| 20/02/2008 - 11h40 Oscar Magrini acredita que chegou a hora de viver seu primeiro protagonista Do PopTevê Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias Ator ainda é reconhecido pelo seu papel em "O Rei do Gado" | Já se passaram 16 anos desde que Oscar Magrini estreou na TV, mas o ator ainda sonha com um papel geralmente reservado aos galãs mais novos: o de protagonista. "Queria esta oportunidade, de um autor pensar: 'Vou confiar no Magrini para fazer um protagonista'. Quem sabe né? Tudo pode acontecer", afirma. Mas a empolgação diminui um pouco quando lembra que o personagem principal geralmente é um bom rapaz. "Bonzinho eu já sou, então não tem tanta graça. Como é uma brincadeira, uma ficção, então eu quero ser o 'mauzão' mesmo, o pior de todos."
O sonho de viver um protagonista ainda não aconteceu no Brasil. Mas o ator foi convidado para o papel principal de duas novelas em Portugual. Em "Ganância", era um brasileiro que tentava a sorte na Europa. Em "Senhora das Águas", interpretava um português que passou 25 anos no Brasil, ficou rico e retornou à terra natal para vingar-se dos seus inimigos. "Tem muitos brasileiros trabalhando lá, principalmente na parte técnica. Mas senti uma estranheza no jeito deles de fazer novela. Havia muitos ensaios e muitas gravações. Aqui no Brasil é um ritmo mais acelerado", compara.
O ator estreou em 92, na novela "Deus nos Acuda". No ano seguinte, fez "Mulheres de Areia". Participou de "Quatro por Quatro" e de "As pupilas do Senhor Reitor", seu primeiro trabalho no SBT. Mas foi em 96, ao interpretar o inescrupuloso Ralf, em "O Rei do Gado", que alcançou o sucesso. Considerado pelo próprio ator como a grande mudança em sua carreira, o papel marcou tanto que, até hoje, quando anda pelas ruas as pessoas o chamam de Ralf. "O Ralf era um personagem mais forte do que o próprio ator. Eu era conhecido como o 'cara que fazia o Ralf'. Foi daí que surgiu esta coisa de acharem que eu sou bom pra interpretar cafajeste", conta.
Longe do estigma de mulherengo, o ator agora vive Gabriel Duarte, em "Duas Caras", que trabalha para Ferraço (Dalton Vigh) no início da trama. Com o tempo, não agüentou o jeito grosso e as falcatruas do chefe e pediu demissão. O contraponto de toda esta seriedade vem do casamento: Gabriel é o apaixonado marido de Maria Eva (Letícia Spiller). "Apesar do estilo perua da Maria Eva, eles são um casal muito batalhador. Em breve, ela vai investir no turismo para gringos em favelas, e parece que vai dar certo", adianta.
Oscar também vê semelhanças entre ele e Gabriel. "Empresto para ele o meu jeito de ser. Meu relacionamento com minha esposa é parecido com o que ele tem com a Maria Eva também", revela.
Mas a química entre os atores não vem de hoje. Antes de entrar no elenco de "Duas Caras", Oscar ficou quase três meses em cartaz com a peça "Isadora Duncan - É Dançando que a Gente se Aprende", de Aguinaldo Silva, na qual também contracenava com Letícia. O autor assistiu ao ensaio do espetáculo e viu a química entre os dois atores. "Talvez eu fizesse outro personagem em 'Duas Caras', não sei, mas acho que foi por isso que ele me chamou pra ser o marido da Letícia", acredita.
(por Nino Sato) | | |