Débora Falabella fala sobre sua personagem e os desafios de "Duas Caras" - 29/09/2007

29/09/2007 - 10h08
Débora Falabella fala sobre sua personagem e os desafios de "Duas Caras"

Do PopTevê

Luiza Dantas/Carta Z Notícias

Débora está feliz com a experiência na novela

Leia COMO "DUAS CARAS" COMEÇA

Apesar da aparência frágil, Débora Falabella coleciona papéis de mulheres fortes. Prova disso é Mel, a viciada em dragas de "O Clone", e a idealista Sinhá Moça na novela homônima. "Acho que o teatro nunca me permitiu me iludir com as pequenas vaidades da TV. Por isso, além de me considerar uma atriz de teatro, TV e cinema, tenho consciência do meu papel", avalia.

Agora, Débora dará vida a mais uma personagem controversa em "Duas Caras", nova novela das oito da Globo. Ela será Júlia, uma estudante de cinema que, durante a gravação de um documentário na favela da Portelinha, se apaixona por Evilásio (Lázaro Ramos), funcionário da Associação de Moradores do local.

Para a atriz, a principal qualidade da personagem é sua disposição para quebrar barreiras. Afinal, a moça enfrenta o preconceito da família por se envolver com um homem negro e de classe social mais baixa. "O mais interessante é que isso não tem o menor problema para Júlia", afirma.

Antes de começar a gravar "Duas Caras", o contato mais próximo que Débora havia tido com a favela foi quando visitou o grupo de teatro "Nós do Morro", dirigido por Guti Fraga. Na ocasião, ficou encantada com a iniciativa e com a vontade de aprender dos alunos. "Achei impressionante como eles são mais conscientizados e politizados do que muitos jovens de mesma idade", elogia.

Pergunta - Em "Duas Caras", sua personagem é uma jovem rica que se apaixona por um homem pobre e negro. O que você acha desse romance que já nasce proibido?
Débora - Acho que o mais bacana dessa história é que ela quebra uma barreira. Ela é estudante de cinema, de família tradicional do Rio de Janeiro, da alta sociedade, e se apaixona pelo Evilásio, que é o personagem do Lázaro Ramos. O romance dos dois começa quando ela vai à Portelinha para fazer um documentário e o confunde com um assaltante. Na hora, ela fica muito envergonhada, mas logo corrige o erro e os dois se apaixonam.

Pergunta - Você contracena com um time de craques, de Marília Pêra, Stênio Garcia e Lázaro Ramos. Como está sendo esta experiência?
Débora - Maravilhosa. Nada melhor do que ser filha do Stênio Garcia e da Marília Pêra. E a parceria com o Lázaro tem sido encantadora. Nunca tinha trabalhado com ele e estou achando o máximo. Ele é abençoado. Acho que o ator que vem do cinema tem mais chance de mostrar o seu trabalho. Espero que a história dos nossos personagens dê certo.

Pergunta - Quando um personagem seu cai no gosto do público, como você encara o assédio?
Débora - Com naturalidade. Acredito que, quanto mais natural você for com as pessoas, melhor. Agir de maneira natural é a melhor forma de destruir o falso "glamour" da televisão. É claro que, às vezes, é um pouco inconveniente, as pessoas ficarem olhando e reparando o que você está fazendo. Mas levo isso com muita tranqüilidade.

Pergunta - Mesmo com as gravações da novela, você ainda arranja tempo para se dedicar ao teatro e ao cinema?
Débora - Cinema é mais complicado porque, se for um projeto grande, não há como conciliar com a novela. Mas pretendo continuar com os meus projetos teatrais. É que há dois anos tenho o "Grupo 3" junto com a Yara de Novaes e o Gabriel Paiva. Durante a novela, pretendo trazer a peça "O Continente Negro" para o Rio. Também tenho outros projetos culturais, como produzir", finaliza.

(por Carla Neves)

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