| 10/08/2007 - 20h08 "Sabia que as pessoas não torceriam pela Alice", diz Guilhermina Guinle; leia entrevista com a atriz Do PopTevê CZN Guilhermina Guinle interpreta a chata Alice em Paraíso Tropical | Guilhermina Guinle entrou em "Paraíso Tropical" com uma função nada fácil: viver Alice, uma mulher mimada ao extremo que só pensa em separar Bebel (Camila Pitanga) e Olavo (Wagner Moura) --vilões que, por incrível que pareça, viraram o casal queridinho do público. "Já entrei sabendo que as pessoas não torceriam para ela ficar com o Olavo. Ainda mais sendo chatinha como ela é", pondera. A chatice da personagem, aliás, é o principal gancho da atriz para a composição que, segundo ela, acontece aos poucos. "Novela é um exercício diário. Estou me familiarizando com ela no dia-a-dia", explica. Outro ponto importante foi a sofisticação da moça. Guilhermina estava louríssima desde o filme "Sexo com Amor", de Wolf Maya, que rodou em fevereiro.
Ao ser chamada para a novela, foi estimulada por Fernando Torquatto - responsável pela caracterização dos personagens da trama - a permanecer com o visual que, segundo ele, faria a diferença. "Ele disse que eu seria uma das raras louras da história. De cabelo curto, então, eu seria a única", conta ela, que permanece até o fim da trama.
Aos 32 anos, Guilhermina parece tomar fôlego em sua carreira televisiva. Formada em teatro, ela começou nos palcos, na peça "Entre Amigas", em 1995. Um ano depois veio o convite para a TV, mas a atriz não teve sorte. Estreou na malfadada "Antônio Alves, Taxista", do SBT. Depois, continuou não menos fracassadas "Brida", que naufragou junto com a Manchete, e "Tiro e Queda", da Record.
Divulgação/Globo Guilhermina, como Alice em Paraíso Tropical, com Wagner Moura | Em 2003, estreou na Globo em "Mulheres Apaixonadas", e seu último trabalho havia sido em "JK". "Por isso não pude recusar um convite do Gilberto Braga para um papel tão interessante", diz.
Você entrou na novela em um momento em que a audiência já estava consolidada. Isso te deixou mais tranqüila? Guilhermina Guinle - Por um lado sim, por outro não. É bom porque já é uma trama de sucesso, as pessoas gostam do que vêem, e não tem aquele "medinho" do início de qualquer novela. Mas é ruim porque você tem de se esforçar mais para entrar no pique que os outros atores já estão. Os personagens já estão absorvidos por cada um, e você ainda tem de achar o tom do seu. Mas o fato de a Alice ter tanta riqueza de características ajudou muito.
O que você considera fundamental para uma boa interpretação na TV? GL - O texto tem de estar muito bem decorado, porque é tudo muito rápido. O diretor não tem tempo de sentar, conversar e dirigir cada ator. É importante saber agir com naturalidade e fazer coisas diferentes durante a cena até para que o diretor possa pirar. Não é só ir lá e falar o texto, tem de entender o que está escrito.
O que mais te instiga na profissão? E o que você considera ruim? GL - O melhor é poder se divertir e viver fazendo uma coisa que você gosta, mesmo sabendo que se trata de um meio tão difícil. A parte ruim é a instabilidade. Nunca sabemos o que vem depois, e nem sempre temos a chance de fazer bons trabalhos. Às vezes temos de fazer coisas não tão legais, mas fazemos porque precisamos trabalhar.
(por Fabíola Tavernard) | | |