| 31/01/2008 - 13h50 Renata Dominguez curte as vilanias de Valquíria, de "Amor e Intrigas" Do PopTevê Luiza Dantas/ Carta Z Notícias Atriz diz que é muito diferente da sua personagem na novela | Quando Renata Dominguez foi chamada para interpretar Valquíria, a vilã de "Amor e Intrigas", a comemoração foi grande, e não foi só pela nova oportunidade de trabalho. Afinal, depois de sofrer como a mocinha Cecília de "Bicho do Mato", a atriz adorou não ter de se desmanchar em lágrimas diariamente. "Até agora, não tive que chorar em nenhum dos capítulos. Estou soltando fogos", brinca.
Não é para menos: na novela de 2006, ela sofreu com a ira de índios e fazendeiros, além de ser ameaçada de morte de várias formas. "A cada capítulo era uma nova desgraça, uma decepção, uma dificuldade. Terminei exausta", relembra.
Agora Renata está aproveitando para ir à forra com sua nova personagem. Alpinista social convicta, Valquíria não perde a oportunidade de menosprezar quem está abaixo dela, como Jacira --a ex-costureira vivida por Gorete Milagres e que foi a comparsa no bem-sucedido golpe da malvada. "A Jacira pensa que tem a Valquíria na mão. Mas ela só permite isso para fazer a outra de empregada. Coitada, ela sofre o dia inteiro!"
A atriz também vive na novela um relacionamento intenso --quente e sensual-- com Petrônio (Heitor Martinez). Ele encontrou seu par ideal na jovem. "Com o Petrônio, é um relacionamento louco. Uma atração física de dois animais da mesma espécie", diz.
Apesar da alegria com a personagem, Renata diz que Valquíria trouxe também uma energia pouco agradável. Incapaz de amar, ela não tem um pingo de culpa quando o assunto é se dar bem. "Ela é tão intensa quanto eu, mas na direção oposta. Por isso, brinco que ela me jogou no triturador", afirmou. Renata não exagera: além do golpe que levou a mãe Dilma (Ângela Leal) à morte, a malvada também teve desejos homicidas contra a irmã, Alice (Vanessa Gerbeli).
Passado Criada em ambientes conservadores, no estado de Goiás e no Equador, onde morou durante a adolescência, Renata destaca que o vínculo familiar refutado pela vilã é justamente o ponto mais divergente entre intérprete e personagem. "Imagina então o que é, para mim, ter de fazer uma mulher que odeia a própria irmã", diz.
Para suportar essa mudança, a atriz investiu em aulas particulares com o americano Robert Castle, preparador de atores como Sean Penn e Michelle Pffeifer. Foram seis horas diárias de exercícios, ao longo de duas semanas de setembro de 2007. Tudo para encontrar o tom certo e tornar a passagem entre ficção e real mais equilibrada. "Ele trabalhou para integrar minhas sensações físicas com minha memória emotiva, além de mexer no meu ritual de entrada e saída da personagem", afirma. Tal esforço se explica. Até então, Renata admite que tinha dificuldades para se desprender dos papéis que encarnava, chegando a interromper o trabalho nos estúdios de "Prova de Amor", em que vivia a boa moça Patrícia, para se recuperar de fortes crises de choro. "Vi que aquilo era um desgaste emocional totalmente desnecessário", analisa.
Mas, além do trabalho com Robert, a atriz não esconde que se inspirou no estilo de vários artistas. De Glenn Close, em "Ligações Perigosas", a John Malkovich, no "Retorno do Poderoso Ripley", passando por Maria de Fátima, vivida por Glória Pires em "Vale Tudo". Todos serviram de base para a personagem que ela garante ser diferente de tudo o que já havia feito. "Ela é intensa, profunda, mas tem atitudes ridículas de vilã. Chega a ser engraçado", define.
(por Louise Araujo) | | |