Tagarela, Malvino Salvador comenta seus personagens caladões - 01/10/2008

01/10/2008 - 07h01
Tagarela, Malvino Salvador comenta seus personagens caladões

Do PopTevê

Luiza Dantas/Carta Z Notícias

Damião irá descobrir em breve quem é o seu verdadeiro pai na trama

Malvino Salvador chama a atenção por mais de um motivo. Ele é simpático, esbanja boa forma e é inegavelmente bonito - qualidade que lhe garante, aliás, o posto de galã na pele do Damião, de "A Favorita". Mas bastam alguns minutos de conversa com o ator manauense para perceber que sua principal característica é o gosto por um bom bate-papo. "Sou bastante comunicativo, tenho muita energia. Se estou parado, começo a ficar aflito", entrega. Não deixa de ser curioso, então, que seus personagens na TV sejam de poucas palavras. Assim como o taciturno Tobias, seu papel de estréia em "Cabocla", ou o boxeador Régis, de "Sete Pecados", Damião também é mais reservado. "Fico colocando uns "cacos" aqui, ali. Acho que os autores não gostam", brinca. "Mas o bacana de ser ator é isso, viver alguém que não tem nada a ver com você", pondera.

E isso ele está tendo de sobra com o atual trabalho. Além de uma movimentada vida amorosa no início da trama, Damião tem protagonizado cenas para lá de sensuais com Dedina (Helena Ranaldi), esposa de seu melhor amigo. Malvino conta que o envolvimento tem gerado brincadeiras nas ruas, mas é uma situação inédita para ele. "Nunca passei por algo assim, graças a Deus. E isso é muito louco, ter de lidar com emoções que nunca vivi", confessa.

Outro conflito que promete dar ainda mais destaque ao personagem é a descoberta de seu verdadeiro pai. Até aqui, Damião acredita ser órfão - sem imaginar que é herdeiro do deputado corrupto Romildo Rosa (Milton Gonçalves), inimigo declarado do operário. A revelação ainda não foi gravada, mas Malvino já tem a sua idéia da reação que seu personagem terá ao descobrir a filiação. "Para mim, ele vai continuar abominando o Romildo. Porque tudo o que ele faz é totalmente contra a ideologia do Damião e a postura dele como ser humano", analisa.

Pergunta - Você estreou em TV há cerca de quatro anos e, desde então, você vem ganhando destaque. O que mais mudou na sua vida, de "Cabocla" para cá?

Malvino Salvador - Nada. Continuo indo aos mesmos lugares, com os mesmos amigos. Não deixo de fazer nada: não vou inventar um personagem na vida real só porque existe "paparazzo". Um repórter, outro dia, veio dizer que eu só sou visto na balada. Eu gosto de balada, mas agora sempre tem um fotógrafo. Se eu for uma ou duas vezes na semana, aparece na imprensa. Vou deixar de ir e me divertir? Claro que não. Não vou ficar me escondendo em casa.

P - O Damião começou a ganhar espaço agora, depois que a novela já está no ar há três meses. Como foi para lidar com a ansiedade?

Malvino - Não tive ansiedade nenhuma. Nenhuma mesmo, zero! Até porque essa é a minha quinta novela. Não tem mais como eu ter esse tipo de apreensão. Está acontecendo tudo no tempo certo e estou adorando. Todos os meus conflitos são bons.

P - Você tem uma carreira curta, de apenas cinco anos. Existe alguma expectativa para os próximos papéis?

Malvino - Não penso nisso. Claro que não deixo de armar estratégias, mas prefiro aproveitar o que está acontecendo agora. Até porque já sou ansioso demais. Se for ficar pensando no futuro, vou entrar em parafuso.

P - Mas você não tem nenhum sonho?

Malvino - Meu sonho, na verdade, não é só para mim. Quero que o cinema brasileiro atinja um nível de Primeiro Mundo mesmo. Acho que já estamos caminhando para isso, é algo que estamos começando a se realizar. E não é só como ator. Gostaria disso também como espectador, como amante de cinema. Temos excelentes diretores e roteiristas, filmes que estão sendo premiados em festivais internacionais importantes. Isso, para mim, é um sonho sendo realizado.

(por Louise Araujo)

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