preparando para ter um filho... Fico trabalhando com o bebê no colo", brinca.

Com o fim da novela - que dará lugar a "Negócio da China" a partir do dia 6 de outubro -, Daniele pretende viajar por um mês para países como Índia e África do Sul. "Mas sempre que tiro férias, no terceiro dia já fico pensando em milhões de coisas para fazer", diz, aos risos. Depois, a idéia é conciliar sua atribulada agenda de modo que ela consiga o "privilégio" de ter um dia de folga por semana. "Há uns cinco anos não sei o que é isso. Quero ficar com as pernas para o ar vendo TV. Vi que estou estafada, com 31 anos e daqui a pouco cheia de cabelos brancos", diverte-se a atriz que, incansável, tem como "projeto de vida" abrir uma escola de artes para crianças. "Quero formar seres humanos através da arte", sonha.

(por Fabíola Tavernard)

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